Recentemente, o setor cultural do estado de São Paulo foi surpreendido pela notícia da extinção do programa Oficinas Culturais pela Secretaria Estadual de Cultura, Economia e Indústria Criativas, por meio do decreto nº 68.405, de 21/03/2024.
Em uma ação de resistência marcada para sábado, dia 13/04, das 11h às 13h, nas três Oficinas Culturais da capital, Oswald de Andrade, Alfredo Volpi e Juan Serrano, será realizado o ATO Contra o Fechamento das Oficinas Culturais. Participantes se unirão para lutar pela preservação desse programa e dos espaços vitais para a cultura e a arte do estado. O evento incluirá manifestações culturais e discursos que destacarão a importância das Oficinas Culturais para a comunidade artística e cultural do estado de São Paulo.
O fechamento das Oficinas não apenas privará inúmeras comunidades de oportunidades culturais essenciais, mas também terá um impacto negativo significativo no tecido cultural e econômico de São Paulo. Por esse motivo, foi criado o movimento Fica Oficinas Culturais, que lança hoje a Carta em Defesa das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo, com o objetivo de revogar o decreto que extinguiu o programa, dando continuidade a uma política pública histórica do estado e revertendo inclusive o fechamento do espaço físico da Oficina Cultural Alfredo Volpi, de fundamental importância para a comunidade de Itaquera, bairro localizado na periferia de São Paulo.
A iniciativa conta com o apoio de artistas, ex-secretários municipais e estaduais, intelectuais e personalidades como os atores Aílton Graça, Cassio Scapin, Denise Stoklos e Esther Góes, o músico Ivan Lins, o poeta Sergio Vaz, o diretor da Fundação Fernando Henrique Cardoso, Sergio Fausto, o ex-Secretário Estadual da Cultura e presidente Nacional do PV, José Luiz Penna, o ex-Secretário Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania e ex-presidente do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta/TV Cultura, Belisario dos Santos Junior, e o economista e ex-presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul.
A carta também é assinada por lideranças políticas de 7 partidos (PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB, PV e REDE Sustentabilidade), como: os deputados federais Orlando Silva (PCdoB), Luiza Erundina e Professora Luciene Cavalcante (PSOL), Juliana Cardoso (PT) e Erika Hilton (PSOL, líder do PSOL e REDE na Câmara dos Deputados); os deputados estaduais Caio França (PSB), Professora Bebel (PT, presidente da Comissão de Educação e Cultura da Alesp), Carlos Giannazi (PSOL), Marina Helou (REDE) e a Bancada Feminista (PSOL); os vereadores Celso Gianazzi (PSOL), Eliseu Gabriel (São Paulo – PSB) e Gustavo Petta (Campinas – PCdoB); a ex-vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão; e o presidente municipal do PDT em São Paulo, Antonio Neto.
Diversas organizações e movimentos da sociedade civil, representando trabalhadores da cultura em todo o estado, também endossam a carta. Entre eles estão o FLIGSP – Fórum do Litoral, Interior e Grande São Paulo, as Cooperativas Paulistas de Dança e de Teatro, o SATED – Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões no Estado de São Paulo, o ICine – Fórum de Cinema do Interior Paulista, que engloba 108 municípios, a Associação Paulista de Empreendedores Culturais, a Associação de Artistas Coreanos no Brasil, uma comunidade de imigrantes proeminente no bairro do Bom Retiro, e o Encontro de Vizinhos, um grupo que reúne diversos representantes culturais do Bom Retiro, onde está situada a Oficina Cultural Oswald de Andrade.
Sobre as Oficinas Culturais
Sobre as Oficinas Culturais, um programa criado em 1986 pelo governo de Franco Montoro em meio ao processo de redemocratização do país, destaca-se pela sua importância como uma fonte inesgotável de conexão cultural, experimentação artística e formação abrangente para pessoas de todas as idades em centenas de municípios paulistas. Desde então, desempenha um papel vital na promoção da diversidade cultural e no acesso à arte e à cultura em todo o estado de São Paulo. As Oficinas Culturais constituem um programa da Secretaria Estadual de Cultura, Economia e Indústria Criativas, atualmente gerido pela organização social Poiesis. Além disso, respondem pelo Programa de Qualificação em Artes e por 3 Centros Culturais na capital que recebem ensaios, espetáculos, exposições e eventos importantes para o setor, tudo de forma gratuita. Nos últimos 10 anos na capital, interior e litoral paulista foram fechadas as seguintes Oficinas Culturais:
Oficina Cultural Hilda Hilst – Campinas
Oficina Cultural Pagu – Santos
Oficina Cultural Fred Navarro – Rio Preto
Oficina Cultural Grande Otelo – Sorocaba
Oficina Cultural Gerson de Abreu – Iguape
Oficina Cultural Altino Bondesan – São José dos Campos
Oficina Cultural Amácio Mazzaropi – São Paulo
Oficina Cultural Carlos Gomes – Limeira
Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes – Bauru
Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda – São Carlos
Oficina Cultural Cândido Portinari – Ribeirão Preto
Oficina Cultural Silvio Russo – Araçatuba
Oficina Cultural Timochenco Webbhi – Presidente Prudente
Oficina Cultural Tarsila do Amaral – Marília
Número de 2023 do Programa Oficinas Culturais:
OFICINA CULTURAL ALFREDO VOLPI
217 atividades
23.073 público
OFICINA CULTURAL JUAN SERRANO
240 atividades
21.354 público
OFICINA CULTURAL OSWALD DE ANDRADE
383 atividades
42.679 público
PROGRAMA FORMAÇÃO PARA O INTERIOR
Foram atendidos 155 municípios de todas as regiões do Estado
Atividades on-line em 274 cidades de todas as regiões do Estado de São Paulo
Leia a Carta em Defesa das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo: aqui
ATO Contra o Fechamento das Oficinas Culturais:
Sábado, 13 de abril, das 11h às 13h
Nas três Oficinas Culturais da capital:
Oficina Cultural Oswald de Andrade
Rua Três Rios, 363, Bom Retiro
Oficina Cultural Alfredo Volpi
Rua Américo Salvador Novelli, 416, Itaquera
Oficina Cultural Juan Serrano
Rua Joaquim Pimentel, 200, Brasilândia
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