Mostra no Sesc Santo Amaro reúne artistas de diferentes estilos para questionar os limites das linguagens artísticas, de 24 a 27 de outubro. Nuno Ramos (SP), Thiago Sant’ana (BA), Luisa Nobrega (SP), Rubiane Maia (ES), Dias & Riedweg (RJ), Tales Frey (SP/Portugal), Daniel Jablonski, Cristian Duarte e Maurício Ianês são alguns dos profissionais que compõem a programação do In Loqus…
Em 7 Cabeças (foto), Carla Borba convida mulheres a carimbar folhas de papel ao ritmo do jogo “Escravos de Jó” em uma mesa regada à cachaça. Com Carina Dias, Carlota Joaquina, Lucienne Guedes Fahrer, Mônica Galvão, Maíra Vaz Valente, Paola Ribeiro e Dinah Feldman
Vídeos, fotos, bate-papos e intervenções fazem parte do In Loqus, que acontece de 24 a 27 de outubro em diferentes espaços da Unidade; atividades incluem residência artística que resultará em um trabalho criado especialmente para o evento.
De 24 a 27 de outubro, o Sesc Santo Amaro sedia “In loqus”: Mostra de Performances”. Serão dezenas de atividades – exposição, intervenções e bate-papos – que acontecem em diferentes espaços da unidade.
Participam artistas da dança, do teatro, das artes visuais e da música. Entre eles estão Carla Borba, Carolina Bianchi, Claudia Muller e Clarissa Sacchelli, Claudia Paim, Cristian Duarte, Daniel Jablonski, Dias & Riedweg, Fábio Morais, Jorge Soledar, Luisa Nóbrega, Maurício Ianês, Nuno Ramos, Pâmela Villanova, Rubiane Maia, Tales Frey, Talita Florêncio e Thiago Salas, Tiago Sant’Ana. A curadoria é de Marcos Villas Boas (do Sesc Santo Amaro, responsável também pela concepção), e assessoria curatorial de Rennan Marcondes.
In loqus apresenta trabalhos que questionam os limites das linguagens artísticas, em que a fala e o discurso são os principais dispositivos da ação performática. As propostas das atividades aproximam-se por operações que suspendem a comunicação e o entendimento direto, tornando a fala uma matéria moldável e crítica que se arrisca a não entregar conteúdos prontos para seu público.
Como parte da programação da Mostra, está previsto para o dia 25, no Teatro, o bate-papo Poética e Performance com Maurício Dias, Cristian Duarte, Carla Borba e Carolina Bianchi. A partir do encontro de um artista oriundo das Artes Visuais, uma diretora de teatro e um coreógrafo – cujas pesquisas têm enveredado pela performance art – será discutido os diferentes significados históricos da palavra performance e as contribuições (e disputas) pela propriedade do termo ao longo de décadas.
O Coletivo Cartográfico e Pedro Galiza participarão de uma residência sob orientação e provocação de Marco Paulo Rolla, ampliando as possibilidades de conhecimento e pesquisa na área de performance e da expressão, a partir da convivência. No dia 27/10, os performers apresentarão ao público, as pesquisas desenvolvidas na residência.
No Espaço das Artes ficará em cartaz durante o In loqus uma exposição de vídeos-performances de Nuno Ramos (SP), Thiago Sant’ana (BA), Luisa Nobrega (SP), Rubiane Maia (ES), Dias & Riedweg (RJ) e foto-performance de Tales Frey (SP/Portugal).
Mais sobre as performances
A programação do In Loqus abre com a performance Exercícios de Fornifilia (capas), de Jorge Soledar (RJ), de 24 a 27 de outubro, na Biblioteca e no Espaço das Artes, do Sesc Santo Amaro. Nela, o artista criará trajes ou dispositivos escultórios para objetos – fornifilia refere-se ao desejo de estar sob a pele de mobiliário. O paulista Fábio de Morais apresenta The Imbecil (foto) dias 24 e 27 em diferentes espaços da unidade. A performance consiste na leitura e distribuição de um jornal totalmente em branco para comentar a manipulação da informação.
