De 28 de março a 21 de maio o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo recebe nove espetáculos de artes cênicas, que tem em comum apenas um único intérprete. A Mostra Solos e Monólogos no CCBB tem início com apresentações de Como Todos os Atos Humanos, com dramaturgia e atuação de Fani Feldman e direção de Rui Ricardo Diaz…
Com montagens de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a programação da mostra traz peças com uma diversidade de temas e gêneros, como teatro-documental, experimental e performance. A dança contemporânea também marca presença com Ffobia Setor, criação coreográfica de Ramiro Murillo, cuja estreia aconteceu na Alemanha no início de 2018.
A estreia de Homem-Bomba, da Companhia Teatro Adulto, de Belo Horizonte (MG) também integra a programação, assim como as peças mineiras Coisas Boas Acontecem de Repente e Sapato Bicolor. Os outros espetáculos da Mostra Solos e Monólogos no CCBB são: Muro de Arrimo, com direção de Alexandre Borges e interpretação de Fioravante Almeida; A Hora e Vez, com Rui Ricardo Diaz e Galo Índio, com Rodolfo Amorim, do Grupo XIX de Teatro, ambas dirigidas por Antônio Januzelli e Eugênia, do Rio de Janeiro, com direção de Sidnei Cruz e interpretação de Gisela de Castro.
Após as apresentações de Sapato Bicolor do dia 18 de abril e Galo Índio do dia 19 de maio acontece bate-papo com a presença de Welington Andrade, doutor em literatura brasileira pela Universidade de São Paulo (USP) e crítico teatral.
Diversidade em Cena
A atriz Fani Feldman abre a mostra com o solo Como Todos os Atos Humanos (de 28 a 30 de março, quarta a sexta-feira, às 20 horas). A peça da Cia do Sopro, com direção de Rui Ricardo Diaz e dramaturgia da própria atriz, mostra uma filha, que relata ao público o seu crime. Sem tempo definido, sem nada além do aspecto lúdico pautado por uma lógica própria, no espetáculo o realismo fantástico amplia o espaço entre o real e o território abstrato.
Os mineiros da Companhia Teatro Adulto sobem ao palco nos dias 4, 5 e 6 de abril, de quarta a sexta-feira, às 20 horas, com o solo Homem-Bomba. Texto de Cynthia Paulino livremente inspirado no clássico O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, de Robert Louis Stevenson, o espetáculo tem direção e atuação de Luiz Arthur. Em um mundo desigual, cada vez mais parecido com um grande abatedouro, um homem quer compreender os vários “eus” que o habitam e utiliza, para realizar o seu intento, métodos nada convencionais.
Coisas Boas Acontecem de Repente, outra montagem da Companhia Teatro Adulto, de Minas Gerais, faz apresentações de 11 a 13 de abril, quarta a sexta-feira, às 20 horas. Com dramaturgia, direção e atuação de Cynthia Paulino, o solo conta a história da anti-diva MamaCy, que diz tudo o que lhe vem à cabeça, antes do início de seu show de volta aos palcos. Sem papas na língua, ela reflete sobre o poder do feminino, a passagem do tempo, a saudade do filho, seus poetas preferidos e muito mais. O texto de Cynthia Paulino é uma livre adaptação de manifestos, entrevistas, músicas e textos da anti-diva Karine Alexandrino, a Mulher Tombada.
Já nos dias 18, 19 e 20 de abril, quarta a sexta-feira, às 20 horas, é a vez de Sapato Bicolor, montagem com atuação de Fabiano Persi, que divide a dramaturgia com Edu Costa e direção de Polyana Horta. Um engraxate em meio a reflexões sobre a sua vida, seu passado e sua ligação incondicional com a Soul Music tem sua dignidade retratada no microuniverso de quem muitas vezes é invisível para uma sociedade excludente, e que encontra na dança seu alento e seu norte. Os pés ocultos naqueles sapatos carregam o homem pela vida, para o trabalho ordinário e de volta ao baile.
