No dia 16 de agosto (sexta, às 22h), o cantor e compositor Zé Guilherme é atração no Cabaret da Cecília. O cearense, radicado em São Paulo, apresenta show dividido em dois momentos com músicas de seus recentes álbuns: Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva e Alumia…
Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva, terceiro disco da carreira do artista, é uma homenagem a um dos mais importantes intérpretes da música popular brasileira. O trabalho é norteado por uma releitura delicada e pessoal de 18 canções gravadas pelo Cantor das Multidões, selecionadas por Zé Guilherme em um longo processo de pesquisa sobre sua trajetória. O CD entrou no mercado em 2015, ano em que Orlando Silva completaria 100 anos.
Lançado em 2018, Alumia é o primeiro trabalho autoral e o quarto da carreira de Zé Guilherme. Ele assina letra e melodia das canções “Alumia”, “Teus Passos” e “Canção de Você” e ainda divide a autoria de “Espelho” com Luis Felipe Gama, de “Ave Solitária” e “Teu Cheiro” com Cris Aflalo, de “Laço” com Marcelo Quintanilha e de “Oferendas” com Cezinha Oliveira, que é também produtor musical e arranjador do trabalho. Luis Felipe, Quintanilha e Cezinha aparecem também como autores, respectivamente, de “Franqueza”, “A Voz do Rio” e “Cesta Básica”, ao lado do baiano Péri, compositor de “Clarão” e “Paixão Elétrica”.
O repertório de Abre a Janela é formado por: “A Jardineira” (Benedito Lacerda e Humberto Porto), “Dama do Cabaré” (Noel Rosa), “A Primeira Vez” (Armando Marçal e Bide), “Abre a Janela” (Marques Júnior e Roberto Roberti), “Aos Pés da Cruz” (Marino Pinto e Zé da Zilda), “Faixa de Cetim” (Ary Barroso), “Lábios Que Beijei” (J. Cascata e Leonel Azevedo), “Lealdade” (Wilson Batista e Jorge de Castro), “Malmequer” (Newton Teixeira e Cristovão de Alencar), “O Homem Sem Mulher Não Vale Nada” (Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti), “Pela Primeira Vez” (Noel Rosa e Cristovão de Alencar), “Preconceito” (Marino Pinto e Wilson Batista) e “Alegria” (Assis Valente e Durval Maia), entre outras.
A apresentação de Zé Guilherme no Cabaret da Cecília é no formato pocket, sendo acompanhado pelos músicos Adriano Busko (percussão) e Cezinha Oliveira (direção musical, violão e vocal).
Zé Guilherme
Cabaret da Cecília
Rua Fortunato, 35 – Santa Cecília
Reservas: (11) 98489 8228
Capacidade: 80 lugares
Duração: 60 minutos
Sexta-feira, 16 de agosto, às 22h
Funcionamento da casa: a partir da 20h
Consumação: R$ 25,00
Ingresso: Pague quanto puder
Classificação: 18 anos
Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva
A trajetória de Orlando Silva foi marcada por apurado critério na escolha das canções. Além da afinidade artística, a seleção de Zé Guilherme levou em consideração a época de seu apogeu – de 1935, quando gravou o primeiro disco, até 1942. O roteiro contempla a brasilidade, um perfil mais leve e alegre do cantor como na maioria dos sambas que trazem sempre um toque de humor nas letras.
A produção musical (Cezinha Oliveira) traz elementos clássicos nos arranjos como piano, baixo acústico, acordeon, trombone e violão de sete cordas, entre outros, valorizando a sonoridade do disco sem cair no mero saudosismo. Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva foi concebido com base na interpretação, nos arranjos e nas composições, mostrando que a chamada “música antiga” do Brasil pode se manter clássica em sua origem, popular em sua apresentação e sofisticada em sua concepção. Cezinha explica que os sambas são inspirados nos conjuntos regionais e nas orquestras que acompanhavam os artistas nas rádios, geralmente formado por acordeom, violão, percussão e instrumento solo de sopro. Apenas as marchinhas “A Jardineira” e “Malmequer” seguem outro caminho: a primeira tem introdução influenciada pela música barroca e a segunda ganhou um andamento mais jazzístico.
Alumia
O disco Alumia Registra o amadurecimento artístico de Zé Guilherme, não só pelo fato de se mostrar também como compositor, mas pela própria trajetória musical. O primeiro CD, Recipiente (Lua Discos, 2000), com arranjos de Swami Jr., apresentava sua origem nordestina e sua música universal brasileira em um trabalho com a força da raiz e do pop brasileiro. Seis anos depois, o disco Tempo ao Tempo chega com uma linguagem pop mais contemporânea nos arranjos de Serginho R. O terceiro disco viaja no tempo e o artista faz um pouso na época mais romântica da música brasileira com Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva (2015), trabalho que também tem produção musical e arranjos de Cezinha Oliveira.
O novo CD faz um sobrevoo por esses caminhos e apresenta um repertório mais romântico, que envereda por uma sonoridade acústica mais jazzística. “Os arranjos trazem como unidade estética a sonoridade característica do piano, executado de forma primorosa por Jonas Dantas (também no acordeon), e do baixo acústico tocado por Johnny Frateschi”, justifica o produtor musical. É possível perceber que todas as canções se harmonizam como células dentro da estrutura musical do disco. Os demais instrumentos que aparecem são: bateria e percussão (por Adriano Busko), violão e guitarra (por Cezinha Oliveira) e sopros (por Walter Pinheiro). “Esse trabalho pode ser considerado uma declaração de amor, amor a outras pessoas e à minha própria vida”, confessa o intérprete.
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