Escute as Feras reestreia no Teatro Cacilda Becker

Adaptação teatral de obra literária homônima de Nastassja Martin reestreia dia 29 de fevereiro no Teatro Cacilda Becker em curta temporada…

 

 

 

 

 

 

O espetáculo Escute as Feras é uma adaptação livre do livro homônimo da antropóloga francesa Nastassja Martin – publicado na França em 2019 e no Brasil em 2021 pela Editora 34.

A autora teve o rosto desfigurado por um urso pardo em um encontro inesperado na região de Kamchatka, na Sibéria, e experimenta transformações físicas e espirituais se vendo às voltas com questões filosóficas sobre as relações entre a humanidade e a natureza. Sonhos, delírios provocados por intervenções médicas e memórias em meio aos vulcões: é preciso acreditar nas feras.

A adaptação teatral se concentra nos principais pontos de contato entre essa história e a realidade brasileira, entre essa mulher e todas as mulheres. A versão final, descarnada, se descola do realismo da obra e procura criar um microclima de sonho e estímulo dos sentidos.

Maria Manoella então dá voz à narradora acompanhada do músico Lucio Maia, que executa a trilha ao vivo como uma extensão dramatúrgica, criando não só música, mas ambiências sonoras.

Daniela Thomas e Caetano Vilela colaboram para a instauração deste não-lugar onde a protagonista se encontra; Fabio Namatame e Vivien Buckup na expressividade e hibridação dessa mulher-animal; a escritora Ana Paula Pacheco contribui para a adaptação teatral ao lado de Fernanda Diamant e Mika Lins – que co dirigem o espetáculo.

 

Sobre o projeto de montagem
A atriz Maria Manoella estava à procura de um texto literário para transpor ao teatro quando a filósofa e editora Fernanda Diamant lhe apresentou essa obra ficcional que tinha acabado de ler, baseada numa história verídica, — e as duas, junto com a diretora Mika Lins, escreveram a adaptação teatral.

Fruto de uma criação coletiva, a peça é ao mesmo tempo um espetáculo solo de Maria Manoella, e uma experiência artístico-sonora conduzida ao vivo pelo músico Lúcio Maia “Uma infinidade de instrumentos musicais acompanha as ações da atriz, a partir da concepção dos Dubs jamaicanos somados a minha experiência autoral de manejar múltiplos setups explorando novas sonoridades”, comenta Lucio.

O processo de adaptação do texto se concentrou nos principais pontos de contato entre essa história e a realidade brasileira, entre essa mulher e todas as mulheres resultando em uma hibridação – ela passa a ser miêdka, meio a meio.

A versão final, descarnada, se descola do realismo da obra de não ficção e procura criar um microclima de sonho e estímulo dos sentidos. Para isso, conta também com a direção de arte de Daniela Thomas e a iluminação de Caetano Vilella, artistas hipnóticos. Fabio Namatame se soma a proposta estética com o figurino. Para expressar essa fisicalidade, foi essencial o trabalho de Vivien Buckup e também a colaboração dramatúrgica da escritora Ana Paula Pacheco, que acrescentou uma camada a mais ao trabalho desta adaptação. A diretora Mika Lins se encarrega de conduzir essa orquestra.

“Se afirmo sou humano, digo sou diferente dos animais. Toda identidade perpassa por uma noção de diferença, em que ser como se é depende do não-ser outra coisa. A partir do momento em que Nástia sobrevive à troca de olhares com um urso; ao encontro dos corpos físicos de dois mamíferos tão diferentes quanto iguais, se corporifica um não-lugar no que restou de Nástia. É isso que investigamos nessa obra, as incertezas geradas nesse embate”, conclui Maria Manoella.

Ficha Técnica
Autora: Nastassja Martin / Tradução: Camila Boldrini e Daniel Lühmann / Idealização: Maria Manoella e Fernanda Diamant / Adaptação: Fernanda Diamant, Mika Lins, Maria Manoella / Fala do Urso: Ana Paula Pacheco / Direção: Mika Lins / Co- direção: Fernanda Diamant / Com: Maria Manoella e Lúcio Maia / Direção Musical, Produção, Composição e Execução: Lúcio Maia / Direção de Arte: Daniela Thomas / Figurino: Fabio Namatame / Iluminação: Caetano Vilela / Direção de Movimento: Vivien Buckup / Assistente de Direção: Luana Gouveia / Direção de Produção: Carla Estefan / Produção Executiva: Daniela D’eon / Operação de Luz: Rodrigo Palmieri / Operação de Som e Vídeo: Edézio Aragão / Direção de Palco: Diego Dac / Assistente de Palco: Samuel Rodrigues / Fotos e vídeos: Ariela Bueno / Edição de Vídeo: Sergio Glasberg / Identidade Visual: Flávia Castanheira / Assessoria de Imprensa: Adriana Monteiro / Gestão de Projeto e Difusão: Metro Gestão Cultural.

Este projeto foi contemplado pelo Programa de Ação Cultural – ProAC n. 1 – 2023, do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas.

