Em encontros virtuais diários, os integrantes do coletivo conversam com artistas e estudiosos para rever os conceitos que estiveram presentes nos 20 anos do grupo e também ampliar as vozes de contato; os convidados são: Cibele Forjaz, Lucas Moura, Flip Couto, Ricardo Iazzetta, Amilton de Azevedo, Gabriela Miranda, Clayton Nascimento e Aldri Anunciação…
Entre 7 e 11 de fevereiro de 2022, de segunda a sexta-feira, sempre começando às 20h, os integrantes do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos recebem artistas, escritores e professores ligados ao teatro e que se conectam com a história do Núcleo para conversar sobre os diversos aspectos do ofício.
A atividade integra as comemorações pelos 20 anos do coletivo e debatem temas presentes e importantes nas suas duas décadas de trabalho, como criação de imaginários, presença política, representação, teatralidade etc. Os encontros são virtuais, gratuitos, pelo canal de YouTube do Núcleo (www.youtube.com/nucleobartolomeu).
Os convidados são: a diretora e iluminadora Cibele Forjaz; o dramaturgo Lucas Moura; o artista interdisciplinar Flip Couto; o dançarino, coreógrafo e professor Ricardo Iazzetta; o crítico e professor de teatro Amilton de Azevedo; a realizadora audiovisual e montadora Gabriela Miranda; o diretor, dramaturgo, ator e professor Clayton Nascimento e o dramaturgo, roteirista, ator e apresentador de TV Aldri Anunciação.
A primeira conversa (dia 7/2) é entre os integrantes do Núcleo Bartolomeu, sob o tema “Teatro Hip-Hop – linguagem e memória”. No dia seguinte (8/2), Claudia Schapira fala com Cibele Forjaz e Lucas Moura sobre “Dramaturgias em processos colaborativos”. “O Corpo Político em Performance” é o assunto que Luaa Gabanini media com o Flip Couto e Ricardo Iazzetta, dia 9/2.
Amilton de Azevedo e Gabriela Miranda conversam sobre “Novas narrativas e imaginários em tempos pandêmicos”, com mediação de Roberta Estrela D`Alva, dia 10/2. Fechando a rodada, Clayton Nascimento e Aldri Anunciação falam sobre “Arte e Depoimento”, dia 11/02, com mediação de Eugênio Lima.
A ideia principal dessas rodas é rever os conceitos que estiveram presentes nos 20 anos do grupo e também ampliar as vozes de contato, trazendo artistas com outros pontos de vista para a conversa.
As Rodas de Conversa integram as comemorações pelos 20 anos de criação e de atuação continuada com a construção da linguagem do teatro hip-hop do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. Essas duas décadas de intenso trabalho originaram não só uma cartografia que mescla linguagem e trajetória do grupo, mas também reflexões e um importante olhar para o futuro na formação de novos imaginários.
Há mais de 20 anos, o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos tem uma trajetória intrinsecamente ligada à cidade de São Paulo, com a construção de sua linguagem – o teatro hip-hop. formado por Claudia Schapira, Eugênio Lima, Luaa Gabanini e Roberta Estrela D’Alva, o coletivo já levou ao palco 14 peças, é responsável pelo SLAM SP (Campeonato paulista de poesia falada) e SLAM BR (Campeonato brasileiro de poesia falada) e tem um projeto permanente (ZAP! Zona Autônoma da Palavra).
O Núcleo pesquisa e desenvolve a linguagem, o diálogo entre a cultura hip-hop, com a contundência da autorrepresentação como discurso artístico, e o teatro épico e seus recursos: o caráter narrativo, apoiado por uma dramaturgia que se configura depoimento do processo histórico; como instrumento que elucida uma concepção do mundo, e coloca o ator-narrador em face de si mesmo como objeto de pesquisa; como ser mutável; em processo, fruto do raciocínio, da reflexão.
“Este projeto foi realizado com apoio do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura”
Núcleo Bartolomeu de Depoimentos 20 anos
Fevereiro de 2022
Programação completa em: https://linktr.ee/nucleobartolomeu
Transmissão: Facebook (https://www.facebook.com/nucleobartolomeu) e Youtube do grupo Núcleo Bartolomeu (https://www.youtube.com/user/nucleobartolomeu)
Grátis
Programação das apresentações:
1º Roda de Conversa
7 de fevereiro de 2022, segunda-feira, às 20h
Teatro Hip-Hop – linguagem e memória
Com Núcleo Bartolomeu de Depoimentos
2º Roda de Conversa
8 de fevereiro de 2022, terça-feira, às 20h
Dramaturgias em processos colaborativos
Com Cibele Forjaz e Lucas Moura – Mediação de Claudia Schapira
Cibele Forjaz, É diretora e iluminadora de teatro, bacharel em direção teatral, mestre e doutora pela ECA/USP. Pós Doutorado no Programa de Antropologia Social da FFLCH/USP. Docente e pesquisadora do Departamento de Artes Cênicas e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Em 40 anos de profissão participou de 4 coletivos de teatro: Sons Linguísticos Oficínicos (1982-1984), A Barca de Dionísos (1985-1991), Teatro Oficina Uzyna Uzona (1992-2001) e Cia.Livre, onde é diretora artística desde 1999.