Em Finitas contagens para infinitas variações com Tales Frey (foto) o performer tem como referência o trabalho “Pose Work for Plinths” (1971) de Bruce McLean e propõe que a identidade não pode ser apresentada como uma unidade fixa; ela está em constante construção, multiplicando-se sempre em identidades movediças, com as quais nos identificamos apenas temporariamente. A ação acontece na quarta-feira, 24, na Convivência do Sesc Santo Amaro. Um painel com centenas de cartazes de 50 x 70 cm, impressos em preto & branco, colados lado a lado como lambe-lambes faz parte da performance Nada quase nada com Dias & Riedweg (RJ) e servem de “cenário” para a ação que os artistas fazem no primeiro dia da Mostra, na convivência.
Foto: Tiago Lima
Já no teatro, no mesmo dia, as artistas Claudia Muller e Clarissa Sacchelli (RJ/SP) apresentam Isso não é um espetáculo (foto). Ao negar a categorização, a atividade lança ao espectador interrogações sobre o circuito de arte, envolvendo embalagem, assinatura e mecanismos de troca de um produto artístico. Sentado em uma mesa com folhas em branco, Maurício Ianês (SP) convida os espectadores a lhe contarem uma história. O Escritor acontece de 25 a 27, na Convivência.
Em Vibrações transitórias e consecutivas, o mineiro Marco Paulo Rolla se coloca como mediador de um organismo vivo e delicado formado por uma caixa de sons e sua voz projetados no espaço em medidas de vibrações. Dia 25, no espaço das artes. No dia 26, uma gargalhada muda coletiva busca tensionar as relações entre os corpos e as coisas, apontando para o riso e o espelhamento neuronal que ele desencadeia, enquanto vetor político para problematizar o que existe entre contexto-artista- público-instituição é o mote de O que realmente está acontecendo quando algo acontece? (foto) de Cristian Duarte (SP).
Cinta, com Talita Florêncio e Thiago Salas (SP), da plataforma de pesquisa APT.LAB, parte de referenciais da dança e da arte sonora produzindo uma performance multimídia da poética que relaciona corpo, som e objeto. No teatro, dia 26. Helena Vadia trata da exploração cênica do mito de Helena, a mulher vadia, erótica, sexualmente ativa. Apresentado e dirigido por Pâmela Villanova (Campinas/SP), no corpo da atriz são experimentados marcadores de feminilidade e de masculinidade, justamente questionando a dualidade. Dia 26/10, sexta, no Teatro.
Confundindo propositadamente os papéis de artista e professor, o carioca Daniel Jablonski performa Não deixe o artista virar professor. Ao longo de cerca de 12 horas, será ministrado o conteúdo do curso “A fotografia e seus fantasmas” de forma ininterrupta e gratuita. A obra tira seu nome do panfleto publicado pelo artista Ivaldo Granato em 1977, o qual anunciava, na tentativa de encontrar mecenato para seu trabalho: “Adote o artista, não deixe ele virar professor”. Dia 27/10, sábado, das 10h30 às 20h30. Entre minha boca e teu ouvido, com Cláudia Paim (RS) faz a reflexão, a partir de lembranças de paisagens, sobre as traições da memória e a impossibilidade de repetição de uma experiência com a garantia dos resultados.
Em 7 Cabeças, Carla Borba convida seis mulheres a carimbar folhas de papel ao ritmo do jogo “Escravos de Jó” em uma mesa regada à cachaça. Com Carina Dias, Carlota Joaquina, Lucienne Guedes Fahrer, Mônica Galvão, Maíra Vaz Valente, Paola Ribeiro e Dinah Feldman, no dia 27, na Convivência. Encerrando a mostra, Mata-me de prazer, de Carol Bianchi, traz uma história fantástica erótica inspirada na habilidade de contação da personagem Sherazade, de “As Mil e Uma Noites”. A artista e diretora é acompanhada pelo multi-instrumentista Lucas Vasconcellos, que criou uma espécie de dramaturgia musical com samplers, guitarra, trompete e teclado eletrônico.
