A Última Sessão de Freud, com Odilon Wagner e Elias Andreato, estreia na primeira apresentação presencial do ano no Itaú Cultural

Wagner dá vida a Sigmund Freud, pai da psicanálise, que nesse texto do premiado autor americano Mark St. Germain vive um encontro fictício com o escritor e crítico literário C.S.Lewis, interpretado por Claudio Fontana. Os dois personagens falam sobre ciência, razão e fé. O espetáculo é dirigido por Andreato, que, pela primeira vez, realiza uma parceria no teatro com o seu amigo e protagonista da peça…

 

 

 

 

No dia 3 de março, o Itaú Cultural retoma as apresentações presenciais na Sala Itaú Cultural, neste ano, com a temporada de estreia do espetáculo A Última Sessão de Freud. A montagem reúne os atores Odilon Wagner e Claudio Fontana, sob direção de Elias Andreato e segue até o dia 27 do mesmo mês (sempre de quinta-feira a domingo). O texto é do autor americano Mark St. Germain, baseado no livro Deus em Questão, de Armand M.Nicholi Jr, professor clínico de psiquiatria da Harvard Medical School. Ele se desenvolve em um encontro fictício entre dois intelectuais que influenciaram o pensamento científico filosófico da sociedade do século XX para falar sobre razão e crença: o pai da psicanálise, Sigmund Freud, vivido por Wagner, e o escritor, poeta e crítico literário C.S.Lewis, interpretado por Fontana.

Como toda programação do Itaú Cultural, os ingressos são gratuitos e devem ser reservados pela plataforma Inti (acesso pelo site da instituição www.itaucultural.org.br). As entradas para as sessões da primeira semana estarão disponíveis para reserva a partir de 21 de fevereiro. Para as semanas seguintes, abrirão sempre na quarta-feira da semana anterior à apresentação, a partir das 12h (confira todas as datas no serviço abaixo).

Ambientada na Inglaterra de 1939, onde o psicanalista se exilou fugindo da perseguição nazista na Áustria, na Segunda Guerra Mundial, a narrativa tem como cenário o consultório no qual Freud desenvolvia sua psicanálise e seus estudos. Ali, ele, crítico implacável da crença religiosa, e Lewis, renomado professor de Oxford, ex-ateu e influente defensor da fé baseada na razão, conversam de forma apaixonada sobre o dilema entre ateísmo e a crença em Deus.

Freud busca entender como Lewis, segundo suas palavras, pode abandonar a verdade por uma mentira insidiosa, passando de ateu a cristão convicto. Nesse encontro, eles falam sobre a existência de Deus e expandem o embate por assuntos como o sentido da vida, as relações humanas e a natureza humana, sexo e morte.

O resultado é um espetáculo que se conecta com o espectador por meio do humor, da sagacidade e do resgate da escuta como ponto de partida para um bom debate. A peça traz uma discussão permeada por sarcasmo e ironia. As ideias contundentes ali propostas confundem tanto ateus quanto crentes.

 

Reflexões
“A peça mostra um embate de ideias. Isso é uma armadilha, e eu não queria que o espetáculo se transformasse em um debate”, comentou St. Germain em uma entrevista sobre o espetáculo, complementando: “Por isso, pelo bem da ação dramática, situei o encontro entre Freud e Lewis no dia em que a Inglaterra ingressou na Segunda Guerra Mundial. Então, são dois homens no limite, sabendo que Hitler poderia bombardear Londres a qualquer minuto.”

Elias Andreato optou por levar ao palco uma encenação que valorize a palavra, construindo as cenas de modo que o texto seja o protagonista e as ideias estejam à frente de qualquer linguagem. “O teatro é uma forma de arte onde os atores apresentam uma determinada história que desperta na plateia sentimentos variados”, diz. “É isso o que me interessa: despertar sentimentos e acreditar na força de se contar uma história. É muito prazeroso brincar de ser outro e viver a vida dessa pessoa em um cenário realista, com figurino de época, jogando com ficção e realidade. Isso é a realização para qualquer artista de teatro. E é assim que defino essa experiência de me debruçar sobre a obra teatral de Mark St. Germain: A Última Sessão de Freud”, conclui.

O diretor complementa: “depois de 25 anos de sessões de psicanálise, talvez seja necessário me deixar conduzir, cada vez mais, pela paixão que tenho por meu ofício: o teatro. A minha profissão de fé. E crer: a arte sempre nos salva de todos os perigos”.

Odilon Wagner, por sua vez, diz que a experiência de interpretar Freud é fascinante. “Para um ator, ter a oportunidade de representar um personagem tão intenso e profundo, que fez parte de nossa história recente, é um privilégio”, diz. A construção desse personagem me fez vibrar desde a primeira leitura, foram meses estudando sua vida e personalidade, para tentar trazer um recorte mais fiel possível do último ano de vida desse grande gênio do século X”, completa.

Ficha Técnica:
Texto: Mark St. Germain
Tradução: Clarisse Abujamra
Direção: Elias Andreato
Assistente de Direção: Raphael Gama
Elenco: Odilon Wagner (Sigmund Freud) e Claudio Fontana (C.S.Lewis)
Cenário e figurino: Fábio Namatame
Assistente de cenografia: Fernando Passetti
Desenho de Luz: Gabriel Paiva e André Prado
Trilha Sonora: Raphael Gama
Arte Gráfica: Rodolfo Juliani
Fotografia: João Caldas
Iluminador/Sonoplasta: Cauê Gouveia
Coordenador Geral de Produção: Ronaldo Diaféria
Direção de produção: Claudia Miranda
Assistente de produção: Marcos Rinaldi
Diretor de palco: Tadeu Tosta
Contra-Regra: Vinicius Henrique
Mídias Sociais: Rodrigo Avelar
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produtores Associados: Diaféria Produções e Itaporã Comunicação

 

 

 

 

 

A Última Sessão de Freud
Itaú Cultural
Sala Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149 (Piso Térreo), próximo à estação Brigadeiro do metrô
Fones: 11. 2168-1777
Capacidade: 224 lugares
Temporada de 3 a 27 de março (sempre de quinta-feira a domingo)
Quinta-feira a sábado às 20h, e domingo às 19h
Entrada gratuita
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 90 minutos
Entrada gratuita
Reservas de ingressos pela plataforma Inti – acesso pelo site do Itaú Cultural
Seguem as datas de reservas de ingressos para cada semana, sempre a partir das 12h:
Dia 2 de março (quarta-feira) – para sessões de 10 a 13 de março
Dia 9 de março (quarta-feira) – para sessões de 17 a 20 de março
Dia 16 de março (quarta-feira) – para sessões de 24 a 27 de março
Acesso para pessoas com deficiência física
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
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Foto: João Caldas Filho

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