Vania Abreu lança novo álbum e reflete sobre as diversas formas de amar

Artista baiana retorna à música com o álbum Pode Ser que o Amor Seja Outra Coisa, trazendo dúvidas e reflexões sobre o amor e a vida…

 

 

 

 

Após uma pausa, Vania Abreu está de volta com o lançamento de seu novo álbum, Pode ser que o amor seja outra coisa, pela Faro Fino Music. O trabalho convida à reflexão sobre o amor e suas complexidades. Com uma carreira sólida na MPB, Vania traz em suas canções uma visão contemporânea sobre sentimentos, dúvidas e transformações.

Neste novo álbum, a cantora explora novas maneiras de entender e expressar o amor em um mundo de incertezas. “Vivemos na era da pós-verdade, onde cada um define o certo e o errado, e onde amor e sexo assumem novas formas. Eu trago mais dúvidas e sugiro que talvez o amor seja algo diferente”, reflete sobre o processo criativo.

O destaque é a faixa Sal do Himalaia, co-autoria de Vania com Simão Abbud, com produção e arranjos de Giovani Goulart, que também tocou todos os instrumentos. A música traz uma abordagem pop sofisticada.

Ao longo de sua carreira, Vania se destacou por explorar e interpretar o trabalho de grandes compositores, sendo uma das primeiras a gravar nomes como Chico César, Carlos Careqa, Lucas Santana, Marcelo Quintanilha e Zeca Baleiro. Para Vania, “a música e a palavra se encontram para formar uma parceria poderosa, especialmente na música brasileira, e estamos perdendo boa parte de nossa beleza linguística, de nosso simbolismo profundo “privilegiando” um linguajar direto sem poesia e sem encantamento.”

Entre seus lançamentos estão álbuns marcantes como Vania Abreu (1995), Pra mim (1996), Seio da Bahia (1999), Eu sou a multidão (2003), Pierrot e Colombina (2006), Misteriosa dona esperança (2007) e Flor da Bahia (2010). Além disso, Vania produziu o CD do sambista Riachão, Mundão de Ouro (2012), indicado ao Prêmio da Música Brasileira 2013, na categoria samba como melhor álbum e melhor cantor, e atuou na direção artística do selo Friends Music.

Com uma trajetória marcada pela profunda conexão com a música brasileira, tal qual suas referências sempre fizeram, “Pode ser que o amor seja outra coisa” chega com diferentes sonoridades e abordagens. O álbum reafirma sua constante evolução na MPB, provando que sua música continua a dialogar com o público contemporâneo.

 

 

 

 

 

Pode ser que o amor seja outra coisa
Intérprete: Vania Abreu

 

 

Ficha técnica:
Intérprete: Vania Abreu.
Álbum em formato digital Selo: Faro Fino Music.
Distribuição digital: Believe.
Produção: Giovani Goulart.
Arte e caminhos visuais: Igor Liberato
Arranjos e Instrumentos: Giovani Goulart.
Mixagem e masterização: Giovani Goulart.
Lançamento: Outubro de 2024.

Faixa a faixa

01. Minha Palavra (Alexandre Leão, Manuca Almeida e Ivan Huol)
Um Ijexá, elegantemente vestido para esta poesia que desenha a palavra na música, aparece como segunda faixa, reforçando o intenso espaço de trocas simbólicas com a música de pertencimento e identidade. A palavra se une à melodia do sotaque, compondo a canção.

02. Sal do Himalaia (Simão Abbud e Vania Abreu)
A primeira canção em que Vania assina como autora, em parceria com o paulistano Simão Abbud, surge como segunda faixa para costurar o conceito do álbum sobre a delicadeza do amor no dia a dia e a importância do cotidiano. Diferente do glamour e da excitação de muitas canções que falam de amores intensos e dolorosos, esta música traz um novo olhar sobre o amor, que deixa de lado a ideia de alma gêmea ou amor à primeira vista, e se constrói a partir da vivência de muitos desamores.

03. Cheia de Graça (Mario Adnet e Carlos Rennó)
Vania grava pela primeira vez os autores Mário Adnet e Carlos Rennó nesta canção chamada Cheia de Graça, com uma letra que fala do amor que encontra e enxerga outras belezas, da graça como alegria e dádiva recebida. Num mundo cheio de estéticas, de harmonizações duvidosas, de corpos esculpidos, Vania escolheu uma canção com outras graças para lembrar que amor é que embeleza a vida.

04. Versos de Amor (Alexandre Leão e Manuca Almeida)
São nos versos, na poesia, nas palavras ditas sem disfarces que achamos o caminho de volta. Os versos que convocam com simplicidade. Vania faz uma homenagem à Manuca Almeida, poeta, ator, produtor musical e escritor aracajuano falecido em 2017.

05. Os Faróis Acesos (Tenison Del Rei)
Um sucesso na década de 90, do grupo baiano de mesmo nome que vem neste álbum representar as canções da liberdade do amor. “Pensei muito nas canções que ouvi na minha adolescência e no quanto elas me moveram”, declara Vania. Tenison é um dos autores baianos mais consagrados e gravados do mercado de música baiana e, Vania foi a primeira cantora a gravá-lo, em 1991.

06. Língua De Babel (Carlos Careqa – Edson Vulcanis -Thadeu)
Carlos Careqa é um dos compositores mais presentes na carreira da artista desde 1997. Língua de Babel é uma daquelas canções com a força que só a música encontra. É a música que personaliza a nossa experiência no mundo e que forma um repertório imagético de nossas memórias. Para Vania, o amor ainda dói muito.

07. Tempo Velho (Douglas Germano (Cuca)
A primeira vez que Vania grava Cuca e nesta bela canção que tem a mistura de nossa religiosidade brasileira que sabiamente coloca o tempo e o mistério nas nossas experiências amorosas.

08. Voz Interna (Fernando Silva e J. Velloso)
Fernando Silva é português e J. Velloso, baiano, dois autores que compuseram juntos esta belíssima canção que traz no rastro dos amores, a ideia do amor que tem hora para acabar, de amores destinados ao fim.

09. Quem Gostou de Mim (Jonas Tatit e Luiz Tatit)
E quase no final do álbum, uma canção do genial Luiz Tatit com seu filho, Jonas Tatit. Uma outra imagem sobre amar e desamar. De algum modo, se fomos feitos para amar e ainda não sabemos como, também não sabemos “ainda” desamar.

10. Começar de Novo (Ivan Lins e Vítor Martins)
Vania sempre regrava obras clássicas da música brasileira em seus álbuns, geralmente ocupando a última faixa da sequência. Isso funciona como um retorno, uma referência a si mesma, às suas origens e identidade. Neste álbum, ela grava pela primeira vez Ivan Lins e Vítor Martins, fechando honrosamente a proposta do disco ao reafirmar a ideia de recomeços eternos, tanto nos relacionamentos quanto em outros amores. Os amores eternos sempre recomeçam.

 

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Foto: Edson Kumasaka

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