O Circo Enxame estreia seu terceiro espetáculo, “Urubu”, o primeiro em formato audiovisual, com exibição gratuita e classificação livre, em 29 de novembro, terça-feira, a partir das 19h, na Sala Olido, em São Paulo. A sessão precederá bate-papo e coquetel de lançamento, levando o Circo para uma sala de cinema, em um projeto multimídia que fomenta a junção de novas linguagens…

 

 

 

 

O média metragem é uma criação coletiva que propõe, de forma intencional ou ocasional, uma reflexão sobre o fato de que sempre algo é perdido. Seja um sonho, ideia ou desejo, um espaço é aberto ao novo. Entre devaneios sobre ciclos, epifanias sobre vida e morte, o vídeo-espetáculo “Urubu”, traz à tona, não só pela insistência, mas de maneira natural, a esperança de que o sol há de brilhar outra vez.

O urubu carrega várias simbologias em diversas culturas e mitologias, seja no xamanismo, que traz o poder da transmutação ou no fato do ser um bicho que se alimenta de carne em putrefação. É um animal ligado ao mundo invisível, à visão ilimitada, ao desenvolvimento dos dons proféticos. Para algumas tradições espiritualistas, ao cumprir o seu ofício de se alimentar da carne morta o urubu abre os portais para a libertação do Espírito desencarnado. O poder do Urubu está no silêncio e na autocontemplação.

Imaginando um futuro com grande potencial de desastres naturais e pandemias inesperadas, parece evidente o quanto o nosso conforto do ritmo diário e dos planos de futuro pode estar ameaçados por grandes quebras de expectativa, verdadeiras quebras de ritmo. Ao mesmo tempo, existe uma excitação quando se pensa que digerir a destruição do velho é estar diante da construção do novo.

O projeto foi contemplado pela 6ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Circo para a cidade de São Paulo.

Ficha Técnica
Ideia original: Circo Enxame.
Roteiro: Circo Enxame e CircoLab.
Direção: Tato Sanches e Circo Enxame.
Trilha sonora original: Rubens de Oliveira.
Produção: Fernanda Vilela (equi|ibre).
Elenco: Giulia Tateishi, Jan Leca, Renato Mescoki, Rubens de Oliveira, Veronica Piccini.
Fotografia: Tato Sanches.
Captação: CircoLab.
Montagem e Finalização: Tato Sanches.
Assistente de Direção: Janaína Amaral.
Sound Design: Tato Sanches.
Figurinos: Circo Enxame.
Adereço cênico: Beatriz Kovacsik.
Design Gráfico: Florencia Reeves.

 

 

 

 

 

Urubu
Sala Olido
Av. São João, 473 – Centro
Capacidade: 297 lugares
Terça-feira, 29 de novembro, às 19h
Bate-papo e coquetel: às 20h.
Ingressos: Grátis.
Classificação: Livre
Duração: 40 minutos

 

Sobre o Circo Enxame
O Circo Enxame traz em sua trajetória os espetáculos “SobrevoltaS” (2016), dirigido por Rodrigo Matheus e contemplado pelo Edital Rumos do Itaú Cultural, e “Enxame” (2019), com o olhar externo de Diogo Granato, criado por meio do Edital ProAc e do Edital de Fomento ao Circo da cidade de São Paulo. Através dessas parcerias, dos apoios recebidos em sua trajetória e do rigor em dar continuidade ao seu trabalho de pesquisa, o coletivo consolidou-se na paisagem circense da cidade de São Paulo, e mesmo do Brasil, como um dos grupos circenses mais criativos e promissores da atualidade.

Neste novo trabalho desenvolvido, cuja pesquisa foi iniciada com a Lei Aldir Blanc e concluída com o Programa de Fomento ao Circo da cidade de São Paulo, o Circo Enxame não pretende falar diretamente e literalmente sobre a pandemia e os efeitos dela sobre a vida de cada um, mas é inevitável de alguma forma trazer questionamentos relacionados ao que estamos vivendo nesta experiência. “Urubu” representa, portanto, uma nova direção para o grupo, que tem uma ligação de ruptura e continuidade com sua trajetória artística, além de ser uma forma de garantir a sustentabilidade de seu trabalho de criação e difusão.

 

Foto: Janaína Amaral