In Loqus
Mostra de performances
Sesc Santo Amaro
Rua Amador Bueno, 505
De 24 a 27 de outubro
Entrada gratuita
Bilheteria e horário da unidade: Terça a sexta, das 10h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30
Acessibilidade: universal
Estacionamento da unidade: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional (Credencial Plena); R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional (outros)
Disponibilidade: 158 vagas para carros e 36 para motos
A unidade possui bicicletário gratuito
Programação Completa
Exposição
In loqus: Exposição
Espaço das Artes
Classificação: Livre
Grátis
24 e 25 de outubro (quarta e quinta), das 14h às 21h
26 de outubro (sexta), das 14h às 20h
27 de outubro (sábado), das 10h30 às 21h
Vídeos-performances de Nuno Ramos (SP), Thiago Sant’ana (BA), Luisa Nobrega (SP), Rubiane Maia (ES), Dias & Riedweg (RJ) e foto-performance de Tales Frey (SP/Portugal).
Intervenção
In loqus: Residência
Diversos espaços
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos
Grátis
23 a 26 de outubro (terça a sexta), das 11h às 18h
27 de outubro (sábado), das 15h às 21h
Durante o evento, o Coletivo Cartográfico, Alexandre D’Angeli e Pedro Galiza participarão de uma residência sob orientação e provocação de Marco Paulo Rolla. A residência ainda proporciona uma convivência e a possibilidade para disseminações de conhecimentos e pesquisas na área da performance e suas transgressões entre os vários meios de expressão humana. No dia 27/10, os performers apresentam ao público, em caráter totalmente experimental e de risco, as pesquisas desenvolvidas no tempo da residência.
Exercícios de Fornifilia (capas) de Jorge Soledar
Biblioteca
Classificação: Livre
Grátis
24 de outubro (quarta), das 18h às 21h30
25 a 26 de outubro (quinta e sexta), das 14h às 21h
27 de outubro /10. Sábado, das 14h às 20h
Fornifilia refere-se ao desejo de estar sob a pele de mobiliário. Expressa modos de representação visual com ecos humanos por meio de criação de trajes humanos a partir de capas para sofás, poltronas e demais organizadores. Neste sentido, o mobiliário [furniture] expressa um duplo sentido: se o mobiliário está, nitidamente, associado a modos de representação social, conforme padrões de etiqueta e consumo, tais objetos carregam do mercado um estranho espelhamento de animismo com o humano (o braço e a perna da cadeira, etc.).
Jorge Soledar é artista e docente do curso de Artes Visuais da UFRJ. Doutor em Linguagens Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da mesma instituição. Interessa-se por situações corporais, escultóricas e fotográficas, visando experimentar teatralidades de imobilidade física, afetiva e crítica. Para tanto, recorre a modos de instalação in situ de objetos e de pessoas, mediante a criação de trajes e/ou dispositivos escultóricos para entraves motores e sensoriais. Os termos “living sculpture” e “delegated performance” são comumente empregados ao processo.
Finitas contagens para infinitas variações – Com Tales Frey
Convivência
Classificação: Livre
Grátis
24 de outubro (quarta), das 19h às 20h20
Performance duracional fundamentada na noção de que a identidade não pode ser apresentada como uma unidade fixa; ela está em constante construção, multiplicando-se sempre em identidades movediças, com as quais nos identificamos apenas temporariamente. A ação tem como referência o trabalho “Pose Work for Plinths” (1971) de Bruce McLean e culmina numa criação que relaciona a performance com escultura, dança contemporânea e estilo musical noise.
Tales Frey vive e trabalha entre Portugal e o Brasil. É artista transdisciplinar e, atualmente, integra o programa de pós-doutorado do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho. É graduado em Direção Teatral pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre em Teoria e Crítica da Arte pela Universidade do Porto e tem especialização em Práticas Artísticas Contemporâneas pela mesma instituição. Em 2016, concluiu o doutorado em Estudos Teatrais e Performativos pela Universidade de Coimbra.
