A Galeria Jacques Ardies inaugura “Brasil em Cores”, sob curadoria de Jacques Ardies. A mostra apresenta mais de 80 obras, de 32 artistas brasileiros, e propõe um resgate da produção mais recente no campo da arte popular brasileira, destacando a riqueza e a criatividade que envolvem esse tipo de trabalho…
A arte naïf, em geral, representa festas folclóricas e religiosas, paisagens bucólicas, assim como cenas do cotidiano, inspiradas em experiências de vida e interpretadas de maneira original. “Esses artistas têm em comum a sutileza com que retratam os temas ligados à natureza e ao dia a dia. Usando as cores com habilidade, eles transmitem em cada um de seus quadros a alegria, o lirismo e o otimismo característicos do povo brasileiro”, ressalta Jacques Ardies, que adotou o incentivo à arte popular brasileira como uma de suas missões. Nesta nova exposição, “Há desde o grupo de características mais primitivas, sem maiores preocupações no acabamento do desenho, um pouco como uma arte bruta, aos artistas que se prendem a detalhes do traço e a um meticuloso processo de elaboração da obra, chamados também dos poetas dos pincéis”, comenta o galerista e curador.
A chamada arte naïf é uma expressão artística que surgiu na eclosão da arte moderna. Os artistas naïfs, via de regra, não pretendem seguir as regras da academia, e por meios próprios inventam uma linguagem pessoal, expressando as suas experiências de vida. Com determinação e obstinação, eles procuram superar as dificuldades da aparente falta de técnica, propondo uma arte original, solta, sem compromisso com a perspectiva, e executada com total liberdade. A palavra francesa “naïf” foi utilizada para definir o estilo de Henri Rousseau, que apresentava uma arte personalíssima e encantadora. No Brasil, este movimento se consolidou a partir dos anos 1940, com o surgimento das obras de Silvia, Heitor dos Prazeres e José Antonio da Silva, entre outras. Hoje, o Brasil é um dos grandes representantes deste tipo de arte no mundo, com seus enormes contrastes territoriais, sua preservação cultural, sua capacidade de aflorar novos talentos, sua mistura de raças e de crenças, sua sensibilidade inata, sua alegria contagiante.
“Brasil em Cores”
Artistas: Ana Denise, Ana Maria Dias, Barbara Rochlitz, Bida, Constância Nery, C. Sidoti, Dirceu Carvalho, Dila, Edgar Calhado, Edivaldo, Edna de Araraquara, Ernani Pavaneli, Enzo Ferrara, Francisco Severino, Helena Coelho, Iaponi Araújo, Iracema, Isabel de Jesus, Ivonaldo, José Antonio da Silva, Luiz Cassemiro, Lucia Buccini, Madeleine Colaço, M.Guadalupe, M. Zawadzka, Maite, Malu Delibo, Mara D. Toledo, Marcelo Schimaneski, Rodolpho Tamanini Neto, Vanice Ayres Leite, Wima Ramos
Curadoria: Jacques Ardies
Galeria Jacques Ardies
Rua Morgado de Mateus, 579 – Vila Mariana
Tel.: 11 5539-7500
Abertura: 12 de junho de 2018, terça-feira, às 19h
Período: 12 a 30 de junho de 2018
Terça a sexta-feira, das 10 às 17h30
Sábado, das 10 às 16h
Número de obras: Aproximadamente 80
Técnica: Pintura
Preços: Sob consulta
A Galeria Jacques Ardies, na Vila Mariana, está sediada em imóvel antigo totalmente restaurado. Desde sua abertura em Agosto de 1979, atua na divulgação e a promoção da arte naif brasileira. Ao longo de 30 anos, realizou inúmeras exposições tanto em seu espaço como em instituições nacionais e estrangeiras, onde podemos destacar MAC/ Campinas, MAM/ Goiânia, Espace Art 4 – Paris, Espaço Cultural do FMI em Washington DC, USA, Galeria Jacqueline Bricard, França, a Galeria Pro Arte Kasper, Suíça e Gina Gallery, Tel-Aviv, ,Israel. Em 1998, Jacques Ardies lançou o livro Arte Naif no Brasil com a colaboração do crítico Geraldo Edson de Andrade e em 2003, publicou o livro sobre a vida e obra do artista pernambucano Ivonaldo, com texto do professor e crítico de arte Jorge Anthonio e Silva. Em 2014, publicou Arte Naïf no Brasil II, que acaba de ser impresso em língua francesa, com textos de Daniel Achedjian, Peter Rosenwald, Marcos Rodrigues e Jean-Charles Niel. A galeria possui em seu acervo obras, entre quadros e esculturas, de 80 artistas representativos do movimento da Arte Naif brasileira.
Fotos: Divulgação
Autor: José Antonio da Silva – A Fazenda (1957)
Autor: Enzo Ferrara – Paulista ao Anoitecer (2018)
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