Lucas Moura, 29 anos, é dramaturgo, roteirista, ator e está se formando em pedagogia pela USP. Contemplado como dramaturgo em diversos prêmios e editais importantes da cidade de São Paulo, seu mais recente trabalho “Desfazenda – me enterrem fora deste lugar” com o grupo teatral “O bonde” teve direção de Roberta Estrela D’Alva, participação de Grave Passô e está indiciado ao prêmio APCA de melhor espetáculo de 2021. Atualmente trabalha como artista docente de dramaturgia na SP Escola de Teatro e como orientador de dramaturgia no projeto Fábricas de Cultura.
3º Roda de Conversa
9 de fevereiro de 2022, quarta-feira, às 20h
O Corpo Político em Performance
Com Flip Couto e Ricardo Iazzetta – Mediação de Luaa Gabanini
Flip Couto, Artista interdisciplinar formado em dança é Idealizador do Coletivo Coletivo AMEM, diretor criativo na Agência Voadoras, co-fundador da Aliança Pró-Saúde da População Negra. Legendary da cena Kiki na Ballroom no Brasil e membro da House Of Zion. Atuando como performer, curador, produtor de eventos e palestras sobre HIV/Aids, Negritudes e diversidade Flip provoca através de seus trabalhos discussões sobre raça, classe, gênero e saúde em diálogo com as comunidades Ballroom, Hip Hop e outras estéticas urbanas contemporâneas.
Ricardo Iazetta, Dançarino, coreógrafo e professor. Formado em dança pela The Juilliard School of New York (1990-94) onde por quatro anos aprofundou estudos diversos da gênese da dança moderna naquele país e fundamentos que vieram a constituir bases técnicas da dança contemporânea. Diretor e dançarino da keyzetta e cia, grupo residente na cidade de São Paulo que desenvolve criações e projetos de difusão, troca e partilha de experiências e conhecimento em dança há mais de 20 anos. Além de atuar em São Paulo, já participou de projetos de criação e intercâmbio artístico nos EUA, Alemanha, Espanha, Croácia e Japão, sempre em colaboração com outros artistas e coletivos. Estudou ChiKung e Tui Na no Cemetrac (centro de estudos de medicina tradicional chinesa) sob supervisão do Mestre Liu Chih MIng, e pesquisa as relações entre o movimento, a respiração, criação de corpo, improvisação, duração, entre outros aspectos ligados ao movimento e a criação.
4º Roda de Conversa
10 de fevereiro de 2022, quinta-feira, às 20h
Novas narrativas e imaginários em tempos pandêmicos
Com Amilton de Azevedo e Gabriela Miranda – Mediação de Roberta Estrela D`Alva
Amilton de Azevedo é crítico e professor de teatro. Mestre em Artes da Cena, especialista em Direção Teatral e bacharel em Teatro pela Escola Superior de Artes Célia Helena, onde lecionou entre 2016 e 2019. Criou, em 2017, a plataforma ruína acesa, onde publica regularmente textos sobre teatro e audiovisual. Também escreveu para a Folha de S. Paulo e festivais como o MIRADA e a MITsp. É membro da seção brasileira da IACT/AICT (Associação Internacional de Críticos de Teatro).
Gabriela Miranda é alagoana, realizadora audiovisual e montadora. Graduada em cinema pela UFPE, atua nas equipes de direção e arte de curtas, longas e séries desde 2011. Em 2020, realizou os filmes “Aguado” e “Fogo-Fátuo” em direção conjunta com Matheus Brant. A dupla vem aliando os projetos autorais à contribuição audiovisual com os coletivos de teatro Núcleo Bartolomeu de Depoimentos e Coletivo Legítima Defesa.