Foto: Thomas Artuzzi
Nada quase nada – Com Dias & Riedweg
Espaço das Artes
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos
Grátis
24 de outubro (quarta), das 20h30 às 21h30
Centenas de cartazes, impressos em preto & branco e colados lado a lado como lambe-lambes, formam um só papel de parede. Neles estão reproduzidas 80 citações de personalidades públicas, de políticos à jogadores de futebol, de socialites à artistas e filósofos, do contexto nacional e global nos últimos 80 anos. Tendo esse cenário como pano de fundo, Dias & Riedweg fazem uma performance na qual aparecem sobriamente vestidos e cobertos com máscaras e lêem, de forma encenada, contos do suíço Robert Walser (1878-1956) – escritor que viveu sob internações manicomiais entre 1907 e 1929. Ao longo da leitura de Walser, Dias & Riedweg mostram os cartazes como vírgulas cítricas na realidade atual.
Dias & Riedweg trabalham juntos desde 1993 em projetos nos quais a alteridade e a percepção são questões centrais. Partem frequentemente de processos interativos através dos quais os espectadores são levados a repensar suas convicções como sujeitos e à relacionar-se com diferentes contextos geográficos e sociais. Além de terem participado de várias exposições internacionais, como a Documenta de Kassel, estiveram presentes em Bienais de Veneza, São Paulo, Istambul, Havana, Mercosul, Liverpool e Gwangju.
O Escritor – Com Maurício Ianês (SP)
Convivência
Classificação: Livre
Grátis
25 a 27 de outubro (quinta a sábado), das 16h às 19h
O artista, sentado numa mesa repleta de folhas brancas de papel, convida os espectadores a virem lhe contar uma história. De todo o depoimento, uma palavra, a mais representativa, é escolhida para ser “pintada”: ele molha sua boca com tinta preta e escreve a palavra com a língua, numa ação visceral. As folhas são penduradas na parede, criando uma espécie de coletâneas de histórias, em que apenas a essência está à mostra. A participação do espectador é a uma condição imprescindível para o trabalho existir; ele se forma aos poucos por meio da interação e das histórias trazidas por essas pessoas.
Vibrações transitórias e consecutivas – Com Marco Paulo Rolla (MG)
Espaço das Artes
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos
Grátis
25 de outubro (quinta), das 19h às 20h
Um homem, uma caixa de sons e sua voz são projetados no espaço em medidas de vibrações. Elas tocam o ser e o espaço como um todo, não se localizam a não ser na totalidade. O artista se coloca como mediador deste organismo vivo e delicado, em que todos serão convidados a sentir e reagir em vibrações. Esta performance é parte dos experimentos sonoros e de improviso em relação ao espaço iniciados com a performance “Preenchendo o Espaço”, realizada no SESC Pompeia. Desta vez Marco Paulo utiliza outro instrumento, o Shruti Box, que tem origem indiana e se completa com o uso da voz.
Marco Paulo Rolla vive e trabalha em Belo Horizonte. Mestre em Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG em 2006, fez residência na Rijksakademie van Beeldende Kunsten – Amsterdam, Holanda, 1998 e 1999. Desde 2001 é criador, coordenador e editor do CEIA – Centro de Experimentação e Informação de Arte – Belo Horizonte. Realizou exposições individuais e participou de exposições coletivas no Brasil e no exterior. Ganhador do Prêmio de Aquisição do Salão Nacional da FUNARTE (RJ) e do Prêmio Edgard Gunther de Pintura do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo.
O que realmente está acontecendo quando algo acontece? – de Cristian Duarte (SP)
Convivência
Classificação: Livre
Grátis
26 de outubro (sexta), das 19h às 20h
O trabalho é fundamentado em uma gargalhada muda coletiva e busca tensionar as relações entre os corpos e as coisas, apontando para o riso e o espelhamento neuronal que ele desencadeia, como vetor político para problematizar o que existe entre contexto-artista- público-instituição.
Com Aline Bonamin, Allyson Amaral, Cristian Duarte, Felipe Stocco, Fernanda Vinhas, Julia Rocha, Leandro Berton, Mayra Azzi, Patrícia Árabe, Paulo Carpino e Tomás Monteiro.
