Victor Arruda, Marcus Lontra, Daniela Bousso e Francisco Hurtz em conversa na Belizario Galeria

Belizário Galeria, por ocasião do finissage da mostra “Babado e Confusão”, recebe para uma conversa o artista Victor Arruda, o curador da exposição Marcus Lontra e, como convidados, o artista visual Francisco Hurtz e a historiadora, crítica e curadora Daniela Bousso…

 

 

 

 

Nesse encontro, vão falar da arrojada e longa trajetória de 50 anos do artista e sua coragem e ousadia em destacar assuntos importantes, mas incômodos, para a sociedade.

Ao contrário do que podem sugerir os temas escolhidos pelo artista, para essa exposição, os trabalhos não são agressivos nem com caráter sombrio. Suas telas são compostas de uma profusão de cores e figuras, traços incomuns mas que trazem mensagens fortes e necessárias. “O mundo contemporâneo explode nas telas de Victor Arruda”, define o curador. A pintura permite que o artista critique conscientemente suas angústias através dos registros de seu inconsciente. “Ela dialoga com as vertentes marginais do modernismo; abraça despudoradamente a arte popular, o grafite, a linguagem visual urbana anônima, e introduz soluções estéticas de extrema sofisticação” explica Marcus Lontra.

Com sua maestria no domínio das técnicas artísticas, Victor Arruda mostra, desde os anos de 1970, exemplos de racismo, homofobia e segregação social. Enquanto o artista, Marcus Lontra e Daniela Bousso conversam sobre os anos vividos, Francisco Hurtz oferece a visão atual, presente, da reação publica à arte engajada.

O mestre Victor Arruda é enfático em suas denúncias sem nunca esquecer de embalá-las em ironia e cor.

 

 

 

 

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O artista – Victor Arruda (Cuiabá, MT 1947)
Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Decidiu que seria pintor aos doze anos de idade e, aos treze, muda para o Rio de Janeiro onde dá sequência a seus estudos. Graduado em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), elabora seus trabalhos com base em padrões estéticos não convencionais, fazendo referências ao pensamento, segundo ele, da “antipintura” e do “antiestético”, apresentando imagens irreverentes. Suas obras trazem referências de nomes icônicos da arte como Chagall, Picasso, Klee e Torres Garcia. A imagética por ele elaborada é constituída por cenas que vivencia em seu cotidiano.

Suas obras integram as coleções mais importantes do Brasil como a de Gilberto Chateaubriand. O artista é aplaudido por diversos críticos e curadores. Segundo o crítico italiano Achille Bonito Oliva, Victor Arruda é um dos maiores artistas brasileiros da atualidade. Em 2018, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) inaugurou uma ampla retrospectiva de 50 anos da trajetória artística de Victor Arruda, reunindo 105 de suas obras. A exposição individual intitulada “Temporal”, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ, foi uma das mais aclamadas no país em 2021.

 

A galeria
A Belizário Galeria, com sede no bairro de Pinheiros em São Paulo, é o resultado de uma parceria entre Orlando Lemos, José Roberto Furtado e Luiz Gustavo Leite. Sua proposta visa se apresentar como uma opção adicional de participação e visibilidade da produção de artistas emergentes e consolidados no panorama da arte contemporânea brasileira no circuito paulistano de cultura. A galeria se junta ao movimento que busca promover horizontes que estabeleçam novos meios de redirecionar e ampliar o mercado de arte, pensando nas diferentes trajetórias e produções artísticas que o compõe. Assim, visando a fomentação da diversidade cultural intrínseca na contemporaneidade, serve de palco para artistas novos e estabelecidos, nacionais e estrangeiros, em parcerias com curadores que também estejam imbuídos do mesmo propósito.

Na Belizário Galeria, procura-se atender a um público que busca a aquisição de trabalhos artísticos e, também, a criação e fomento de novas coleções. O seu acervo é composto por diferentes temas e estéticas, mediante o universo poético de cada artista. Seu repertório abrange trabalhos artísticos de diferentes linguagens, suportes, técnicas e mídias como desenho, escultura, fotografia, gravura, pintura, objetos, instalação e outras.

 

Foto da obra de Victor Arruda: Divulgação

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