Escrita em 1966, Dois Perdidos Numa Noite Suja continua em cartaz no Teatro West Plaza sextas-feiras, às 21h; e sábados, às 22h30…
A peça é protagonizada pelas atrizes Daliléa Ayala (Tonho) e Mayara Magri (Paco) – Uma representação inédita dentro da dramaturgia de Plínio Marcos nos tablados brasileiros, com mulheres fazendo os papeis dos personagens homens. Daliléa, atriz reconhecida por grandes comédias, é a idealizadora do projeto.
A escolha em representar o sexo oposto vai muito além de considerar grandes papeis de Plínio Marcos, segundo o diretor Flávio Galvão, mas sim de mergulhar mais fundo no submundo de milhares de brasileiros. Uma realidade que, infelizmente, continua atual, como o próprio dramaturgo sempre afirmou.
Daliléa conta que a importância de montar Plínio Marques nos dias de hoje é justamente o sentido que seus textos fazem no nosso contexto. “Ele foi o dramaturgo mais censurado do país e de fato viveu o submundo de que escreve, conhecendo parte dos personagens que estão nas suas peças e passando pelo período do AI 5, na ditadura militar”, conta a atriz.
A falta de sustento político e social, o aumento do número de desemprego, a fome, a busca por uma vida melhor e a inserção no mundo do crime são alguns dos pontos ressaltados nos trabalhos de Plínio.
Dois homens completamente distintos, à margem da sociedade, vivem em condições miseráveis num único e denso ambiente. Numa relação conflituosa as personagens discutem sobre suas vidas, trabalho, expectativas, angustias, inseguranças, e anseios sobre a dura sobrevivência. Levam para cena as mazelas de uma sociedade extremamente desumana, com diálogos grotescos e violentos, porém dinâmicos, despojados e emocionantes.
O sonho em ter um simples par de sapatos é um fato que desencadeia uma evolução crítica sobre o rompimento das classes sociais. São impossibilitados de realizar o que almejam quando se relacionam, um impedindo a satisfação das vontades do outro. E nessa oposição das vontades ocorre o embate entre as duas personagens, gerando constantes enfrentamentos pelo simples fato de um não aceitar a visão do outro.
O confronto entre os dois, num clima de desamparo e desespero crescentes, chega a leva-los à agressão física. Na busca de melhorar os seus dias, ambos são coagidos à realização de um ato que modificará radicalmente suas vidas. Palavras que sobem e descem determinam as situações humanas de ambos, que são levados de limite em limite, até o extremo fatal de uma realidade que condena de uma forma impiedosa.
Ficha Técnica
Dramaturgo: Plínio Marcos
Direção: Flávio Galvão
Elenco: Daliléa Ayala e Mayara Magri
Designer gráfico: Elifas Andreato
Trilha sonora: Tunica Teixeira
Criação/Luz: Rodrigo A. Salsicha
Cenário: Nicolau Ayer
Fotografia: Danilo Lacalle
Figurino: Adriana Adrioj
Dois Perdidos Numa Noite Suja
Teatro Shopping West Plaza
Sala Nicette Bruno
Av. Francisco Matarazzo, s/n – Bloco B – Praca de alimentação – Água Branca
Capacidade: 128 lugares
Duração: 80 minutos
Temporada: Até 27 de abril
Sextas-feiras, às 21h
Sábados, às 22h30.
