Exposição representa um conjunto de obras escultóricas que demonstram a transformação da matéria bruta da natureza em formas espaciais de grande significância visual, em um encontro histórico que diz respeito à amizade, ao amor e à esperança…
Caciporé Torres e Yutaka Toyota inauguram “Caciporé & Toyota – Formas em União | Dicotomia em Diversidade Visual – Ocidente & Oriente”, com curadoria de Issao Minami, no Clube Atlético Monte Líbano. A mostra representa um conjunto de obras escultóricas que demonstram a transformação da matéria bruta da natureza em formas espaciais de grande significância visual – as quais ocupam espaços públicos e convivem harmoniosamente com complexos arquitetônicos -, em um encontro histórico que diz respeito à amizade, ao amor e à esperança.
“Oriente é o lado do horizonte onde o Sol aparece pela manhã. Ocidente é o lado do horizonte onde o Sol se põe, ao fim do dia. Assim, ‘Oriente & Ocidente’ é nascente e poente, é dicotomia. Dicotomia por ter o mesmo caminhar – tanto faz – do Ocidente & Oriente ou do Oriente & Ocidente! Afinal Oriente, mais introspectivo, cultiva um despertar do divino de dentro para fora e o Ocidente, mais expansivo, faz o caminho da busca ascendente de baixo para cima, do Deus que está nos céus”, comenta Issao Minami.
Através da união de formas, as esculturas de Caciporé & Toyota formam uma complementaridade em que a diversidade visual resulta do legado da arte escultórica sob um olhar fragmentado, e na qual “a herança histórica vem da diversidade visual do aprender olhar cada vez mais contemplativo por cada um deles”, explica o curador.
Como uma reflexão sobre essa dicotomia em diversidade visual, Issao Minami acrescenta que “a Bienal de Arte de Veneza 2019, sob curadoria de Ralph Rugoff, diretor da Hayward Gallery de Londres, trouxe temas relacionando costumes, tradições e ocorrências que permeiam o mundo contemporâneo. Ainda, no meio de uma centena de grandes atrações visuais, o italiano Lorenzo Quinn – na instalação Building Bridges – cobre o canal do antigo estaleiro do Arsenal de Veneza com uma forma escultural que representa uma gigantesca ponte formada por seis pares de mãos entrelaçadas. A ideia, segundo Quinn, seria representar a superação das diferenças e a busca por mais união, onde cada par das seis mãos representaria: (um) ajuda, (dois) amizade, (três) amor, (quatro) esperança, (cinco) fé e, (seis) sabedoria”.
Assim como na obra de Quinn, perdura uma amizade de muitos anos entre Caciporé Torres e Yutaka Toyota, além do firme propósito comum a ambos artistas de espalhar – com sabedoria, numa árdua profissão de fé – formas com mensagem de união e paz fraternas. “Enfim, a esperança do objeto escultural se instalando em gesto de ajuda para a preservação do ambiente onde a obra se insere em um verdadeiro espetáculo visual de amor e onde a escultura é o ambiente! Vale lembrar que a presente mostra é um legado histórico em preciosas obras escultóricas de Caciporé Torres e Yutaka Toyota, na busca incessante da ajuda, amizade, amor, esperança, fé, e sobretudo, sabedoria como mui bem preconizada por Quinn”, conclui o curador.
Yutaka Toyota – Espaço Cósmico 2020 União pela Paz – 2019
“Caciporé & Toyota – Formas em União | Dicotomia em Diversidade Visual – Ocidente & Oriente”
Artistas: Caciporé Torres e Yutaka Toyota
Curadoria: Issao Minami
Clube Atlético Monte Líbano
Av. República do Líbano, 2267 – Jardim Luzitania
Abertura: 25 de setembro de 2019, quarta-feira, às 20h
Período: de 26 de setembro a 13 de outubro de 2019
Horários: Segunda-feira a domingo, das 10 às 21h
Visitação gratuita
Número de obras: 20
Técnica: Escultura em bronze, ferro, aço inox
Caciporé Torres (Araçatuba/SP – 1935)
Escultor, desenhista e professor. Estuda História da Arte na Sorbonne, em Paris, em 1954. É presidente da Associação Internacional de Artes Plásticas/Unesco, em 1967. É eleito melhor escultor brasileiro pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte), em 1980 e 1982. Atualmente, leciona escultura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie. Trabalha em especial, com materiais duros e pesados, como o ferro. Geralmente, seleciona superfícies planificadas, estendidas e em desenvolvimento, como se fossem erupções, cones e formas. Na escultura A Montanha Azul (1965), obra premiada na IX Bienal Internacional de São Paulo, surgem placas, saliências e costuras no metal, com aparência industrializada, íntegra e de personalidade marcada. A Bolha (1995) e A Coisa “In Box” (2004) possuem formas que se voltam para preocupações estéticas, tais como o jogo de planos, as oposições, os ritmos, e principalmente o diálogo entre a superfície plana e o volume.
Yutaka Toyota (Tendo/Japão – 1931)
Artista de renome internacional, pintor, gravurista, designer, escultor. Com mais de 50 anos de carreira, tem atuação em diversos países, suas obras participam das mais importantes coleções e museus do mundo, em locais públicos, criou e executou mais de 100 monumentos. Recebeu grandes prêmios internacionais. Seu trabalho amadureceu nos anos 60 na Itália, participando da corrente ótico-cinética na mesma época de Jesus Raphael Soto, Júlio Le Parc, Edgar Negret, Carlos Cruz-Díez, Enrico Castellani e mestres como Lucio Fontana, Bruno Munari, Victor Vasarely e outros. Incansável, Yutaka Toyota cria e executa suas obras inovando e buscando recriar novos trabalhos, aprendendo novas técnicas e usando os mais recentes avanços tecnológicos com novos materiais é através de novas tecnologias de fabricação.
Foto Caciporé Torres – Título – Vibração Mil – 1960: Divulgação
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