Considerada um dos ícones da música popular brasileira, a viola caipira é retratada na exposição multidisciplinar “Nos Braços do Violeiro” que circulará em seis cidades do Estado de São Paulo, entre os meses de fevereiro e outubro de 2024…
Contemplada pelo ProAC, produção de Yuri Garfunkel com curadoria de João Carlos Villela mescla Arte Contemporânea, História em Quadrinhos e Música Caipira.
Com curadoria de João Carlos Villela, a mostra é sobre “A Viola Encarnada: Moda de Viola em Quadrinhos”, um romance gráfico inspirado em mais de 80 canções do repertório caipira, com roteiro e artes visuais do desenhista, músico e educador Yuri Garfunkel.
O público terá a oportunidade de apreciar as páginas originais da HQ premiada pelo ProAC 2019, com introdução escrita pelo violeiro, professor e pesquisador Ivan Vilela e indicada ao prêmio HQ MIX na categoria Melhor Adaptação em 2020.
Em suas páginas, a obra conduz o leitor para uma viagem sonora afinada e cheia de história, a partir de uma viola avermelhada nas mãos de um violeiro e de um vaqueiro, numa jornada que percorre os sertões até chegar na cidade grande, testemunhando a história da música caipira desde suas origens rurais.
Yuri Garfunkel detalha que a ideia da HQ se formou ao longo de muitos anos ouvindo música caipira. De modo geral, e no gênero Moda de Viola principalmente, ele explica que as canções descrevem narrativas tão intensas que muitas músicas inspiraram filmes. “Mas até agora não conheço outra graphic novel feita a partir desse repertório. Entendi que era um trabalho que poucos poderiam pôr em prática, e mergulhei de cabeça. No final de 2017 eu já tinha clara a estrutura do roteiro, fui a uma palestra do Ivan Vilela e me apresentei a ele que se interessou imediatamente pelo projeto e começamos a trabalhar”, relembra.
Garfunkel conta que Vilela sugeriu uma que a história fosse além dos temas mais faroeste previstos inicialmente, com muito boi e bala. “Ampliamos o roteiro com a origem da viola, derivada de instrumentos mouros e vinda ao Brasil com as primeiras caravelas portuguesas, e com a construção da Viola Encarnada, protagonista da história. Para isso, busquei ajuda do Luiz Armando da luthieria Trevo, que construiu efetivamente a viola em um mês! O Ivan também sugeriu outro desfecho para a HQ, que termina na cidade grande, completando todo o trajeto percorrido pela música caipira”, comenta Garfunkel.
Interação do público
Umas das propostas da exposição ‘Nos Braços do Violeiro’, contemplada pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) Circulação, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado, é promover a interação do público com os processos criativos do artista.
Desta forma, além do contato com os originais da obra e seus esboços originais, o visitante terá acesso à viola física que foi inspirada na viola vermelha de Tião Carreiro e encomendada ao Luiz Armando da luthieria Trevo, exclusivamente para este projeto. Estarão disponíveis também áudios das mais de 80 músicas do repertório caipira, propiciando uma imersão na HQ como um todo. O material possui recursos de acessibilidade como audiodescrição, textos em braile e alguns dos encontros promovidos com o público, como rodas de viola e bate-papo, terão tradução em Libras.
Por ser uma exposição multidisciplinar sobre um instrumento singular que marca a nossa história musical, um dos objetivos dos idealizadores é compartilhar o conteúdo com um público diverso, inclusive estudantes, universitários e grupos de idosos e outros interessados.
“Essa é uma exposição que mescla Arte Contemporânea, História em Quadrinhos e Música Caipira, por isso a intenção em cada uma das 6 cidades por onde passaremos é dialogar, trocar e aprender com os agentes locais de cada um desses campos”, explica João Carlos Villela.
Os idealizadores contam que a proposta de montar a exposição surgiu durante a pandemia de COVID-19.
Em outubro de 2021, “Nos Braços do Violeiro” foi apresentada na A7MA Galeria, na Vila Madalena, em São Paulo, com a realização de bate-papo com o curador e convidados como Xênia França, Lucas Cirillo, Shell Osmo e Renato Shimmi e roda de viola com a participação da cantora e violeira Adriana Farias e dos violeiros Gerson Curió e Inimar dos Reis.
Em junho de 2022, integrou a Mostra ‘No Braço da Viola’ no Teatro do Sesc Rio Preto. Na ocasião, Yuri Garfunkel apresentou-se ao lado de grandes nomes da viola contemporânea e ministrou oficinas de criação de HQ a partir de modas de viola.
