Espaço Cultural Refinaria Teatral recebe Ensaios Perversos

Em cinco horas de programação contínua no Refinaria Teatral, abre com bate-papo com o educador e curador teatral Sérgio Oliveira, no segmento ‘Conversas Sem Fim’; prossegue com as performances de Chris Cruz, em parceria com Flávio Hernandes, e da Cia. Mundu Rodá, no bloco ‘Preliminares’, e encerra com a apresentação musical de Isadora Kerexu, no ‘Dance Floor’…

 

 

 

 

 

“Ensaios Perversos”, ação mensal da Cia Perversos Polimorfos, dirigida por Ricardo Gali, reserva para o primeiro sábado de junho, dia 8, um encontro entre práticas artísticas tradicionais da cultura popular e indígena com as cenas contemporâneas ocidentais, reunidas em conversas, performances e show musical no Refinaria Teatral, espaço cultural localizado na Zona Norte da capital paulista. Grátis.

Começa às 18h30, na Conversa Sem Fim “Atos Performativos”, entre o público e o educador, curador de artes cênicas, produtor e gestor cultural Sérgio Oliveira. O bate-papo vai girar em torno de cenas contemporâneas e suas conexões com a tradição, os códigos reconhecíveis de composição e seus contrastes com outros modos de encenação, atualizados pelas novas formas de vivências humanas. Sergio Oliveira tem formação em História, com bacharelado na PUC-SP e licenciatura na Famosp. Estudou Música na Fundação das Artes de São Caetano do Sul; fez especialização em Gestão Cultural pelo Centro de Pesquisa e Formação do Sescsp, onde foi educador, programador de artes cênicas e assessor cultural para área de teatro, entre 1994 e 2023.

Na sequência, o bloco Preliminares traz duas performances: às 20h, “Pátria Carne”, uma parceria entre Chris Cruz (DançaMuda) e Flávio Hernandes (Macaco Fantasma), e às 20h40, “Chã de Mundos – Tradição, Técnica e Poética nas Artes da Cena Brasileira”, aula espetáculo da Cia. Mundu Rodá.

Com música e criação sonora ao vivo, “Pátria Carne” é baseada no poema “Carta para um país fantasma”, escrito por Flávio Hernandes, durante a pandemia de Covid, que fala da dor do flagelo e da agonia e medo crescentes diante a condução da doença, e faz um retrospecto das feridas e cicatrizes que o país tem marcadas em sua história de desigualdade, desrespeito, matança e desmatamento. Desde 2014, a atriz, dançarina, palhaça e mímica, Chris Cruz, e o músico, poeta e co-diretor, Flávio Hernandes, criam e apresentam espetáculos baseados em pesquisas sobre dança contemporânea, butoh, teatro físico e poesia.

A aula-espetáculo “Chã de Mundos – Tradição, Técnica e Poética nas Artes da Cena Brasileira” aborda procedimentos metodológicos e os caminhos percorridos pela Cia Mundu Rodá, ao longo dos seus 24 anos de atuação. No diálogo entre dança, teatro, música e os saberes e fazeres das tradições cênicas brasileiras, mostra a inter-relação destas linguagens na construção do trabalho técnico-criativo de artistas-intérpretes e os lugares de afeto e parcerias com grupos tradicionais. A Mundu Rodá nasceu da inquietude para experenciar outras visões de mundo, divergentes das oficialmente impostas. Desde a sua fundação em 2000, por Juliana Pardo e Alício Amaral, a Cia mantém um trabalho continuado de pesquisa, que tem contribuído para um movimento das artes brasileiras contemporâneas, que se pensam para além dos padrões eurocêntricos de criação e modos de produção.

No Dance Floor, a partir das 21h30, Isadora Kerexu faz a apresentação musical “Uma Jornada de Resiliência e Expressão”, onde tece melodias e histórias de originalidade e paixão. Das raízes caboclas, Isadora compartilha a jornada de autodescoberta, ativismo e conexão com diferentes etnias indígenas urbanas. Integrante do movimento Wayrakuna, Isadora Kerexu tem raízes em Minas Gerais e Bahia, mas encontrou seu lar em São Paulo. Autodidata, iniciou sua jornada ativista junto ao povo Guarani aos 14 anos. Aos 15, liderou ações voluntárias na Terra Indígena Jaraguá, promovendo conscientização sobre demarcação de terras. Seu envolvimento com diferentes etnias indígenas urbanas alimenta sua expressão artística, que inspira outros na jornada de autodescoberta.

Realizado há 10 anos, Ensaios Perversos tem proposto gerar ambientes férteis que semeiem estudos, discussões e partilhas artísticas, especialmente em espaços deslocados do centro, para colaborar com o fortalecimento cultural a partir do desenvolvimento de redes criativas entre artistas de distintos segmentos, bem como a expansão do público promovendo novas formas de sociabilidade.
Neste momento, integra projeto contemplado pelo programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura.

 

 

 

 

 

 

Ensaios Perversos
Ação da Cia Perversos Polimorfos com direção de Ricardo Gali
Espaço Cultural Refinaria Teatral
R. João de Laet, 1507 – Vila Aurora (Zona Norte), São Paulo
Tel: 11 99301-7715
Sábado, 8 de junho, das 18h30 às 23h00
Local com acessibilidade
Grátis

Programação

18h30 – Conversa sem fim – “Atos Performativos”, com Sergio Oliveira

20h – “Preliminares 1” – apresentação de “Patria Carne”, com Chris Cruz (DançaMuda) e Flávio Hernandes (Macaco Fantasma)

20h40 – “Preliminares 2” – apresentação de “Chã de Mundos – Tradição, Técnica e Poética nas Artes da Cena Brasileira”, aula espetáculo da Cia. Mundu Rodá.

21h30 – “Dance Floor” – “Uma Jornada de Resiliência e Expressão”, com Isadora Kerexu (até 23h)

 

 

Foto de Cena de “Chã de Mundos”, aula-espetáculo da Cia Mundu Rodá: Divulgação

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