 

 

 

 

 

 

 

Escute as Feras
Teatro Cacilda Becker
Rua Tito, n 295 – Lapa
Capacidade: 195 lugares
De 29 de fevereiro a 3 de março
Quinta e Sábado as 18h e 21h
Sexta as 21h
Domingo às 19h
Ingressos: Gratuito (retirada de ingressos na bilheteria do teatro, 1 hora antes do início das apresentações)
Duração: 70 minutos
Recomendação etária: 16 anos

 

 

Maria Manoella – idealização e atuação
Em teatro: 30 peças, dentre as quais A Casa de Bernarda Alba (2003) direção de Dionísio Neto, Cinema Éden, direção de Emilio de Biasi (2005), Ricardo III (2006), direção de Jô Soares, Cruel (2011) direção de Elias Andreato, O Natimorto (2009), direção de Mario Bortolotto, Ala de Criados, com direção de Marco Antônio Rodrigues (2017) e O Teste de Turing (2016), direção de Eric Lenate. Recentemente integrou o elenco do díptico “As Três Irmãs” e “A Semente da Romã”, com direção de Ruy Cortez e Marina Tenório, projeto de peças que aconteciam de forma simultânea no palco do Sesc pompeia, e que ganharam os prêmios APCA e Shell de melhor direção no ano de 2022.

Em televisão: 2006 começa a sua carreira na televisão, onde participou de 3 séries na HBO, entre elas Filhos do Carnaval e Mandrake. Na Rede Globo estreia em 2006, participando da série JK. Faz sua primeira aparição em telenovelas em 2008, onde integra o elenco da novela das sete Três Irmãs. Retornou à Rede Globo em 2015 para viver a antipática Branca Vianna na telenovela das seis Sete Vidas de Lícia Manzo. Também em 2015, integrou o elenco da série Romance Policial – Espinosa para a GNT. Em 2018 esteve no ar na série Treze Dias Longe do Sol, de Luciano Moura e Elena Soarez, na Rede Globo. No mesmo ano, integra o elenco da novela medieval Deus Salve o Rei na Rede Globo, onde interpreta a dissimulada e sedutora

Mirtes. Em 2022 interpretou a cigana Lyra na novela Alem da Ilusão, além das séries “o Rei da TV” no canal Stars Plus, e Rota 66, na Globoplay.

No cinema: mais de 20 longas metragens, onde se destacam Crime Delicado de Beto Brant, A Mulher Invisível, de Claudio Torres, Jogo das Decapitações, de Sérgio Bianchi, Vermelho Russo, de Charly Braun, A Vida Invisível, de Karim Ainouz, vencedor do Festival de Cannes em 2018, Enterre seus Mortos, de Marco Dutra, este em fase de finalização.

 

Lúcio Maia – Direção musical, composição e atuação
Lúcio José Maia Oliveira, também conhecido como Jackson Bandeira (Recife, 19/3/1971) é o guitarrista da banda recifense Nação Zumbi, que juntamente com a banda Mundo Livre S/A deram origem ao movimento Manguebeat.

Foi eleito pela revista O Dilúvio o melhor guitarrista do Brasil, por sete vezes consecutivas. Está na banda desde a sua criação aos dias atuais.

Tem 2 discos de seu projeto solo intitulado `Maquinado’.

No cinema, assina as trilhas sonoras dos filmes Amarelo Manga, de Cláudio Assis, Baile Perfumado de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, e Linha de Passe, de Walter Salles.

Atualmente circula com o show de novo disco solo intitulado Lucio Maia, e compõe as trilhas sonoras para o filme Enterre seus Mortos, de Marco Dutra, e para a série O Negociador, de Bel Valiante, ambos com estreia prevista para 2023.

 

Mika Lins – Direção Artística
Mika Lins estreou nos palcos em 1984 no espetáculo A Casa de Bernarda Alba, direção de Eugênia Tereza de Andrade – pelo qual recebeu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo. Idealizou, protagonizou e produziu o espetáculo FRIDA, inspirado na vida de Frida Kahlo. E em sua trajetória como atriz trabalhou com importantes encenadores brasileiros como Antônio Abujamra, Zé Celso e Jô Soares. Seu último espetáculo como atriz foi Memórias do Subsolo, de Dostoievsky.

Em 2010 entreia como encenadora com Dueto Para Um Amor, onde dirige Bel Kowarick, que recebeu o Prêmio APCA de melhor atriz.

Em 2013 dirige e produz a adaptação de teatral de Festa No Covil, livro premiado de Juan Pablo Villalobos. Em 2015 encena Palavras de Rainha, de Sérgio Roveri, pelo qual recebe o Prêmio Qualidade Brasil de Melhor Direção e Lu Grimaldi recebe o Prêmio de Melhor Atuação. Em 2017 dirige A Tartaruga de Darwin, de Juan Mayorca.

Em 2019 Tutankaton, de Otávio Frias Filho. Em 2020 dirige Pós F, espetáculo inspirado na vida de Fernanda Young, com atuação de Maria Ribeiro, e pelo qual foi indicada ao Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Direção. Em seguida estreia Play Beckett, pela qual foi indicada ao Prêmio APCA de melhor direção.

No audiovisual dirige ao lado de Ricardo Elias o programa de Jorge Forbes Terra Dois na TV Cultura, pelo qual recebe o Prêmio APCA de melhor programa de televisão de 2017.

 

Foto: Ariela Bueno

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