Companhia de Teatro Heliópolis realiza debates sobre Cárcere

Cárcere – Aprisionamento em Massa e Seus Desdobramentos é o novo projeto da Companhia de Teatro Heliópolis, elaborado para comemorar os 20 anos que o grupo completou em 2020…

 

 

 

 

Como parte das atividades de pesquisa, que resultará na montagem de um espetáculo com estreia prevista para o início do próximo ano, a companhia realiza quatro rodas de conversa online, tendo um palestrante convidado a cada evento.

Os encontros acontecem às sextas-feiras do mês de março, às 19 horas, pela plataforma Google Meet com mediação da jornalista e crítica teatral Maria Fernanda Vomero e participação dos integrantes da Companhia de Teatro Heliópolis. Os interessados em participar devem se inscrever aqui.

Para iniciar a série de debates, o grupo convidou a escritora e estudiosa de política criminal Juliana Borges (5/3). Na sequência, os encontros são com: Salloma Salomão (12/3), compositor, educador, ator, dramaturgo e doutor em história; Roberto da Silva (19/3), pedagogo e doutor em educação e livre docente em pedagogia social; e Preta Ferreira (26/3), multiartista, abolicionista penal, ativista do Movimento Sem Teto do Centro.

Situada na segunda maior favela da América Latina, a Companhia de Teatro Heliópolis tem sua pesquisa cênica focada na realidade e nas identidades presentes no universo de Heliópolis, favela com altos índices de criminalidade, sendo um dos bairros mais violentos da cidade de São Paulo. O atual trabalho dá continuidade ao processo de pesquisa anterior, Justiça – O que os Vereditos Não Revelam, que resultou no espetáculo (IN)JUSTIÇA, indicado aos prêmios Shell e Aplauso Brasil, também eleito como um dos melhores espetáculos do ano pelo Guia da Folha e Divirta-se/Estadão.

O projeto Cárcere tem por objetivo investigar, ao longo de 16 meses, a indústria do cárcere, refletindo sobre sua serventia e sobre os interesses a ela relacionados, bem como lançar um olhar próximo e específico para o tema em busca de compreender como a dinâmica carcerária afeta os moradores de Heliópolis e a sociedade como um todo. A pesquisa aprofunda-se nas questões dos encarcerados em prisões brasileiras, passando pelo contexto de violência e estigmas sociais a que são submetidos os indivíduos que sobrevivem ao sistema e conquistam a liberdade. Investiga também como o próprio sistema judiciário influencia no perfil da população carcerária ajudando a perpetuar a força do poder paralelo, experiência vivida cotidianamente pelos integrantes do grupo, já que residem em Heliópolis. Cárcere – Aprisionamento em Massa e Seus Desdobramentos foi contemplado pela 35ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

 

 

 

 

 

Debates / Rodas de Conversas
Tema: Cárcere – Aprisionamento em Massa e seus Desdobramentos
Mediação: Maria Fernanda Vomero
De 5 a 26 de março. Sextas, às 19h
Inscrições grátis no link Google Meet/Cárcere- Aprisionamento em Massa e seus Desdobramentos

 

Sexta-feira, 5 de março, às 19h
Ministrante: Juliana Borges
Juliana Borges é escritora e estuda Política Criminal. É consultora do Núcleo de Enfrentamento, monitoramento e memória de combate à violência da OAB-SP e conselheira da Iniciativa Negra por uma Nova Política Sobre Drogas, além de colunista da Revista Cláudia. Juliana é autora dos livros Encarceramento em Massa (Ed. Jandaíra) e Prisões: Espelhos de Nós (Ed. Todavia).

 

Sexta-feira, 12 de março, às 19h
Ministrante: Salloma Salomão
Salloma Salomão é doutor em História pela PUC-SP (2005). Desde a juventude combina atividade artístico-criativa com práticas de pesquisa acadêmica e formas educativas de intervenção sócio-política antirracista. É também compositor, educador, ator e dramaturgo ‘autoformado e socialmente construído’.

 

Sexta-feira, 19 de março, às 19h
Ministrante: Roberto da Silva
Roberto da Silva é pedagogo (UFMT, 1993), mestre (USP, 1998) e doutor (USP 2001) em Educação e Livre Docente em Pedagogia Social (USP, 2009). É professor do Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação, da Faculdade de Educação da USP, na qual orienta pesquisas de mestrado, doutorado e pós-doutorado nas áreas de políticas públicas e políticas sociais. De 1962 a 1975, viveu em abrigos do Estado de São Paulo e integrou a primeira geração de crianças órfãs e abandonadas entregue aos cuidados da Funabem/FEBEM.

 

Sexta-feira, 26 de março, às 19h
Ministrante: Preta Ferreira
Preta Ferreira é multiartista, abolicionista penal e ativista pelo direito à moradia no MSTC – Movimento Sem Teto do Centro. Formada em publicidade, consolidou sua carreira na produção cultural. Preta é também a autora e intérprete do single e do livro Minha Carne.

 

Foto Preta Ferreira: Divulgação

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