Foto: Haroldo Saboia
Cinta – APT.Lab – Com Talita Florêncio e Thiago Salas (SP)
Teatro
Classificação: Não recomendado para menores de 16 anos
Grátis
26 de outubro (sexta), das 20h às 21h
Retirada de ingressos com 1h de antecedência.
O trabalho parte de referenciais da dança e da arte sonora produzindo uma performance multimídia através da poética que relaciona corpo, som e objeto, a pesquisa se desenrola através da criação de dispositivos eletrônicos e as possibilidades de criação coreográfica na interação entre estes elementos. Os materiais desenvolvidos emergem do encontro do corpo com a tecnologia para a produção de sonoridades que despontam desta relação.
APT.Lab é uma plataforma de pesquisa que investiga as relações entre gesto e som, corpo e música a partir da construção de um ambiente tecnologicamente mediado e preparado para improvisação.
Helena Vadia – Com Pâmela Villanova (Campinas/SP)
Espaço das Artes
Classificação: Não recomendado para menores de 18 anos
Grátis
26 de outubro (sexta), das 21h às 22h20
Retirada de ingressos com 1h de antecedência.
Trata da exploração cênica do mito de Helena, a mulher vadia, erótica, sexualmente ativa. No corpo da atriz são experimentados marcadores de feminilidade e de masculinidade, justamente questionando a dualidade. Passando pelos dispositivos Drag (Queen, King e Faux) e por algumas simbologias ligadas a feminino e masculino, apresenta um formato híbrido entre conhecimento do teatro e conhecimento acadêmico (cuidando para não cair na dualidade mais uma vez).
Elenco e direção: Pâmella Villanova | Texto: Pâmella Villanova a partir das obras de Eurípedes, Bettany Hughes, Sophie Chaveau, Jean-Paul Sartre, Valentine de Saint-Point, Homero, Octavio Paz, AnäisNin, entre muitas outras influências | Orientação: Verônica Fabrini | Fotografia: Chun Fotografia, Alex Mariano, Coletivo Além do Lúdico, F. Goettanuer Fotografia, Coletivo Passarinha, Janaína Vasconcelos, Pedro Escobar, Marina Barbim, Maycon Soldan.
The Imbecil – de Fábio Morais
Diversos Espaços
Classificação: Livre
Grátis
27 de outubro (sábado), das 11h às 18h
The Imbecil é um jornal totalmente em branco com apenas o título impresso na capa, a ser “lido” por um ou mais performers e também disponibilizado para o público. Comentando a manipulação de informação no campo midiático, o trabalho cruza lógicas editoriais e performáticas criando um mecanismo de indução no qual a própria performance é a publicidade do jornal. Ao ver a performance e obter um exemplar de The Imbecil, o público adquire o objeto da performance e pode assim repeti-la onde e quando quiser.
Fabio Morais é artista visual, escritor, doutorando em Artes Visuais na Universidade do Estado de Santa Catarina. Vive e trabalha em São Paulo. Sua mais recente exposição individual foi “Escritexpográfica”, na Galeria Vermelho (São Paulo, janeiro de 2017). Participou de exposições coletivas em instituições como Bienal de São Paulo, Instituto Tomie Ohtake, Museu de Arte da Pampulha (BH), Bienal do Mercosul (Porto Alegre), MACBA (Barcelona), Bonniers Konsthall (Estocolmo), entre outras. Em sua prática artística, atua entre o circuito expográfico e o editorial, no qual editou revistas como ¿Hay en Portugués? e Recibo, e publicou livros pelas editoras Tijuana, Ikrek, par(ent)esis, Dulcineia Catadora, Cosac & Naify, entre outras.
Foto: Edouard Fraipont
Entre minha boca e teu ouvido – Com Cláudia Paim (Porto Alegre/RS)
Praça Descoberta
Classificação: Livre
Grátis
27 de outubro (sábado), das 19h às 20h
Forma de reflexão, a partir de lembranças de paisagens, sobre as traições da memória e a impossibilidade de repetição de uma experiência com a garantia dos resultados. A comunicação sofre inúmeros tropeços entre o que é dito e aquilo que é escutado.