Com direção de Alexandre Borges, o texto de Carlos Queiroz Telles, Muro de Arrimo (de 25 a 27 de abril, quarta a sexta-feira, às 20 horas), revive a Copa do Mundo por meio do personagem, o pedreiro Lucas, na interpretação de Fioravante Almeida. Ele está no alto de um prédio ouvindo, no seu radinho de pilha, o locutor – Cléber Machado, que faz uma participação em off – falando sobre o fatídico jogo entre Brasil e Alemanha. Enquanto trabalha, contrasta euforia e meditação, já que apostou meio salário na vitória do Brasil.
Sucesso de público e crítica A Hora e Vez, da Cia do Sopro, direção de Antônio Januzelli, adaptação e atuação de Rui Ricardo Diaz a partir do conto A Hora e Vez de Augusto Matraga, de João Guimarães Rosa, faz apresentações dias 2, 3 e 4 de maio, de quarta a sexta-feira, às 20 horas. Depois de cair na emboscada liderada por Major Consilva, Nhô Augusto é dado como morto. Socorrido por um casal de pretos consegue sobreviver. Quando se recupera, vai viver longe do Murici e decide dedicar sua vida ao trabalho, à penitência e à oração. Depois de anos de reclusão, no povoado do Tombador, decide partir. O destino o leva ao Arraial do Rala-Côco, onde o reencontro com o amigo e poderoso cangaceiro, Seu Joãozinho Bem-Bem, será decisivo para o desfecho de sua história, de sua Hora e Vez.
Montagem do Rio de Janeiro, Eugênia (dias 9, 10 e 11 de maio, de quarta a sexta-feira, às 20 horas) tem texto de Miriam Halfin, direção de Sidnei Cruz e interpretação de Gisela de Castro. Na encenação, Eugênia sai do túmulo afirmando que está morta, porém está ótima e conta sua história tragicômica: nascida no Brasil em 1781 foi levada com 11 anos a Portugal para ser dama da corte de Carlota Joaquina. O príncipe regente Dom João VI faz dela sua amante. A corte do século XVIII se escandaliza com a gravidez da bela brasileira e ela é banida e exilada na Espanha. Morre aos 37 anos e sua filha, Eugênia Maria, vem ao Brasil para limpar o nome da família.
Espetáculo de dança contemporânea que explora a tecnologia digital e a colaboração entre artistas de diversas linguagens na criação coreográfica para lançar um olhar poético acerca do corpo e das especificidades do nosso mundo atual de modo múltiplo e abrangente, Ffobia Setor (dias 16, 17 e 18 de maio, de quarta a sexta-feira, às 20 horas), teve sua estreia na Alemanha no início de 2018. Com concepção e direção artística de Mirella Brandi x Muepetmo, criação coreográfica de Ramiro Murillo e interpretação de Pedro Galiza, o espetáculo explora fobias específicas, derivadas de síndromes de ansiedade que são peculiares no homem urbano contemporâneo. O resultado é uma narrativa que reúne um turbilhão de emoções provocadas no corpo por imagens, som e luz dentro de um ambiente imersivo que envolve espectador e artista, que se reflete e se define através da percepção do público.
A Mostra Solos e Monólogos no CCBB termina com Galo Índio, direção de Antônio Januzelli e texto e atuação de Rodolfo Amorim, do Grupo XIX de Teatro. Com apresentações de 19 a 21 de maio, no sábado e segunda-feira, às 20 horas e no domingo às 18 horas, o solo mostra um órfão, que tenta retratar o seu pai ausente a partir de poucos fragmentos que se alojaram em sua memória. Na busca pelos contornos desse pai, sua própria infância emerge de sua memória e demonstra o quanto esse vazio foi determinante na construção da sua forma de ver e interagir com a vida. Um encontro entre pai e filho. Entre um adulto e sua criança.
