Em ano marcado pela baixa procura pela vacinação contra a pólio, o espetáculo é um manifesto pela vacina. Por sua atuação Débora Duboc foi premiada com o APCA de melhor atriz em 2019…
Público tem poucas semanas para conferir o premiado espetáculo A Valsa de Lili encenado por Débora Duboc e dirigido por Débora Dubois em cartaz no Teatro Eva Herz. As sessões acontecem aos sábados, às 20h e domingos, às 18h; até o dia 1º de maio.
O texto de Aimar Labaki é inspirado no livro autobiográfico Pulmão de Aço, de Eliana Zagui (a Lili da vida real), e promove o contato da plateia com uma personagem única, que está fisicamente paralisada, mas encontra-se intelectual e emocionalmente livre. Eliana aprendeu a ler, escrever, estudou inglês e italiano, tudo dentro do hospital onde vive. Além de escrever e usar o computador com a boca, Eliana também é pintora.
Aimar Labaki constrói de forma delicada e emocionante a história de Lili, que, tanto em vida quanto na narrativa, vive numa UTI há quase quarenta anos, desde os 2 anos de idade, por conta de uma poliomielite mal diagnosticada.
“Lili vive em uma condição muito singular, mas seus questionamentos, medos e verdades são os mesmos de qualquer pessoa na sua idade: a necessidade de amar e ser amada, a relação com a morte, o que fazer da vida, como conseguir o sustento com o trabalho, diz Débora Duboc.
“A luta de Lili para sobreviver em condições tão adversas, sem perder o humor e o amor, são a metáfora perfeita para os dias sombrios que vivemos, entre a violência e a desesperança”, completa o autor Aimar Labaki.
A parceria entre a diretora Débora Dubois e o autor Aimar Labaki é antiga. É de ambos os espetáculos MotoRboy e Pirata na Linha, grandes sucessos para adolescentes, além de Poda ou Una Notte Intera, que Débora dirigiu para o Festival Intercity, em Florença, na Itália. Ela também já dirigiu Duboc em espetáculo com curadoria de Gianni Ratto. Sobre A Valsa de Lili, Dubois diz ser “um testemunho forte e sensível, uma forma de vida tão única e singular, que alçou vôo pra falar e tocar fundo em muitos de nós”.
Eliana Zagui, a autora do livro, esteve presente em uma sessão de A Valsa de Lili. “É mais que uma peça, é mais que imaginar. É entrar numa máquina do tempo, no mais profundo inconsciente. Reviver cada detalhe com muita saudade, risada, choro e ver que valeu a pena nunca parar de dançar ao meu ritmo”, conta.
Duboc conta que foi uma grande emoção recebê-la, pois ela se locomove acompanhada de um grande aparato que inclui ambulância, respiradores e profissionais da saúde. “Eu entendi que viver é um ato político. A existência de Lili é uma escolha diária. A personagem diz: Eu posso não mexer nada do pescoço para baixo, mas a minha alma nunca deixou de dançar.
A peça estreou em 2019 no SESC Ipiranga, em São Paulo, onde Débora Duboc ganhou o Prêmio APCA de melhor atriz. Antes da pandemia iniciou temporada nos Teatros dos CCBB’s Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em julho de 2020, foi o primeiro espetáculo, no Brasil, a ser exibido num drive-in, que foi montado no estacionamento do Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília.
Ficha Técnica
Texto: Aimar Labaki
Intérprete: Débora Duboc
Direção: Débora Dubois
Cenário e figurinos: Márcio Vinicius
Iluminação: Aline Santini
Trilha Sonora: Débora Dubois
Assessoria Corporal: Doria Gark
Fotografia: João Caldas Fº
Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli
Produção Executiva: Fabrício Síndice
Direção de Produção: Cristiani Zonzini
Coordenação Geral: Edinho Rodrigues (Brancalyone Produções).
A Valsa de Lili
Teatro Eva Herz
Livraria Cultura do Conjunto Nacional
Avenida Paulista, 2073, Cerqueira César
Capacidade: 168 lugares.
Sábados às 20h e domingos às 18h – Até 1º de maio.
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 70 minutos
Ingressos: R$50,00 e R$25,00
Vendas Sympla
Bilheteria aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração.
Foto: João Caldas Fº
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