Montagem inédita As Quatro Direções do Céu no Teatro de Contêiner Mungunzá

As Quatro Direções do Céu arrebatou público e crítica especializada em sua estreia em Porto Alegre, em 2015. No 10º Prêmio Braskem em Cena 2015, levou os troféus de melhor espetáculo (júri oficial) e melhor direção e no Prêmio Açorianos de Teatro 2015 venceu nas categorias melhor ator coadjuvante (Tiago Contte) e melhor espetáculo pelo júri popular. A montagem chega em São Paulo, após passar pelo Rio de Janeiro com apresentações gratuitas de 11 a 14 de abril, quinta e sexta-feira às 21h e sábado e domingo às 20h, no Teatro de Contêiner Mungunzá…

 

 

 

 

 

Primeira tradução do texto alemão para o português e também a primeira montagem no Brasil, As Quatro Direções do Céu tem direção do gaúcho Camilo de Lélis, premiado diretor que mais encenou textos alemães no Brasil. O espetáculo, que foi contemplado com financiamento do Governo do Estado do Rio Grande do Sul –Secretaria de Estado da Cultura – Pró-cultura RS FAC, faz apresentações nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

Em As Quatro Direções do Céu o destino apontado pelas quatro direções do céu define o percurso de quatro personagens, numa fábula em que os acontecimentos se repetem e se complementam sob diferentes perspectivas. Um homem forte sofre um acidente com seu caminhão, abandona a carga e ruma para uma vida melhor. Um homem pequeno encontra a carga na beira da estrada e, com o achado, vê-se diante de uma nova existência. O acaso interliga essas duas pessoas para sempre. Ambos se apaixonam por uma jovem mulher, uma garçonete, cujos cabelos encaracolados evocam o mito da Medusa. Apenas madame Oiseau, a cartomante – com visões do futuro – sabe que eles caminham numa direção, onde um pode se tornar o destino do outro. No entanto, ela não consegue enxergar o seu próprio futuro.

Os quatro personagens migram para uma nova cidade. Eles portam, cada um, uma direção do céu. A Mulher do Leste traz neve e gelo; o Homem do Norte, a chuva; a Jovem do Oeste, o vento; e, o homem do Sul, traz a neblina. Essas quatro figuras fantásticas se encontram em um ambiente fantasmagórico.

 

Cenário com latas de alumínio
Para o diretor Camilo de Lélis, a encenação apresenta o tempo presente, porém a narrativa aponta para o passado, remetendo a uma fantasia cinematográfica, literária e poética. Quatro personagens chegam em busca de algum sentido para sua existência em uma nova cidade, porém a ação já ocorreu, pois está sendo contada, desconstruída e remontada à medida que os atores vivem e revivem, ou repetem vivências já acontecidas ou imaginadas a partir de sua narrativa. “A ideia metafísica que a peça propõe, através da visão de uma pitonisa – Madame Oiseau – é sobre o destino de algumas pessoas. Então o elemento onírico e/ou sonambúlico desestabiliza a noção de um contexto histórico real, de uma época palpável ou de um espaço onde ocorram ações concretas”, explica ele.

O cenário é constituído por fardos de latas de alumínio compactadas e diversas latas de alumínio espalhadas pelo palco. Inspirado nos circos mambembes, uma lona no palco remete à arena e ao picadeiro. Já o figurino é realista no sentido de descrever profissões, pois o trabalho é um referencial importante nessa obra dramática e a iluminação faz diversos cortes de tempo/espaço para acelerar ou retardar o ritmo da narrativa e, principalmente, cria efeitos de ilusionismo que, por vezes, afasta a noção de realidade. A trilha sonora tem por característica uma mescla estética entre teatro, circo e cinema, com melodias de clima emocional, circense e de balada.

 

Roland Schimmelpfennig
Nascido em 1967, em Göttingen, na Alemanha, Roland Schimmelpfennig pertence à nova geração de dramaturgos alemães e é atualmente o autor mais montado na Alemanha, com suas peças apresentadas em mais de 40 países. Expoente do cenário germânico desde meados dos anos 1990, a dramaturgia de Schimmelpfennig margeia o surreal, mas se constitui como um teatro neo ou ultrarrealista. Dramaturgo premiado, entre outros reconhecimentos, recebeu o Prêmio Else Lasker Schüler (1997) e o Prêmio Nestroy (2002) de melhor autor jovem. Com a peça O Dragão Dourado, ganhou o Prêmio de Dramaturgia de Mülheim an der Ruhr em 2010, considerado o prêmio mais importante para a dramaturgia alemã. Entre os vencedores anteriores incluem Elfriede Jelinek (ganhador do Prêmio Nobel) e o dramaturgo Heiner Müller.

 

Camilo de Lélis
Um dos mais destacados profissionais do teatro gaúcho, tendo sido o diretor mais premiado com troféus Açorianos e Tibiquera na história do teatro porto-alegrense. Começou suas atividades teatrais na década de 80 e desde então tem mantido um trabalho constante e amadurecido ao longo dos anos. Seu trabalho abrange espetáculos de palco, encenações de rua, teatro de bonecos, espetáculos adultos e infantis. Suas produções são reconhecidas não apenas no Brasil, mas também no exterior, onde já teve oportunidade de exibir seu talento, em países como Uruguai, Argentina, Portugal e Alemanha. É considerado um dos encenadores mais importantes do estado gaúcho, onde produziu os musicais Jacobina, uma Balada para o Cristo Mulher e Os Crimes da Rua do Arvoredo.

Ficha Técnica
Autor – Roland Schimmelpfennig
Diretor – Camilo de Lélis
Tradução – Herta Elbern
Elenco – Diogo Cardoso, Maira Cibele, Renata de Lélis e Tiago Contte
Iluminação – Fernando Ochoa
Trilha Sonora – Antonio Villeroy
Cenografia – Felipe Helfer
Figurino – Renata de Lélis
Produção Audiovisual – Edu Rabin e Renata de Lélis
Edição de Vídeos – Eduardo Essarts
Montagem de luz | RJ – Wallace Furtado e Fernando Ochoa
Operador de som | RJ – Wallace Furtado
Operador de som e montagem de luz | SP – Pedro Augusto
Fotos – Edu Rabin
Apoio Administrativo/Contador – Mari Vieira
Programação Visual – Rafael Franskowiak
Direção de Produção – Das Gurias Produções Culturais
Produção Executiva – Maira Cibele e Renata de Lélis
Produção Técnica| RJ – Natalia Lebeis
Produção Técnica| SP – Rafael Leidens
Realização – Cia Face e Carretos

 

 

 

 
As Quatro Direções do Céu
Teatro de Contêiner Mungunzá
Rua dos Gusmões, 43 – Luz (próximo à estação Luz do metrô)
Tel.: 97632-7852
Capacidade do Teatro: 99 lugares
Duração: 80 minutos
De 11 a 14 de abril
Quinta e sexta-feira, às 21h
Sábado e domingo, às 20h
Classificação: Recomendado para maiores de 12 anos
Ingressos: GrátisS (retirada com 1h de antecedência na bilheteria do teatro).
Acesso para deficientes físicos
Bilheteria: Abre uma hora antes do início das apresentações (aceita dinheiro e cartões débito Visa e MasterCard).

 

Foto: Edu Rabin

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