Maria Ribeiro está em cartaz com Pós-F, de Fernanda Young, em temporada no Teatro Porto até 26 de junho. As sessões acontecem às sextas e sábados às 20h e domingos às 19h….
Com direção de Mika Lins, o espetáculo, que inaugurou a programação online do Teatro Porto em 2020 e foi concebido para o digital, estreia em formato presencial, com adaptações. As sessões acontecem às sextas e sábados às 20h e domingos às 19h.
O solo é inspirado em Pós-F, Para Além do Masculino e do Feminino, a primeira obra de não-ficção de Young, que venceu o Prêmio Jabuti 2019, mesmo depois da precoce morte da autora em agosto daquele ano. O livro reúne textos autobiográficos e ilustrações da própria Fernanda que fomentam o debate sobre o que significa ser um homem e uma mulher nos dias de hoje.
Este espetáculo-relato, de acordo com a diretora Mika Lins, procura ao máximo levar ao palco as experiências pessoais da autora. “Buscamos transformar o que é expresso na teoria em ação, na experiência pessoal dela. É quase como se a Fernanda estivesse em cena exposta como pessoa e contasse suas memórias e vivências. Para além das ideias avançadas propostas no livro pela Fernanda, a peça é muito baseada na visão pessoal que eu e a Maria Ribeiro tivemos depois que ela passou pelas nossas vidas. E eliminamos qualquer didatismo, pois é um espetáculo sobre uma artista, sobre uma criadora, sobre uma ficcionista”, explica.
Maria Ribeiro, corroborando com o pensamento da diretora, diz que “assim como Leila Diniz, Fernanda era daquelas mulheres que, apenas cumprindo sua psique, nos libertava de tudo o que não era natural, e sim, convenção”.
Vivências da Fernanda
No livro, a partir de experiências pessoais, Fernanda Young se revela como uma das tantas personagens femininas criadas por ela, sempre livre para fazer o que quiser, amar quem quiser e viver à sua maneira, porém cercada por um sentimento intrínseco de inadequação. Esse constante deslocamento faz com que Fernanda seja capaz de observar tanto o feminino como o masculino em todas as suas potencialidades.
É esse modo de ser que motiva Young a propor a ideia de um pós-feminismo e pós-Fernanda, um relato sincero sobre uma vida livre de estigmas, calcada na sobrevivência definitiva do amor, no respeito inquestionável ao outro e na sustentação do próprio desejo. E esse olhar profundo para o outro possibilitaria acabar com quaisquer formas de rótulos e papeis impostos tanto para a mulher como para o homem, que também sofre com as enormes pressões da sociedade patriarcal e precisa ser um aliado na luta contra o machismo. Assim, Fernanda oferece sua visão de mundo na tentativa de superar polarizações e construir algo maior, em que caibam todos os gêneros.
“O que é bonito nessa coisa do Pós-F, é que, para nós, depois do falecimento da Fernanda essa obra virou uma espécie de legado que essa mulher deixou. E uma coisa muito bela nesse relato é que ela inclui e põe como muito importante presença do homem nas transformações pela qual ela sofre – ainda mais depois que ela se tornou mãe de um menino”, comenta Lins.
Sobre Fernanda Young
Embora não tenha concluído os cursos de letras, jornalismo e rádio e TV, Fernanda Young teve uma marcante carreira como escritora, roteirista, apresentadora e atriz. Entre alguns de seus livros estão, Posso Pedir Perdão, Só Não Posso Deixar De Pecar, Estragos, A Mão Esquerda de Vênus, A Louca Debaixo do Branco, O Pau, Tudo Que Você Não Soube, Vergonha dos Pés, Dores do Amor Romântico.
Na televisão, foi roteirista de vários seriados e programas de sucesso, como Os Normais (2001-2003), A Comédia da Vida Privada (1995), Os Aspones (2004), Surtadas na Yoga (2013-2014), Vade Retro (2017),Como Aproveitar o Fim do Mundo (2012), Minha Vida Nada Mole (2006-2007) e Shippados (2019).