Ingressos:
R$ 50,00 (inteira)
R$ 25,00 (meia)
Classificação: 14 anos
Flávio Galvão cursou filosofia, já atuou em mais de 40 novelas e inúmeras minisséries na TV Globo como ator e diretor na mesma emissora. Império, Senhora do Destino, Porto dos Milagres, Corpo Dourado, A Indomada, Tieta, Irmãos Coragem, Corpo a Corpo, Senhora, Éramos Seis e O Quinto dos Infernos são algumas delas. Recentemente atuou em Apocalipse (TV Record). No teatro, realizou grandes trabalhos que foram aclamados pela crítica e pelo público como Bent, de Martin Sherman; As Pontes de Medison, baseada no livro de Robert James Waller; Num Lago Dourado, de Ernest Thompson; Camas Redondas Casais Quadrados, de Ray Cooney e John Chapman; O Semeador, de Gabriel Chalita; Ninguém Paga, Ninguém Paga, de Dario Fo; A Feira do Adultério, de Jô Soares, Armando Costa, Bráulio Pedroso, João Bethencourt, Lauro Cesar Muniz e Ziraldo, com roteiro de Paulo Pontes; La Nonna, de Roberto Cossa; Preso na Rede, de Ray Cooney; Três Homens Baixos, de Rodrigo Murat; A Investigação na Classe dominante, de J. B. Priestley; Tinha Que Ser Você, de Mayara Bianco; A Massagem, de Mauro Rasi; A História é uma História, de Millôr Fernandes etc. Atualmente é comentarista do Jornal da Cultura (TV Cultura), e está dirigindo o curta metragem Nunca Mais Quero Seu Amor, Nunca Mais.
Daliléa Ayala cursou Comunicação Social na Universidade Bandeirante de São Paulo – com habilitação em jornalismo; pós-graduação na UNG em linguagem jornalística, e Arte Dramática na Escola NG em Goiânia/Goiás no final dos anos 70. É atriz, diretora de teatro, jornalista e roteirista. Atuou em 31 espetáculos de teatro, sendo premiada em duas peças como melhor atriz: A Cozinha Maluca e A Filha Da.…, de Chico Anísio (Robalo de Ouro e Super Cap, e indicada para o prêmio MAMBEMBE (MINC) e APETESP como melhor atriz, e de melhor texto original em A Cozinha Maluca). Dirigiu os espetáculos: Dois Por Um Fio, Pai e Filho, o musical Inspiração de Handel e Pluft o Fantasminha, de Maria Clara Machado. Ainda no teatro, foi dirigida por Bibi Ferreira em dois espetáculos de grande sucesso: Sua Excelência o Candidato e Procura-se um Tenor. Atuou em mais de 1000 comerciais para TV, inúmeros vídeos de treinamento sobre comportamento humano & público, duas séries para TV Globo: Retrato de Mulher e Sandy e Junior; oito longas e três novelas: Um Homem Muito Especial (TV Bandeirantes), Meus Filhos Minha Vida e Cúmplices de Um Resgate pelo SBT. Durante vinte anos escreveu e apresentou o programa interno, Tele Rede, para Mercedes-Benz do Brasil.
Mayara Magri é formada pela EAD – Escola de Arte Dramática ECA – USP, atuou em inúmeras novelas de sucesso na TV Globo, tais como Amor Com Amor se Paga, A Gata Comeu, Roda de Fogo, Salvador da Pátria e Salomé. Teve papéis marcantes em novelas da TV Bandeirantes como Os Adolescentes, Ninho da Serpente, Sabor de Mel, Casal 80; na TV Manchete interpretou grandes papeis nas novelas Dona Beja e Helena, e ainda Éramos Seis, Razão de Viver, e Os Ossos do Barão pelo SBT. No cinema, foi premiada como melhor atriz coadjuvante no filme A Próxima Vítima, de João Batista de Andrade; Prêmios Governador do Estado e APCA; e no Festival de Caxambú com o filme Shock , e ainda o prêmio de melhor atriz no média metragem Átimo. No teatro, atuou em clássicos como Hamlet, Ricardo III e Maria Borralheira, nesta última foi premiada como melhor atriz com os troféus Mambembe e APTESP; em Luar em Preto e Branco, com a direção de Sérgio Mamberti, ganhou mais uma vez o prêmio APETESP como melhor atriz coadjuvante. E outros grandes sucessos do teatro, como Elza e Fred, As Pontes de Madison, Black Out, As Meninas (direção de Roberto Lage); Perversidade Sexual em Chicago (Direção de José Wilker); Greta Garbo quem diria acabou no Irajá (Direção de Wolf Maia); SOS Brasil (Direção de Marcos Caruso) e Louco Circo do Desejo (Direção de Vladimir Capela), entre outras.
Foto: Danilo Lacalle
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