Mostra Solos e Monólogos
Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro
Acesso ao calçadão pelas estações Sé e São Bento do Metrô
Tel.: (11) 3113-3651/3652
Teatro
Campacidade: 140 lugares
Temporada: De 28 de março a 21 de maio,
Quarta a segunda, das 9h às 21h
Ingressos:
R$ 20,00 (inteira)
R$ 10,00 (meia-entrada)
Vendas Online: Eventim
Acesso e facilidades para pessoas com deficiência física
Ar-condicionado
Loja
Café Flashback.
Estacionamento conveniado:
Estapar Estacionamentos – Rua Santo Amaro, 272, Centro – R$ 15,00 pelo período de 5 horas.
Necessário carimbar o ticket na bilheteria do CCBB.
Translado gratuito: Uma van faz o translado gratuito entre o estacionamento e o CCBB. No trajeto de volta, tem parada no Metrô República.
Embarque e desembarque: Rua Santo Amaro, 272 e Rua da Quitanda, próximo à entrada do CCBB.
Programação
Dias 28, 29 e 30 de março, de quarta a sexta-feira, às 20 horas
Como Todos os Atos Humanos
Duração: 60 minutos
Recomendado para maiores de 16 anos
Dramaturgia e atuação: Fani Feldman
Direção: Rui Ricardo Diaz
Assistência de direção: Plínio Meirelles
Preparação: Antônio Januzelli
Iluminação: Osvaldo Gazotti
Cenário/Figurino: Daniel Infantini
Idealização: Cia. do Sopro
Produção: Quincas Artes
Dias 4, 5 e 6 de abril, de quarta a sexta-feira, às 20h
Homem-Bomba
Duração: 60 minutos
Recomendado para maiores de 12 anos
Direção, trilha sonora e atuação: Luiz Arthur
Cenário: Cynthia Paulino e Luiz Arthur
Iluminação e coordenação técnica: Marina Arthuzzi
Figurino: Cynthia Paulino
Adereços: Mauro Gelmini
Maquiagem: Linda Paulino
Arte: Samara Martuchelli
Fotos: Catarina Paulino
Realização: Companhia Teatro Adulto.
Dias 11, 12 e 13 de abril, de quarta a sexta-feira, às 20h
Coisas Boas Acontecem de Repente
Duração: 80 minutos
Recomendado para maiores de 12 anos
Dramaturgia, direção, cenário, trilha sonora e atuação: Cynthia Paulino
Iluminação: Luiz Arthur
Figurino: Ananda Sette Camara, Cynthia Paulino e Jonnatha Horta Fortes
Coordenação técnica: Marina Arthuzzi
Maquiagem: Linda Paulino
Arte: Samara Martuchelli
Fotos: Catarina Paulino
Realização: Companhia Teatro Adulto
Dias 18, 19 e 20 de abril, de quarta a sexta-feira, às h
Sapato Bicolor
Duração: 60 minutos
Recomendado para maiores de 10 anos
Atuação e concepção: Fabiano Persi
Direção: Polyana Horta
Texto e Dramaturgia: Edu Costa e Fabiano Persi
Trilha Sonora: Marcus Frederico e Fabiano Persi
Iluminação: Polyana Horta
Concepção Cenográfica: Fabiano Persi
Voz Off: Davi Caetano e Edu Costa
Produção executiva: Polyana Horta
Dias 25, 26 e 27 de abril, de quarta a sexta-feira, às 20h
Muro de Arrimo
Duração: 50 minutos
Recomendado para maiores de 12 anos
Texto: Carlos Queiroz Telles
Direção: Alexandre Borges
Elenco: Fioravante Almeida
Locução: Cléber Machado
Trilha Sonora: Otto
Concepção Luz: Guilherme Bonfanti
Concepção Cenário e Figurino: Carila Matzenbacher
Direção de vídeo: Rubens Rewald e Laysa Diniz
Coaching: Madalena Bernardes
Preparação Corporal: Wolfegang Parnek
Direção de Cena: Mauro Nascimento
Preparação Pedreiro: Mauro Nascimento
Sound Design: Dipa
Fotos: Lenise Pinheiro
Assistente de Direção: Selma Kiss
Co Produção Trilha: Pupillo
Assistente de Iluminação: Grissel Piguillem Manganelli
Operador de Luz: Fagner Lourenço / Anderson Vital
Técnico de Áudio: Vitor Moraes. Música “Samba Muro de Arrimo” (Pupillo, Otto, Régis Damasceno, Rodrigo Campos) | Música “Corinthians” (Pupillo, Rodrigo Campos, Márcio Arantes, Régis Damasceno, Otto) | Música “Que Bonito é” (Márcio Arantes). Locuções Off de Cléber Machado, Alexandre Borges, Fioravante Almeida, Otto, Madalena Bernardes e Wolfgang Pannek.
