Espetáculo Sei Lá Vi propõe ruptura com a ilusão como metáfora para a vida

Montagem da Companhia do Estevão Maravilha, Sei Lá Vi estreia dia 5 de outubro, quinta-feira, na Oficina Cultural Oswald de Andrade…

 

 

 

Com direção de Caco Mattos, traz no elenco Fernando Stelzer, Lucas Pinheiro Paiva, Rafael Senatore e Rodrigo Horta. O espetáculo foi contemplado pelo ProAc Primeiras Obras de Teatro em 2016. Ingressos gratuitos.

A concepção do espetáculo surgiu a partir de questionamentos sobre a postura do ser humano perante as mais diversas situações do cotidiano e como ela escancara nossas fragilidades dentro da sociedade. No interesse em explorar modos com que a farsa, a mentira e a ilusão colocam a humanidade cada vez mais na posição de espectadora da própria vida.

A partir da pergunta “o que é ilusão para você?” o diretor pediu aos atores pequenas cenas, músicas, depoimentos pessoais e imagens. Durante o processo de pesquisa visitaram instituições com crianças, adolescentes, adultos e idosos, analisando de que maneira a ilusão atua nessas fases da vida. “Esse foi um momento de levantamento de materialidades cênicas. Em seguida o grupo foi provocado a escolher quais eram as cenas que poderiam potencializar o discurso sobre a ilusão que eles gostariam de emitir. Priorizei e apostei na autonomia dos integrantes, questionando e orientando suas escolhas. Minha função teve uma abordagem artística pedagógica nessas provocações”, conta Caco Mattos.

Ao observar o nonsense dos movimentos surrealista e dadaísta, a fantasia dos desenhos animados e os antigos espetáculos de variedades (por sua pluralidade de atrações, como palhaços, ilusionismo, música, dança etc), Sei Lá Vi traz uma estética simplista, mas que busca atingir o público pelo deslumbre sinestésico e imaginativo, traduzindo a vida através do não-convencional e da subversão à lógica.

“A peça faz uma metáfora sobre a vida, as vezes muito sutil, subliminar. Constantemente, estamos imersos numa relação de ilusão sem perceber, seja nas relações afetivas, nas questões tabus como a morte, nas relações de poder, na solidão. Estabelecemos, conscientes ou não, uma relação com a ilusão e muitas vezes somos manipulados por ela sem nos darmos conta disso”, fala Mattos.

A peça é encenada a partir da metalinguagem com os próprios atores realizando uma peça de teatro, cujas cenas são divididas em números de variedades, referentes a cada fase da vida, como infância, juventude, maturidade, velhice. Ao falar de ilusão, a linha entre realidade e fantasia torna-se mais tênue e o jogo, mais vivo.

A trilha sonora traz diversos temas característicos de seus tempos como música clássica, valsa, jazz, e o chá chá chá, além de algumas composições próprias, que auxiliam no jogo cênico.

“A provocação é instaurar nos espectadores a ruptura da ilusão e colocá-los para pensar a partir da sua experiência pessoal sobre a vida e questões que a Companhia quer abordar”, explica Mattos.

Ficha Técnica
Direção: Caco Mattos
Criação: Companhia do Estevão Maravilha
Elenco: Fernando Stelzer, Lucas Pinheiro Paiva, Rafael Senatore e Rodrigo Horta
Cenografia e Adereços: Hélio Senatore.
Figurino: Luísa Mira
Iluminação: Lui Seixas
Operação de Luz: Rodrigo Oliveira
Direção Musical e Trilha Sonora: Companhia do Estevão Maravilha
Design Gráfico: Lucas Pinheiro Paiva
Alfaiataria: Aloisio Coelho
Treinamento de Bufão e Band Mimmée: Luciana Viacava
Treinamento de Máscara de Palhaço: Bete Dorgam
Estudo de Mágica: Gutto Thomaz
Estudo de Vanguardas do Século XX: Marcela Schwab
Produção e Administração: Contorno Produções
Direção de produção e produção Executiva: Jessica Rodrigues e Victória Martinez
Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli
Apoio: Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura, Oficina Cultural Oswald de Andrade, Poiesis – Organização Social de Cultura, S. Dias Luthier, Espaço Mirabilis, Olho Digital Comunicação Visual, Apfel Restaurante Vegetariano, Cantina D’Amico Piolin, Cantina Luna di Capri, Restaurante Planeta’s. Realização: Secretaria Estadual de Cultura.

 

 

 

Sei Lá Vi
Oficina Cultural Oswald de Andrade
Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro (próximo a estação Tiradentes do metrô)
Informações: 3221-4704
Capacidade: 30 lugares
Duração: 70 minutos
Estreia dia 5 de outubro
Temporada: De 5 a 14 de outubro
Quintas e sextas-feiras, às 20h
Sábados, às 18h.
Ingressos: Grátis (Retirada de ingressos a partir de 1 hora antes da apresentação).
Classificação: 10 anos

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Fotos: Thaís Costella

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