Egberto Gismonti homenageia Naná Vasconcelos com shows no Itaú Cultural

Multi-instrumentista foi grande amigo e parceiro artístico de Naná por décadas. Juntos, os dois gravaram álbuns memoráveis como Dança das Cabeças, Sol do Meio Dia e Saudades. Apresentações acontecem em sinergia com a Ocupação dedicada ao percussionista, em exposição no IC sobre a sua vida e obra…

 

 

 

De 11 a 13 de outubro, sexta-feira a domingo, o multi-instrumentista e compositor Egberto Gismonti realiza no Itaú Cultural três shows em homenagem ao percussionista pernambucano Naná Vasconcelos (1944-2016). As apresentações, que também celebram a sua amizade e parceria artística de décadas, acontecem em sinergia com a Ocupação Naná Vasconcelos, mostra em cartaz no piso térreo do IC até 27 de outubro.

Os ingressos dos shows são gratuitos e já podem ser reservados no site do IC (www.itaucultural.org.br). Quem não conseguir garantir o seu, pode comparecer ao Itaú Cultural no dia do show, uma hora antes do começo da apresentação, quando é formada a fila de espera. Os ingressos que tiverem desistência são distribuídos por ordem de chegada.

Apesar de já se conhecerem no circuito musical, Gismonti e Naná se tornaram próximos em 1976, quando gravaram o disco Dança das Cabeças, lançado um ano depois. Foi a primeira de várias colaborações artísticas que viriam depois. “Estou reunindo uma série de histórias que pretendo contar antes ou depois de cada música, sobre Naná ou lembrando situações que nos aproximaram”, diz ele. Por exemplo, um encontro que tiveram em Paris, ocasional, inesperado e absolutamente necessário, segundo o músico, para que criassem este álbum e depois Sol do Meio Dia e Saudades.

“Minha intenção com esses shows é homenagear meu amigo e parceiro, que estabeleceu minha régua e compasso de qualificação para a vida”, diz Gismonti. “Meu interesse é mostrar a música que inventamos a partir de formações sem precedentes: violão e berimbau, e piano e tumbadora, que abriram mais um afluente para nosso rio frondoso que atende pelo nome de miscigenação”, conclui.

No palco da Sala Itaú Cultural, Gismonti, ao piano, é acompanhado pelo músico Daniel Murray, no violão. O repertório traz canções de alguns dos vários álbuns do artista, como Cego Aderaldo, do Circense (1980), e Água e Vinho, composta com Geraldo Carneiro, do álbum de mesmo nome lançado em 1972. Gismonti também escolheu tocar obras de outros músicos, que inspiraram o trabalho de Naná, como Carinhoso (c. 1917), clássico da música popular brasileira, de Pixinguinha e Braguinha. Não poderia faltar Dança das Cabeças, música que dá nome ao primeiro disco feito com Naná Vasconcelos – juntos, eles criaram ainda Sol do Meio Dia (1978) e Saudades (1980).

Sobre este último, Egberto tem mais lembranças. “Naná sempre teve o sonho de fazer um álbum com berimbau e orquestra. Quando surgiu a oportunidade, estávamos viajando para fazer 20 shows na Europa antes da data da gravação”, lembra ele. “Então, compusemos no ônibus. Eu sabia de memória o solo de berimbau do Naná e pedi para ele cantar para mim a orquestra que queria. Ele ia cantando e eu ia escrevendo”, conta.

Ainda segundo o músico, às vezes, quando paravam em um posto na estrada, ele procurava um piano e tocava para os dois irem construindo o disco. “Depois que gravamos Saudades, pedi para que dessem os créditos para Naná, pois a sua participação no Dança das Cabeças, que acabou levando o meu nome, havia sido muito forte. Quando ele descobriu, ficou um mês sem falar comigo, mas depois passou a rir da situação”, completa.

Essa é uma das muitas histórias que eles foram construindo com sua convivência musical e de amizade, que Gismonti planeja contar no show. De acordo com ele, o espetáculo será inteiramente preenchido pela lembrança da vida e da obra do amigo. “Apesar de Naná já ter morrido, eu converso com ele todos os dias. Ao Naná, pelo Naná e sobre o Naná, só há coisas vivas”, conclui o artista.