Músicos: Pupillo, Rodrigo Campos, Régis Damasceno, Otto e Márcio Arantes
Direção de Produção: Camila Bevilacqua
Coordenação geral do projeto: FLO Entretenimento
Realização: FLO Entretenimento
Dias 2, 3 e 4 de maio, de quarta a sexta-feira, às 20h
A Hora e Vez
Duração: 60 minutos.
Recomendado para maiores de 16 anos
A partir do conto “A Hora e Vez de Augusto Matraga”, de João Guimarães Rosa
Adaptação e atuação: Rui Ricardo Diaz
Direção e Figurino: Antônio Januzelli
Assistência: Fani Feldman
Iluminação: Osvaldo Gazotti
Pesquisa de Vocábulo Regional: Joaquim Dias da Silva
Estudo de Teatro Físico: Luis Louis
Arte Gráfica: Ideografia Soluções Gráficas
Acervo de figurino: Roupa de Santo
Produção: Quincas Artes
Idealização: Cia. do Sopro
Dias 9, 10 e 11 de maio, de quarta a sexta-feira, às 20h
Eugênia
Duração: 60 minutos
Recomendado para maiores de 12 anos
Texto: Miriam Halfin. Direção: Sidnei Cruz. Interpretação: Gisela de Castro
Produção: Maria Alice Silvério
Cenário: José Dias
Figurinos, adereços, visagismo: Samuel Abrantes
Trila sonora (criação e execução): Beto Lemos
Preparação Vocal: Veronica Machado
Preparação corporal: Morena Cattoni
Montagem/op. de luz: Rodrigo Bispo
Operação de som/contrarregragem: George Luis
Dias 16, 17 e 18 de maio, de quarta a sexta-feira, às 20h
Ffobia Setor
Duração: 50 minutos
Recomendado para maiores de 14 anos
Concepção e direção artística: Mirella Brandi x Muepetmo
Criação coreografica: Ramiro Murillo
Intérprete: Pedro Galiza
Direção de produção: Dora Leão – PLATÔproduções.
Dias 19, 20 e 21 de maio, sábado e segunda-feira, às 20h e domingo às 18h
Galo Índio
Duração: 60 minutos
Recomendado para maiores de 14 anos.
Atuação e texto: Rodolfo Amorim
Direção: Antônio Januzelli
Direção de Arte: Renato Bolelli Rebouças
Iluminação: Claudinei Rosa
Foto destaque Como Todos Os Atos Humanos: Yukio Yamashita
Foto Como Todos Os Atos Humanos: Agueda Amaral
Foto Luiz Arthur em Homem-Bomba: Catarina Paulino
Foto Cynthia Paulino em Coisas Boas Acontecem de Repente: Catarina Paulino
Foto Sapato Bicolor: Marco Aurélio Prates
Foto Muro De Arrimo: Fernanda Pauluci
Foto A Hora E Vez: Bob Sousa
Foto Eugenia: Thiago Sacramento
Foto Ffobia Setor: Danila Bustamante
Foto Galo Índio: Renato Bolelli Rebouças
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