Cláudia Paim é graduada em História (1989) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestre e doutora em Artes Visuais pela mesma Universidade, com estágio doutoral na Universidad Politécnica de Valencia (Espanha). É professora nos cursos de Artes Visuais da Universidade Federal do Rio Grande e membro-colaboradora do Núcleo de Arte e Design (NAD) do Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Como artista atua em coletivos e individualmente com produção em vídeo, instalações, performance, desenho, arte sonora, ação urbana, fotografia, objetos e poesia, tendo textos publicados e exposições individuais e coletivas no Brasil e exterior.
7 Cabeças – de Carla Borba (Porto Alegre/RS)
Convivência
Classificação: Não recomendado para menores de 16 anos
Grátis
27 de outubro (sábado), das 19h30 às 20h30
A performance consiste no convite da artista a seis mulheres que são convocadas a carimbar folhas de papel ao ritmo do jogo “Escravos de Jó” em uma mesa regada à cachaça. Em cada edição a temática se altera: as últimas duas ações foram realizadas na programação do Projeto DeGeneradas do SESC Santana em São Paulo e no III Simpósio Internacional em Artes Cênicas na Universidade Federal de Santa Maria – UFSM em Santa Maria/RS. Os textos e imagens carimbados e lidos durante a performance foram elaborados de forma colaborativa com as mulheres convidadas a cada edição, assim como a arte dos carimbos.
Mata-me de prazer – Com Carol Bianchi
Teatro
Classificação: Não recomendado para menores de 16 anso
Grátis
27 de outubro (sábado), das 21h às 22h
Retirada de convites com 1h de antecedência
O espetáculo apresenta o relato de uma mulher sobre um país que sofreu várias catástrofes naturais e, a partir de então, a população desse lugar fictício desenvolveu um imenso sentimento de amor e liberdade sexual. Os cidadãos passaram a praticar sexo desenfreadamente, o que iniciou um processo evolutivo acelerado. As pessoas sofreram transformações irreversíveis em sua aparência e linguagem. A artista e diretora é acompanhada pelo multi-instrumentista Lucas Vasconcellos, que criou uma espécie de dramaturgia musical com samplers, guitarra, trompete e teclado eletrônico.
Bate-papo
Poética e Performance
Teatro
Classificação: Não recomendado para menores de 16 anos
Grátis
25 de outubro (quinta), das 20h às 22h
Convidando um artista oriundo das Artes Visuais, uma diretora de teatro e um coreógrafo cujas pesquisas têm enveredado pela performance art, serão discutidos os diferentes significados históricos da palavra performance e as contribuições (e disputas) pela propriedade do termo ao longo das décadas. Convidaremos os/as artistas a comentarem sobre suas práticas e quais as (faltas de) condições de trabalho que orientaram suas pesquisas para a performance. Mediação de Renan Marcondes.
Performance
Isso não é um espetáculo – Com Claudia Muller e Clarissa Sacchelli (RJ/SP)
Teatro
Classificação: Não recomendado para menores de 16 anos
Grátis
24 de outubro (quarta), das 21h30 às 22h30
Retirada de ingressos com 1h de antecedência
Uma palestra, uma performance, uma peça, um jogo, uma coreografia, um trabalho, um produto híbrido que não cabe em uma única categorização. Ao negar sua intrínseca condição de espetáculo, questiona seu formato de apresentação, lançando ao espectador interrogações sobre o circuito de arte, envolvendo embalagem, assinatura e mecanismos de troca de um produto artístico. Este trabalho, resultado de um questionamento dos modos de produção recorrentes em dança e às formatações já prescritas, é atualizado a cada nova apresentação. Resultado de uma residência artística desenvolvida por Cláudia Müller e Clarissa Sacchelli e apoiada pelo programa Rumos Dança 2012-2014, o trabalho é fundamentado em experimentações e ideias de fracasso, dúvida, “não-saber”, “não-eficiência”, “não-finalidade” e improdutividade.
Foto: Tiago Lima
Foto 7 Cabeças – destaque: Bruno Makia
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