5º Roda de Conversa
11 de fevereiro de 2022, sexta-feira, às 20h
Arte e Depoimento
Com Clayton Nascimento e Aldri Anunciação – Mediação de Eugênio Lima
Clayton Nascimento é um diretor, dramaturgo, ator e professor. Atualmente é professor de Graduação do Célia Helena e da SP Escola de Teatro. Se formou pelo Celia Helena, Casa do Teatro, SP Escola de Teatro e estudos na Escola de Arte Dramática. Diretor, autor e interprete da peça MACACOS, sobre racismo e genocídio negro no Brasil, interpretando no show de Elza Soares, “A mulher do fim do mundo”, vencedora de 15 prêmios teatrais circulando por 08 estados nacionais. É ator de BURAQUINHOS, peça vencedora do Prêmio APCA 2019 de melhor direção, e do Aplauso Brasil em melhor direção e indicado a melhor elenco em 2019 pelo mesmo prêmio. Dirigiu a peça “O crime da cabra”, comédia popular sobre as injustiças e os abusos de poder no Brasil e “Vocês vão ter que me engolir” da Cia. Mar de Teatro sobre garotas periféricas que tem o desejo de jogar futebol, vencedora do prêmio Coca Cola na categoria Artistas Revelação.”
Aldri Anunciação
Prêmio Jabuti de Literatura-2013 pelo livro Namíbia, não! da Ed. Edufba, é dramaturgo, roteirista, ator e apresentador de TV. Lançou recentemente o livro “A Trilogia do Confinamento” (Ed. Perspectiva). Premiado como Melhor Ator no Festival de Cinema de Brasília (2018). Prêmio de Melhor Roteiro no Indie Film Festival de Memphis -2020 nos EUA como co-roteirista do filme Medida Provisória direção de Lázaro Ramos, e ainda Recebeu a Comenda do Mérito Cultural em 2014. Apresenta e roteiriza os programas Conexão Bahia e Conversa Preta na TV Bahia-Rede Globo. Defendeu doutorado em dramaturgia com a tese Autodescolonização do Autor Através da Descolonização da Personagem de Ficção no PPGAC-UFBa em 2021.
O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos
O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, formado por Claudia Schapira, Eugênio Lima, Luaa Gabanini e Roberta Estrela D’Alva, nasceu no ano de 2000 e tem como pesquisa de linguagem o diálogo entre a cultura hip-hop, com a contundência da autorrepresentação como discurso artístico, e o teatro épico e seus recursos: o caráter narrativo, apoiado por uma dramaturgia que se configura depoimento do processo histórico; como instrumento que elucida uma concepção do mundo, e coloca o ator-narrador em face de si mesmo como objeto de pesquisa; como homem mutável; em processo, fruto do raciocínio, da reflexão.
Em 2000, estreou Bartolomeu, O Que Será que Nele Deu, o primeiro espetáculo do Núcleo, dirigido por Georgette Fadel e inspirado no romance de Herman Melville “Bartleby, O Escriturário”. Acordei Que Sonhava, uma livre adaptação de “A Vida É Sonho”, de Calderón de la Barca, foi o segundo espetáculo da companhia, estreado em 2002, dirigido por Claudia Schapira.
Entre os anos de 2002 e 2003, o Núcleo desenvolveu o projeto Urgência nas Ruas – obras-manifesto, intervenções pelas ruas de São Paulo. Esse projeto foi o primeiro a ser contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.
Em 2006 estreia Frátria Amada Brasil – Pequeno Compêndio de Lendas Urbanas, espetáculo inspirado na Odisseia de Homero.
Em 2008 o projeto 5 x 4 – Particularidades Coletivas, gerou cinco espetáculos: Encontros Notáveis, 3×3 – Três DJs em busca do vinil perdido, Manifesto de Passagem – 12 Passos em Direção à Luz, Vai te Catar! e Cindi Hip-Hop – Pequena Ópera Rap.
Em 2009, o Núcleo iniciou o projeto Pajelança de Kuarup no Congá, que depois de quase três anos de intensa pesquisa resulta no espetáculo Orfeu Mestiço, uma Hip-Hópera Brasileira.
Em 2013, estreou Antígona Recortada e em 2014, BadeRna, último espetáculo realizado na sede do grupo, que foi demolida pela Ink Incorporadora e todos seus associados.
Em 2015, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, realizou a Ocupação Arena Urbana – De onde viemos, para onde voltamos, que contou com a temporada de três obras inéditas: Memórias Impressas, Olhos Serrados e 1, 2, 3 – Quando acaba começa tudo outra vez, marcando a incursão do grupo no universo do teatro infantil.
Em maio de 2016, estreou Cassandra – Na calada da voz, uma performance teatral, trazendo à luz a violência infringida através dos tempos ao discurso feminino.
Além dos espetáculos, o Núcleo criou vários projetos, em 2008, ZAP! Zona Autônoma da Palavra, o primeiro poetry slam (campeonato de poesia) brasileiro, que deu origem ao SLAM SP e ao SLAM BR e em 2009, DCC – Dramaturgia Concisa e Contemporânea, um espaço dedicado à criação e debate sobre produção de textos cênicos curtos e inéditos.
Foto: Divulgação
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