Grupo Tapa prorroga temporada de Um Picasso no Teatro Aliança Francesa

Devido ao sucesso de público, o Grupo Tapa vai estender até 3 de outubro, a temporada presencial do espetáculo Um Picasso, no Teatro Aliança Francesa…

 

 

 

 

 

O texto do Jeffrey Hatcher revela um duelo verbal entre o pintor Pablo Picasso e uma agente do Ministério da Propaganda Nazista, vividos em cena por Sergio Mastropasqua e Clara Carvalho, com direção de Eduardo Tolentino de Araujo. É a primeira que um texto do autor norte-americano é encenado no Brasil.

A peça tem sessões de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 17h. Não há bilheteria física, os ingressos devem ser comprados somente pela internet na plataforma Sympla.

Durante a ocupação nazista de Paris em 1941, Pablo Picasso (1881-1973) é levado a um porão para ser interrogado por Fraulein Fischer, cuja missão secreta é obter a autenticação do pintor em, pelo menos, uma de três obras que foram confiscadas recentemente. O Ministério da Cultura nazista planeja uma suposta “exposição”, todavia o objetivo é queimar obras de “arte degenerada”. Os personagens se envolvem em uma negociação que se revela um verdadeiro embate sobre arte, política, verdade, morte e atração de poder.

Eduardo Tolentino teve seu primeiro contato com o texto de Hatcher ao dirigir uma montagem com a Companhia de Teatro de Braga no ano de 2014 em Portugal e iria dirigir uma versão no primeiro semestre de 2020 pelo Tapa, porém o projeto foi interrompido com a pandemia.

“Íamos estrear no ano passado, na época existia uma discussão metafórica sobre o sentido da arte, agora o significado é outro, é a barbárie. Recentemente, chegaram até a queimar um quadro de Picasso para vender na internet nos Estados Unidos. A peça ganha uma conotação maior nesses tempos sombrios que estamos vivendo.”

Les Demoiselles d’Avignon, A Banhista Sentada, Três Músicos, Dora Maar com Gato, e claro, Guernica são apenas alguns exemplos mais populares da obra do pintor espanhol, que subverteu todos os princípios das artes plásticas, se reinventado a cada nova fase. Um marco do século 20, que divide a arte, antes e depois dele.

Para o ator Sergio Mastropasqua, a peça é extremamente atual quando se reflete sobre a arte, pois ela incomoda quem está querendo diminuir a diversidade de vozes. “Essa dramaturgia fala da queima de quadros pelos nazistas, o Brasil tem censurado livros; não são universos tão distantes. Em uma circunstância de exceção, uma pessoa se dá ao direito de dizer o que deve existir ou não. A montagem lida com obras de arte, contudo esse mesmo raciocínio foi aplicado a pessoas, o que é uma verdadeira tragédia”.

Clara Carvalho enfatiza que o espetáculo é um painel político do período da 2ª Guerra, mas apesar da distância temporal, imagens do nosso tempo como as balsas afundadas dos refugiados no Mediterrâneo são como novas Guernicas. Uma das características mais marcantes de sua atuação, é a dubiedade de sua personagem.

A peça se passa em um porão inóspito que funciona como um depósito para obras de arte e local de tortura pela Gestapo. Já o figurino retrata a época em que viveram os personagens. Essa é a primeira vez que um texto de Jeffrey Hatcher ganha uma produção brasileira. O dramaturgo nasceu em Ohio e tem 64 anos, seus trabalhos constantemente são montados pelos Estados Unidos como Compleat Female Stage Beauty, Three Viewings, Scotland Road, Sockdology and Tesadas With Morrie. Um Picasso já teve montagens em Portugal, República Tcheca, entre outros países.

Tolentino ressalta a importância de Picasso e das reflexões proporcionadas pelo teatro e cultura em geral. “A peça é crivada na atualidade, apesar de passada no período da guerra e ser uma oficial da Gestapo interrogando um artista, um dos maiores da história da humanidade. A arte não pode nada contra as armas, mas sobrevive e nos faz repensar a história. É fundamental colocar a importância da arte em um momento que pensamentos autoritários tentam demonizá-la. O que a peça diz é que a arte vai sobreviver a tudo isso”.

Ficha Técnica
Texto: Jeffrey Hatcher. Direção: Eduardo Tolentino de Araujo. Assistente de Direção: Ariel Cannal. Iluminação: Nicolas Caratori. Elenco: Sergio Mastropasqua e Clara Carvalho. Redes Sociais: Bianca Nóbrega. Design Gráfico: Mau Machado Costureira: Judite Lima. Alfaiate: Miguel Arrua. Fotos: Ronaldo Gutierrez. Adereços: Jorge Luiz Alves. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Assistente de Produção: Rafaelly Vianna. Direção de Produção: Ariel Cannal.

 

 

 

 

 

Um Picasso
Teatro Aliança Francesa
Rua General Jardim 182 – Vila Buarque
Tel.: (11) 3572-2379
Capacidade: 52 lugares + 4 PNE
Estreou dia 19 de agosto de 2021, quinta-feira, às 20h.
Ingressos: https://grupotapa.com.br (Vendas Somente Online)
Preços:
R$40,00/R$20,00 quinta e sexta
R$60,00/R$30,00 sábado e domingo
Temporada até 3 de outubro
De quinta a sábado, às 20h
Domingo, às 17h
Duração: 80 minutos
Classificação: 14 anos
Ar-condicionado
Estacionamento conveniado na Rua Rego Freitas, 285

Protocolos de Segurança
• A capacidade máxima será de 52 pessoas.
• Não haverá bilheteria no teatro, os ingressos devem ser comprados exclusivamente pela internet na plataforma Sympla;
• Abertura da plateia meia hora antes do espetáculo;
• É imprescindível o uso de máscara no teatro antes, durante e após o espetáculo;
• Monitoramento do uso de máscaras através das câmeras de segurança;
• Álcool em gel estará disponível para o público;
• Equipe do espetáculo (inclusive elenco) não receberão o público no saguão antes ou depois do espetáculo.
• Quem for pedir carros de aplicativos/táxi, poderá esperar na plateia para não aglomerar em frente ao teatro.

 

Foto: Ronaldo Gutierrez

1 comentário em “Grupo Tapa prorroga temporada de Um Picasso no Teatro Aliança FrancesaAdicione o seu →

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *