Ganhador da 12ª Edição do Prêmio Zé Renato para a Cidade de São Paulo, a Cia La Leche comemora 15 anos de trajetória com temporada do espetáculo distópico que encerra a trilogia iniciada com os premiados Salve, Malala! e Existo!
Voltada a encenar temáticas pouco recorrentes no teatro para crianças e jovens, a premiada Cia La Leche apresenta o espetáculo Vambora! em curta-temporada, no Teatro Arthur Azevedo, de 16 a 24 de abril de 2022, sábados e domingos, 16h, com entrada gratuita. A obra tem a direção de Cris Lozano e dramaturgia de Alessandro Hernandez, que também está em cena ao lado da atriz Ana Paula Lopez, propondo um chamado para as questões ambientais que assolam o planeta.
A dramaturgia do espetáculo, que serviu como base para o roteiro de criação da trilogia audiovisual Paisagens Antes do Fim, ganhou o Prêmio APCA de melhor direção para Cris Lozano. Esses vídeos foram veiculados em 2020 e exibiam cenas que foram recriadas e transpostas para o palco.
No momento em que o mundo parou por conta da pandemia da COVID 19, no início de 2020, a Cia La Leche iniciou a criação de um texto que buscasse inspiração nas palavras e ações da ativista Greta Thumberg. O desejo era falar sobre os problemas urgentes em curso que seguem devastando o planeta. O pensamento dos líderes indígenas Davi Kopenawa, Ailton Krenak, da jornalista Eliane Brum (que em 2020 publicou um diário de bordo sobre o percurso que realizou da Amazônia até a Antártida) junto a diversos cientistas que pesquisam o impacto do colapso climático sobre o continente gelado foram fundamentais para a ampliação do olhar da dramaturgia.
Vambora! está dividido em três paisagens com personagens icônicos que revelam a problemática ambiental, em contraponto a pequenos lampejos de utopia, novas possibilidades de territórios para continuarem a viver.
Na primeira paisagem, um casal de espantalhos presos a uma terra seca e devastada buscam, em seus sonhos, a construção de um novo mundo. Na segunda paisagem, um casal de velhinhos que vive dentro de uma baleia jubarte luta para preservar suas memórias. Já na terceira paisagem, um casal de pinguins que se perde de seu bando busca o oceano para perpetuar sua espécie.
“A dramaturgia aponta as possibilidades de criar novos mundos através da imaginação com personagens que revelam a proximidade da tragédia que se aproxima com o fim do planeta”, comentam Cris Lozano e Alessandro Hernandez, reforçando que a obra foi concebida para expor a urgência desse tema para crianças, adolescentes e pessoas de qualquer idade. O que buscamos é trazer para o presente a tragédia anunciada que se aponta há algumas décadas sobre a extinção de todas as espécies viventes.
O cenário de Julio Dojcsar foi concebido com elementos minimalistas num território completamente branco onde se vê apenas objetos suficientes para ampliar a devastação do espaço que está sendo habitado. A luz de Grissel Piguillem trabalha com efeitos e cores fortes, intensificando a densidade que a mudança climática traz: calor muito forte, águas abundantes, frio intenso.
O figurino de Chris Aizner sobrepõe vários adereços dialogando com a ideia de que a fauna, flora e a humanidade ocupam o mesmo corpo de maneira horizontal. A trilha sonora de Morris busca sonoridades e efeitos minimalistas em contraponto a um volume sonoro que traga a presença da natureza em diálogo com a dramaturgia.
O processo de criação do espetáculo teve como parceria as vozes de crianças e adolescentes que moram nos bairros Guaianases, Brasilândia e Grajaú, onde foram realizadas oficinas de criação das cenas diretamente relacionadas à dramaturgia já escrita. As perguntas que conduziram o processo buscavam ampliar o olhar desde o microcosmo relacionado aos lugares de lazer e como eram aproveitados, expandindo para as questões macro da natureza e do planeta Terra.
Ficha Técnica
Direção Geral: Cris Lozano
Dramaturgia: Alessandro Hernandez
Elenco: Ana Paula Lopez e Alessandro Hernandez
Iluminação: Grissel Piguillem
Figurinos: Chis Aizner
Cenários e Adereços: Julio Dojcsar
Trilha Sonora: Morris
Preparação Corporal: Ciro Godoy
Operador de som e técnico de palco: Wilson Saraiva, Mauricio Matheus, Lucas Luciano e Fellipe Oliveira
Operador de luz: GIVVA e Grissel Piguillem
Costureira: Judite de Lima
Material gráfico e Ilustrações: Bruno José
Fotos: Cacá Diniz e Fellipe Oliveira
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto – Marcia Marques
Gestora de Mídias Sociais: Jessica Lauriano
Produção: Cia La Leche
Vozes em off: crianças e adolescentes dos CEUs Navegantes e Inácio Monteiro e da ETEC Paulistano, participantes das oficinas teatrais conduzidas pela Cia La Leche, realizadas no segundo semestre de 2021
Vambora!
Teatro Arthur Azevedo
Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca, São Paulo
Capacidade: 349 lugares
De 16 a 24 de abril
Sábados e domingos, 16h
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: a partir de 7 anos
Entrada gratuita
*Obrigatória a apresentação do Comprovante de Vacinação
Sobre a Cia La Leche
A Cia La Leche foi criada em 2006 pela diretora e atriz Cris Lozano, quando contemplada com o Prêmio Myriam Muniz para a montagem do romance Luna Clara & Apolo 11, de Adriana Falcão. Naquele momento, ao menos 25 artistas foram reunidos para a construção do processo e realização do espetáculo com o mesmo nome para o público juvenil.
Desde então, a Cia tem se dedicado à pesquisa de temas que são considerados tabus, intimistas e de cunho político com pouca abordagem nas escolas e famílias. Uma das características atuais da Cia é a construção de seus processos de forma direta e dialógica na sala de ensaio, como podemos ver nos textos que compõem o repertório, a partir da parceria com o dramaturgo, ator e produtor Alessandro Hernandez.
Vambora! é o sexto espetáculo da Cia e encerra a trilogia iniciada com os espetáculos Salve, Malala!, ganhador do Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem; e Existo!, premiado com o APCA de Melhor Espetáculo com a temática identidade de gênero.
Instagram: @cialalechesp
Foto Cena de Vambora!: Cacá Diniz
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