O solo “Última Memória” de Sara Carinhas recebeu indicação de melhor atriz – Prêmio Autores 2024, agora chega a São Paulo com apresentações nos dias 19 e 20 de dezembro no Teatro Garagem…
A memória ocupará o lugar central deste projeto. Não. Não é sobre memória mas sobre o medo de esquecer.
Aliando a sua voz à de outras autoras, Sara Carinhas procura confundir na sua auto-biografia, ficções e relatos que não lhe pertencem. Virginia Woolf, eterna autora-fantasma revisitada por Sara, voltará a aparecer, desta vez através dos seus textos de não-ficção, acompanhada por outras autoras que ocupam discursos diversos do seu – por lá estarão também imagens, árvores genealógicas, cartas recebidas, medo do fim do mundo e a literatura necessária para manter o sonho. Um espetáculo que se pode confundir com uma festa, — com todos os perigos que possa conter, através da qual a atriz partilha referências que alimentem ideias, frames de vida, pensamentos inacabados, dúvidas e propostas, oscilando entre o roteiro que redigiu e a improvisação, ou esquecimento, do momento.
Repercussão:
“[Sara Carinhas] quer uma obra de encontro, pela qual se expõe ao outro e convida o outro a uma trajetória sensível pela memória, pelo temer não a ter, por dividir ao coletivo a responsabilidade de torná la pulsante ao futuro.”- Ruy Filho, Antro Positivo, Abril 2023
“Sentados em cima de um espanto, vemos a actriz que será mulher durante hora e pouco e a mulher que será actriz. Os gestos coman dam o corpo único da peça que nos promete honestidade e deva neios, relatos e fábulas, num jogo de corpos e palavras. E como se constrói a memória?”- Revista Intro, Abril 2023
“Sou devolvido ao individual, ainda que esteja unido, sem dúvida, àquela última memória, ela sim, agora coletiva: o teatro – uma caixa de madeira com sua própria luz interna. Saio vivo, completamente em contradição; celebrar a vida é celebrar o seu inevitável esquecimento. Um brinde ao amor é, nesse sentido, um pedido de socorro.”- Esse Texto, Abril 2023
Ficha Técnica
Criação, dramaturgia e interpretação: Sara Carinhas
Assistente de encenação: Joana Picolo
Filmagens e olhar de: Joana Botelho
Consultoria artística: Nádia Yracema e Sara Barros Leitão
Desenho de som: Madalena Palmeirim
Desenho de luz: Catarina Côdea
Direção de produção: Célia Costa
Residências artísticas: Officina Mundi – Joana Villaverde (Avis); Município de Avis; O espaço do tempo (Montemor-o-Novo); Festival END (Coimbra)
Apoios: Mostra Camaleoa (Florianópolis, Brasil), Companhia Olga Roriz (Lisboa) Agradecimentos: Mariana Sá Nogueira, Ana Paganini, Olga Roriz, Madalena Alfaia, Margarida Côdea, Nome Próprio, vinho Que Se Foda
“Última Memória”
Teatro Garagem
Rua Silveira Rodrigues, 331 Siciliano, São Paulo
Capacidade: 50 lugares
Preços: R$ 66,00 e meia R$ 33,00
Vendas pelo Sympla
Duração: 60 minutos
Classificação: 14 anos
Carreira da atriz e encenadora Sara Carinhas
Nasceu em Lisboa, em 1987. Filha do encenador Nuno Carinhas e da bailarina e coreógrafa Olga Roriz estreou como atriz em 2003 trabalhou em Teatro com Adriano Luz, Ana Tamen, Beatriz Batarda, Cristina Carvalhal, Fernanda Lapa, Isabel Medina, João Mota, Luís Castro, Marco Martins, Nuno Cardoso, Nuno M Cardoso, Nuno Carinhas, Olga Roriz, Ricardo Aibéo, e Ricardo Pais.
Em 2015 é premiada pela Sociedade Portuguesa de Autores de melhor atriz de teatro, recebe a Menção Honrosa da Associação Portuguesa de Críticos de teatro e o Globo de Ouro de melhor atriz pela sua interpretação em A farsa de Luís Castro (2015).
Em cinema trabalhou com os realizados Alberto Seixas Santos, Manoel de Oliveira, Pedro Marques, Rui Simões, Tiago Guedes e Frederico Serra, Valeria Sarmiento, Manuel Mozos, Patrícia Sequeira, João Mário Grilo, entre outros. Foi responsável pela dramaturgia, direção de casting e direção de atores do filme Snu de Patrícia Sequeira.
Foi distinguida com o prémio Jovem Talento L’Oreal Paris, do Estoril Film Festival, pela sua interpretação no filme Coisa Ruim (2008).
Em televisão participou em séries como Mulheres Assim, Madre Paula e 3 Mulheres, tendo sido diretora de atores, junto com Cristina Carvalhal, de Terapia, realizada por Patrícia Sequeira.
Trabalhou em direção de cena com a Escola de Mulheres, participou numa criação colectiva a partir do romance Eurico o Presbítero, de Alexandre Herculano e foi assistente de encenação de Beatriz Batarda em Azul Longe Nas Colinas.
Como encenadora destaca “As Ondas” (2013) a partir da obra homónima de Virginia Woolf, autora a que regressa em “Orlando” (2015), uma co-criação com Victor Hugo Pontes. Em 2019 estreia “Limbo” com sua encenação, espetáculo ainda em digressão pelo país, tendo sido recentemente apresentado em Londres. Assina pela segunda vez o “Ciclo de Leituras Encenadas” no Jardim de Inverno do São Luiz Teatro Municipal.
Foto: Divulgação
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