Plataforma que mapeia Drag Queens ganha ampliação

Lançado em 2023 pelo Coletivo Acuenda o Mapa Drag já tem mais de 300 Drag Queens cadastradas. A plataforma, que atua na organização dessas profissionais para que tenham mais visibilidade, valorização e oportunidades de emprego, agora começa o mapeamento das artistas das zonas Oeste, Norte e Centro da cidade de São Paulo…

 

 

 

 

 

Movimentar a economia criativa e a cadeia produtiva, além de encurtar o caminho entre as Drag Queens/ Kings e artistas transformistas e pessoas e empresas interessadas nas ações profissionais e artísticas desse grupo de artistas é a principal finalidade do primeiro Mapa Drag do Brasil. A plataforma digital gratuita idealizada pelo Coletivo Acuenda, da Zona Leste da capital paulista, completa um ano de sucesso com ampliação das áreas mapeadas.

O Mapa  Drag  [coletivoacuenda.com.br/mapa], é o primeiro do Brasil a realizar um mapeamento das Drag Queens/Kings e artistas transformistas brasileiras. A plataforma entrou no ar em fevereiro de 2023 com 80 artistas cadastradas. Em um pouco mais de um ano já soma 300 profissionais das regiões Leste e Sul de São Paulo, além da região do Alto Tietê.

Agora, o projeto, que contemplado pela 8ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da Cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura e comemora os 10 anos do Coletivo Acuenda, começa a mapear as Drag Queens/ Kings e artistas transformistas das regiões Oeste, Norte e Centro da cidade de São Paulo.

Para os primeiros cadastros do Mapa  Drag, os integrantes do Coletivo Acuenda entraram em contato com mais de 600 artistas de diversas regiões do Brasil e também do exterior. Bruno Fuziwara, ator e um dos fundadores do Acuenda, explica que não foi fácil mapear as primeiras profissionais, mas conseguiram formar uma rede que divulgou muito o projeto. “Dessa vez estamos inovando, mais uma vez, e chamamos três Drag Queens já reconhecidas na cena artística para ajudar: Gysella Popovick (Zona Norte), Drag Tiffany (Zona Oeste) e Tchaka (Centro)”, completa ele.

 

Visibilidade e valorização
De forma objetiva, o Mapa  Drag possibilita que as Drags e as artistas transformistas possam ter um perfil com três fotos, uma descrição sobre o seu trabalho, área de atuação e disponibilidade e sua rede social mais usada. A partir de então, pessoas físicas e empresas poderão encontrar, solicitar e contratar o trabalho artístico de acordo com o perfil desejado. As categorias para cadastro no Mapa Drag são diversas, como comediante, apresentadora, bailarina, maquiadora, cabeleireira e performer, entre outras.

A plataforma também realiza um trabalho de registro visual padronizado com uma sessão de fotos. “Assim, cada uma destas artistas possa ter um novo olhar sobre sua trajetória crescendo cada vez mais”, conta Bruno.

De acordo com David Costa, ator e integrante do Acuenda, o coletivo que existe há 10 anos, já trabalha com diversas linguagens na sua pesquisa de criação e vive da arte Drag desde muito tempo. “O objetivo agora é ampliar o mapeamento para as outras áreas fora da capital paulista com planos de que, no futuro, o mapeamento também seja feito em nível nacional”, adianta ele.

Em formato totalmente digital, o Mapa Drag localiza as artistas de múltiplas maneiras, como por regiões, bairros e categoria profissional. Os dados recolhidos para registro, até então inexistentes na cidade de São Paulo, poderão criar novas possibilidades e estatísticas para o setor cultural trazendo instrumentalização e capacitação para essa classe artística.

“O Mapa  Drag  já foi acessado em todas as regiões brasileiras e de Portugal, Estados Unidos, China e Japão. Nesse tempo mais de 10 artistas tiveram trabalhos efetivados pela plataforma. Um mapeamento preciso e abrangente de Drag Queens/Kings e artistas transformistas contribui para a visibilidade e valorização da comunidade LGBTQIAPN+ e pode ajudar a combater estigmas e preconceitos, promovendo a diversidade e a inclusão, além da implementação de políticas mais inclusivas e representativas”, enfatiza David Costa.

 

Sobre o Coletivo Acuenda
Formado por artistas moradores do Jardim Romano, extremo da Zona Leste de São Paulo, foi fundado em junho de 2014 a partir da ação cultural Cabaret D’água que surge com o desejo do grupo de se aproximar da comunidade, falar sobre questões LGBTQIA+ e trazer para o bairro o olhar para a diversidade e inclusão. O coletivo realiza também o concurso Drag D’água, que revela novos artistas e suas criatividades enquanto Drag Queen/Drag King. Em dezembro de 2015 e 2016, o coletivo realizou o Rolezinho Drag, uma ocupação artística no trem da Linha 12 Safira da CPTM, entre as estações do Brás e do Jardim Romano. Em 2017 estreou o seu primeiro espetáculo Periferida (que volta aos palcos em 2018 e estreia on-line em 2021). No ano seguinte o grupo recebe o Prêmio PapoMix da Diversidade na categoria Ativismos e Coletivos e em 2019 é contemplado na 4ª edição de Fomento à Cultura da Periferia da Cidade de São Paulo e Secretaria Municipal de Cultura, realizando a primeira mostra ZLGBT que reuniu artistas LGBTQIAPN+ da Zona Leste da capital paulista. Em 2020 o coletivo foi contemplado no Proac de Produção e Temporada de Espetáculos Inéditos de Teatro e em 2021 deu início a construção da dramaturgia do espetáculo on-line Brilho e Batom – Uma Vivência Editada, que surgiu do questionamento e investigação das pioneiras na arte Drag em São Paulo, os atores transformistas e sua relação com o envelhecimento em contraponto com a juventude atual.

 

 

 

Mapa Drag
Site – coletivoacuenda.com.br/mapa
Instagram e Facebook – @coletivoacuenda
Informações:
(11) 95288-2903 | producaocoletivoacuenda@gmail.com

 

Foto Bruno Fuziwara e David Costa: Matheus Henrique

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