Depois de apresentações em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, a peça dirigida por Paulo Verlings chega à capital paulista com apresentações gratuitas no IC. Em cena, a trama aborda a terceirização das relações pessoais, a partir da morte do filho mais novo de uma família em crise, que reúne porta-vozes de seus integrantes para decidirem o destino desse núcleo familiar…

 

 

 

 

De 7 a 10 de abril (quinta-feira a domingo), o Itaú Cultural recebe presencialmente a Cia. Teatro Independente para a curta temporada de estreia em São Paulo de Pá de Cal (Ray-Lux). O espetáculo, que já passou por Belo Horizonte e Rio de Janeiro, tem texto de Jô Bilac e direção de Paulo Verlings. Partindo da discussão sobre a terceirização das relações sociais, a peça se passa quando o caçula de uma família em crise morre e todos os integrantes – ou representantes legais deles, inclusive do defunto – participam de uma reunião para decidirem o futuro do patriarca e da mãe do jovem, uma ex-empregada da casa, que também manda seu porta-voz.

Como toda programação do Itaú Cultural, os ingressos são gratuitos e devem ser reservados pela plataforma INTI (acesso pelo site da instituição www.itaucultural.org.br). As reservas das entradas para esta temporada estarão disponíveis a partir de 30 de março (quarta-feira), às 12h.

Trazendo no título a união de uma expressão que se refere a um assunto desagradável de se discutir com outra que é o nome de uma urna funerária tão cara quanto um automóvel, Pá de Cal (Ray-Lux) aborda como as relações sociais, pessoais e familiares são terceirizadas no mundo contemporâneo. Em cena, o suicídio do filho mais jovem de uma família provoca a reunião para decidirem o futuro do pai daquele núcleo e da mãe do jovem, uma antiga empregada da casa. As irmãs são representadas legalmente no encontro, assim como a mãe e também o morto, que tem como representante uma pessoa com quem conviveu fora do país.

A disputa gira em torno do imóvel no qual mora o pai, onde acontece a reunião. Nesse encontro conflituoso, as relações entre o pai e seus filhos – por meio de seus representantes – vão se revelando cada vez mais claras. Em meio à discussão sobre suicídio e terceirização das relações, a culpa e a ausência de afeto vão também aparecendo como fatores importantes para analisar toda a situação.

 

Lugar do outro
O dramaturgo Jô Bilac explica que a essência de Pá de Cal (Ray-Lux) está na natureza do diálogo dos encontros. “O espetáculo não é o espelho da sociedade, mas pretende justamente quebrá-lo, o que nos permite permear caminhos poéticos e carnais. O humor e a tragédia são traços que nos identificam não só como grupo, mas revelam uma identidade que reflete os paradoxos do nosso país, da nossa sociedade, da vida”, afirma.

Tendo o elenco composto por Carolina Pismel, Kênia Bárbara, Leonardo Netto, Orlando Caldeira e Pedro Henrique França no papel de representantes de pessoas da família, a proposta da dramaturgia foi sugerir, em cena, uma espécie de psicoterapia, como a Constelação Familiar. Nela, os participantes “interpretam” o papel de pessoas do seu cotidiano, assumindo, assim, o ponto de vista delas sobre as situações.

Bilac conta que a ideia surgiu intuitivamente. “Minha mãe havia feito constelação familiar e a forma que descrevia a situação se correlacionava diretamente com o que eu estava pesquisando dentro do espetáculo: o desdobramento da ideia/palavra/sentido da ‘representatividade’”, conta o autor, que define essa terapia como uma experiência singular: “Não é teatro, mas existem lugares de representação, contracenação, atmosfera, algo semelhante ao que o teatro evoca”, complementa.

Ficha Técnica:
Dramaturgia: Jô Bilac
Direção: Paulo Verlings
Diretora Assistente: Mariah Valeiras
Direção de Produção: Paulo Verlings
Elenco: Carolina Pismel, Leonardo Netto, Kênia Bárbara, Orlando Caldeira e Pedro Henrique França
Cenário: Mina Quental
Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni
Figurinos: Karen Brusttolin
Visagismo: Rafael Fernandez
Direção Musical: Rodrigo Marçal e João Mello da Costa
Direção de Movimento: Toni Rodrigues
Programação visual: André Senna
Argumento: Paulo Verlings e Jô Bilac
Idealização: Paulo Verlings
Assessoria de imprensa: Pombo Correio

 

 

 

 

 

 

Espetáculo Pá de Cal (Ray-lux)
Com a Cia. Teatro Independente
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô
Fones: 11. 2168-1777
Capacidade: 224 lugares
Temporada: de 7 a 10 de abril
Quinta-feira a sábado, às 20h
Domingo, às 19h)
Duração: 75 minutos
Classificação: 12 anos (linguagem imprópria, violência, medo)
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Entrada gratuita
Reservas de ingressos pela plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural
Acesso para pessoas com deficiência física
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

Protocolos:
– É necessário apresentar o QR Code do ingresso na entrada da atividade até 10 minutos antes do seu início. Após este horário, o ingresso não será mais válido.

– Para ingressar na sede do Itaú Cultural, é obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação. Serão válidos o comprovante físico ou o digital (disponível nos aplicativos fornecidos pelos governos federal, estadual e/ou municipal).

– Maiores de 12 anos devem apresentar o comprovante contendo duas doses da vacina. Quem tiver abaixo desta idade, não precisa comprová-lo.

– Continua obrigatório o uso da máscara cobrindo boca e nariz durante toda a permanência nos ambientes internos do Itaú Cultural.

 

Sobre o grupo
A Cia. Teatro Independente foi criada em 2006. Tem interesse voltado à pesquisa continuada e aposta no processo colaborativo como uma forma para democratizar e enriquecer as possibilidades de criação cênica.

Formado pelo dramaturgo Jô Bilac, o ator, diretor e produtor Paulo Verlings, e pelas atrizes Carolina Pismel e Júlia Marini, traz em sua trajetória de quase 16 anos quatro espetáculos além de Pá de Cal (Ray-Lux). São eles: Cachorro! (2007), indicada ao Prêmio Shell-RJ de Melhor Direção, Rebú (2009), indicada ao Prêmio APCA de Melhor Autor, Cucaracha (2012) e Beije Minha Lápide (2014).

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Foto :Paula Kossatz