Além disso, apresentou os programas Saia Justa (2002-2004), Irritando Fernanda Young (2006-2010), Confissões do Apocalipse (2012) e Odeio Segundas (2015). E, no cinema, participou dos roteiros dos filmes Os Normais (2003) e Os Normais 2 (2009) e Muito Gelo e Dois Dedos D’Água (2006).
Fernanda faleceu no dia 25 de agosto de 2019, aos 49 anos, devido a uma parada respiratória provocada por uma crise de asma. Ela deixou o marido Alexandre Machado e quatro filhos, Cecília Maddona, Estela May, Catarina Lakshimi e John Gopala.
Ficha Técnica
Texto: Fernanda Young
Com Maria Ribeiro
Direção e cenografia: Mika Lins
Adaptação: Caetano Vilela, Maria Ribeiro e Mika Lins
Iluminação: Caetano Vilela
Figurino: David Pollack
Trilha Sonora: Estela May, Maria Ribeiro, Mika Lins e Caetano Vilela
Ilustração: Fernanda Young, Estela May e Mika Lins
Cenotecnia e Direção de Palco: Alejandro Huerta
Fotos: Bob Wolfenson
Coordenação de Comunicação: Vanessa Cardoso
Assessoria de imprensa: Factoria Comunicação
Designer: Luciano Angelotti
Assistência, programação e operação de luz: Nicolas Caratori
Coordenação técnica: Helio Schiavon Jr.
Operação de Luz: Marcel Rodrigues
Operação de Som: Hayeska Somerlatte
Captação de imagens e edição: Paula Mercedes
Visagismo: Marcos Padilha
Assistente de Produção: Rafaella Blat
Produção executiva: Camila Scheffer
Produção: Dani Angelotti
Realização: Cubo Produções. Patrocínio: Porto Seguro.
Pós-F, de Fernanda Young
Teatro Porto
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos
Telefone (11) 3366.8700
Capacidade: 508 lugares
De 29 de abril a 26 de junho
Sextas e sábados às 20h
Domingos às 19h
Ingressos:
R$ 80,00 plateia
R$ 60,00 balcão e frisas
Classificação: 14 anos
Duração: 50 minutos
Bilheteria:
Aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração.
Clientes Cartão Porto Seguro têm 50% de desconto.
Clientes Porto Seguro têm 30% de desconto.
Vendas: Sympla
Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners).
Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.
Estacionamento no local: Estapar R$ 20,00 (self parking) – Clientes Porto Seguro têm desconto.
Sobre Maria Ribeiro
Maria Ribeiro é atriz, escritora e diretora de cinema. Cursou jornalismo na PUC, mas já conciliava a faculdade com a carreira de atriz. No Teatro participou das peças Confissões de adolescente, O Inimigo do Povo, Feliz Ano Velho e Separações. No cinema contabiliza inúmeros filmes com destaque para Como Nossos Pais (2017) de Lais Bodansky, pelo qual conquistou o prêmio de melhor atriz no Festival de Gramado, além de filmes como Entre nós, Histórias de Amor Duram Apenas 90 minutos, Tropa de Elite, entre outros.
Integrou a banca do programa de debates da GNT Saia Justa e várias participações em novelas como Império e estreia esse ano a série Desalma na Rede Globo. Atualmente tem um programa de variedades na plataforma Hysteria, escreve uma coluna no jornal O Globo e viaja em turnê com o projeto Você é o Que lê, com Xico Sá e Gregório Duvivier.
Sobre Mika Lins
Mika Lins tem uma longa e profícua carreira como atriz e desde 2009 tem se dedicado exclusivamente a direção teatral. Entre suas direções estão: Dueto para Um, de Tom Kempinski, vencedor do prêmio APCA de melhor atriz para Bel Kowarick, de Juan Pablo Villalobos, A Tartaruga de Darwin de Juan Mayorga, Tutankáton de Otavio Frias Filho. Na televisão dirigiu Terradois para a Tv Cultura, com apresentação de Jorge Forbes e Maria Fernanda Candido. É diretora da Cia Instável.
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Foto: Bob Wolfenson
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