Mostra da argentina Alejandra Dawi tem visitação gratuita até o dia 21 de outubro…
Com 27 obras em cerâmica, todas com modelagem manual e queima em forno elétrico, a artista visual Alejandra Dawi apresenta até o dia 21 de outubro, no Instituto Cervantes de São Paulo, a exposição “Habitare”. Com visitação gratuita, a mostra produzida durante a pandemia do novo coronavirus, apresenta duas temáticas: A visão externa de homem atual, como habitante do fim do mundo, e a realidade interna de homem, que habita o universo feminino receptivo e criativo. Segundo a artista, as duas realidades se convergem no renascimento, onde há outros horizontes quando reconhecemos o sagrado na vida, um lugar para onde voltar e habitar na consciência da união e o amor.
Utilizando suportes em madeira, ferro terra, tecido e areia, Habitare é a segunda exposição individual de Alejandra Dawi, que vive no Brasil desde 1999.
A mostra é um convite a uma reflexão sobre como me habito, como habito o mundo, transformo ou me habituo a ele – Explica a artista – Posso falar que cada escultura nasceu de uma autêntica necessidade de ressignificar o que estava vivenciando durante a pandemia. Por meio de imagens poéticas compartilho com o público meu olhar resiliente nestes tempos extraordinários, tempos de aprendizados e superação.
Com o apoio do instituto Cervantes de São Paulo e a Embaixada da Espanha, Habitare consagra a diversidade da arte de cerâmica e apresenta entre outras peças:
1) Isolamento – Instalação feita em cerâmica esmaltada e ferro com dimensões de 90x70x40cm. A peça nasceu no começo da reclusão pandêmica e representa o distanciamento social com cada pessoa habitando e ressignificando uma nova realidade.
2) Refugiados – Instalação feita em terracota, paperclay esmaltada e tecido com dimensões de 200x200x30cm. É uma versão redimensionada dos refugiados refeitos pela artista em 2019. Sem terra onde habitar, sem terra onde plantar uma semente.
3) Homem virtual – Instalação em cerâmica esmaltada e madeira de demolição, inspirada na obra literária “La Resistência” do escritor argentino Ernesto Sábato. A obra é representada por uma fileira de nove cabeças que se comunicam no vácuo de uma tela. Representa a nossa realidade atual.
4) Entre lençóis – Escultura em paperclay esmaltada em madeira com dimensões de 50x50x20cm, a obra mergulha no universo feminino, no tempo, no imaginário e no presente de um corpo amadurecido.
5) Acrobatas – Peça em cerâmica esmaltada, ferro e madeira com dimensões de 35x20x60cm, faz parte de uma série de esculturas que representa a artista que nasceu no universo da dança. Tem movimento livre e busca equilíbrio, uma forma de memória corporal.
Exposição Habitare
Instituto Cervantes de São Paulo
Av Paulista, 2439
Até 21 de outubro
Visitação: De segunda a sexta das 16 às 20h
Grátis
Para saber mais sobre a artista acesse: https://alejandradawiceramicas.com
Sobre a artista:
Alejandra Dawi nasceu em Buenos Aires numa família de artistas, desde criança a dança, a música e a cerâmica foram parte do seu cotidiano. Vive a arte como uma oportunidade de conexão com o universo criativo que desde cedo fala através dela.
No percurso da sua vida a dança contemporânea e a bioenergia influenciaram fortemente na forma como ela entra no processo criativo da cerâmica. Buscando o equilíbrio e originalidade no desenho, encontra na argila a beleza do movimento orgânico onde surgem imagens poéticas que dão sentido às esculturas.
Mudou-se para o Brasil em 1999, onde achou na cerâmica um espaço de manifestação artística. Nessa trajetória agradece aos mestres Lila Diaz (Buenos Aires), Maria Helena Saparolli e Alice Yamamura (Curitiba) por todo seu apoio e incentivo à arte.
Em 2009 mudou-se para Atibaia, interior de São Paulo, participou de diversas exposições, feiras, e eventos culturais, onde conseguiu desenvolver seu trabalho autoral em escultura e joia cerâmica.
Em maio de 2019 realizou a sua primeira exposição individual, Entre o Céu e a Terra, projetado para ser itinerante. Nesta exposição conseguiu reproduzir uma síntese da sua vivência, onde a alma e a poética do barro se uniram para deixar sua mensagem de reflexão para os tempos extraordinários que hoje vivemos.
Foto Alejandra Dawi: Divulgação
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