 

Imagem do Egberto Gismonti com o Naná Vasconcelos
A foto que ilustra a publicação foto clicada em Nova York na década de 70, por Lizzie Bravo (1951-2021), uma cantora brasileira que ficou conhecida por gravar com os Beatles, dos quais ela era muito fã, em 1968, quando tinha apenas 17 anos. Ela participou da música Across the universe. Depois, participou de discos de nomes importantes da música brasileira, como Alceu Valença, Alcione, Caetano Veloso e o próprio Egberto Gismonti.

 

Sobre a Ocupação Naná Vasconcelos
O berimbau original de Naná Vasconcelos está fincado no coração da Ocupação dedicada a ele no Itaú Cultural, em cartaz até 27 de outubro. O instrumento foi construído pelo percussionista, em 1967, com uma corda de piano afinada em Fa em substituição à tradicional. Foi o único berimbau que teve e o acompanhou até a sua morte, em 2016. Desde então, o objeto permaneceu fechado em um depósito da família, em Recife, e agora é exposto pela primeira vez.

A Ocupação Naná Vasconcelos traz a essência e unicidade da vida e obra desse multiartista brasileiro, nascido em Pernambuco em 1944. Localizada no térreo do Itaú Cultural, à vista logo que se entra, a mostra traz ampla seleção de fotos, vídeos, vestimentas, instrumentos e objetos originais – como uma das premiações recebidas por ele: o Grammy Latino, conquistado em 2011 pelo álbum Sinfonia e Batuques.

A concepção e realização é do Itaú Cultural, com curadoria da gerência de Curadorias e Programação Artística, consultoria de Patrícia Vasconcelos, mulher de Naná, e pesquisa do jornalista Mateus Araújo. A expografia é da Casa Criatura.

 

 

 

 

 

Shows de Egberto Gismonti em homenagem a Naná Vasconcelos
Itaú Cultural
Sala Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô
Capacidade: 224 lugares
Dia 11 de outubro, sexta-feira, às 20h
Dias 12 e 13 de outubro, sábado e domingo, às 19h
Classificação indicativa: AL – livre
Duração: 90 minutos aprox.
Entrada gratuita
Ingressos disponíveis para reserva a partir de 2 de outubro no site do IC: www.itaucultural.org.br

Protocolos:
– É necessário apresentar o QR Code do ingresso na entrada da atividade até 10 minutos antes do seu início. Após esse período, o ingresso será invalidado e disponibilizado na bilheteria.
– Se os ingressos estiverem esgotados, uma fila de espera presencial começará a ser formada 1 hora antes da atividade. Caso ocorra alguma desistência, os lugares vagos serão ocupados por ordem de chegada.
– O mezanino é liberado mediante ocupação total do piso térreo.
– A bilheteria presencial abre uma hora antes do evento começar.
– Devolução de ingresso:
Até duas horas antes do início da atividade, é possível cancelar o ingresso diretamente na página da Inti, assim outra pessoa poderá utilizá-lo. Na área do usuário, selecione a opção “Minhas compras” no menu lateral, escolha o evento e solicite o cancelamento no botão disponível.

– Programação sujeita a cancelamento:
O Itaú Cultural informa que sua programação poderá ser cancelada em virtude de questões extraordinárias. Nesse caso, os ingressos adquiridos perdem a validade. O público que reservou o ingresso será notificado por e-mail. Um eventual reagendamento da programação ficará a exclusivo critério do IC, de acordo com a disponibilidade de agendas, sem preferência para quem adquiriu os ingressos anteriormente.

 

Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô
Terça a sábado, das 11h às 20h
Domingos e feriados, das 11h às 19h
Informações: pelo telefone (11) 2168.1777 e wapp (11) 9 6383 1663
E-mail: atendimento@itaucultural.org.br
Acesso para pessoas com deficiência física
Estacionamento: entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

www.itaucultural.org.br
www.facebook.com/itaucultural
www.youtube.com/itaucultural

 

Foto Egberto Gismonti com Naná Vasconcelos: Lizzie Bravo

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