Circulação
O ponto de partida da exposição ‘Nos Braços do Violeiro’ será dia 24 de fevereiro, às 16h, na Casa Lebre (R. Nícola Ortenzi, 104), em Bragança Paulista, com a presença dos idealizadores, Yuri Garfunkel e João Carlos Villela, e participação de violeiros como Ivan Vilela, Mel Moraes e convidados.
Depois seguirá para o Museu do Folclore, em São José dos Campos (de 27/04 a 25/05); MAGMA (Museu Aberto de Geociências, Mineralogia e Astronomia), em Botucatu e Centro Max Feffer, em Pardinho(01/06 a 10/08); Instituto Elpídio dos Santos, em São Luís Paraitinga (31/08 a 21/09) e Centro Cultural Casarão, em Campinas (28/09 a 20/10).
Os idealizadores contam que a proposta de montar a exposição surgiu durante a pandemia de COVID-19.
Ficha Técnica – ‘Nos Braços do Violeiro’
Yuri Garfunkel: artista expositor, músico, educador
João Carlos Villela: curadoria
Cris Rangel: produção executiva
Lula Fidalgo: técnico de montagem, músico
Ellen B. Fernandes: assessora de imprensa
Mário de Almeida: registro audiovisual
Realização: ProAC
Contato: garfunkelyuri@gmail.com // @yurisopa // facebook.com/yuri.sopa
Lançamento da Exposição “Nos Braços do Violeiro”
Casa Lebre
Rua Nícola Ortenzi, 104, em Bragança Paulista
Dia 24 de fevereiro de 2024, às 16h
Informações: garfunkelyuri@gmail.com
Entrada gratuita
Os idealizadores
Yuri Garfunkel: Artista visual, músico e educador
Autor dos romances gráficos A Viola Encarnada: modas de viola em quadrinhos, indicado ao prêmio HQMIX 2020 na categoria Melhor Adaptação, e A Outra Anita, sobre a trajetória da pintora Anita Malfatti, lançada em 2022 para o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Criador do Sopa Art Br, estúdio de artes visuais, ilustração e design, com mais de 10 anos de experiência em comunicação visual ligada à cultura. Desenvolve seu trabalho a partir de pesquisas na união de linguagens artísticas, relacionando HQs com arte urbana, música e educação. Com quatro exposições criadas nesse conceito, circulou por galerias como Coletivo, Matilha Cultural e A7MA, parques e estações do Metrô de São Paulo, e expôs na Argentina, Itália e Espanha. Como músico, Yuri integra desde 2008 o grupo instrumental Kaoll, com o qual gravou 3 álbuns, realizou mais de 300 apresentações pelo Brasil e uma turnê europeia em 2014. Em 2015 Yuri passou a integrar o grupo Pequeno Sertão de música caipira autoral, com quem lançou dois álbuns, em 2016 e 2021. Como educador, Yuri cria e ministra cursos e oficinas de desenho e criação artística com propostas adequadas para diferentes públicos, de crianças e terceira idade à profissionalização, com circulação no Estado de São Paulo pela rede do Sistema S e centros culturais.
João Carlos Villela: Curador, art advisor e produtor
Atua há 12 anos no mercado de arte tendo trabalhado como produtor e diretor de vendas em galerias de arte contemporânea do mercado primário. Como produtor, foi responsável por mais de 30 exposições, em galerias e espaços institucionais como o Centro Universitário Maria Antônia e o Instituto Tomie Ohtake. Entre as exposições que produziu estão as de artistas como, Ana Prata, Claudio Mubarac, Elisa Bracher, Fabio Miguez, Oswaldo Goeldi, Paulo Monteiro e Sergio Lucena. Como pesquisador na Art Options, escritório de consultoria de arte, foi responsável pela aquisição de artistas para coleções privadas e para a coleção corporativa do escritório. Desde 2016, como art advisor e curador independente, assessora colecionadores privados e artistas em desenvolvimento de carreira. Curou a exposição coletiva Campo para o Exercício da Liberdade na FUNARTE-SP em 2018, a exposição individual do artista Lumumba no Matilha Cultural em 2018, a exposição Los Silencios sobre o filme homônimo da cineasta Beatriz Seigner no Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca em 2019, e a exposição Nos Braços do Violeiro com obras de Yuri Garfunkel em 2021 na A7MA Galeria e em 2022 no Sesc-Rio Preto. Dirigiu e produziu em 2021 os shows Ao Vivo da Mooca e In Goma, do trio instrumental A Timeline, ambos com o respectivo patrocínio e apoio do ProAC SP e do Teatro Arthur Azevedo.
Foto João Carlos Villela e Yuri Garfunkel: Divulgação
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