Com dramaturgia e direção de Caio Silviano Foi enquanto eu esperava a encomenda de um livro de Maiakóvski que tive uma epifania sobre a Revolução traz à cena quatro personagens que querem tomar Brasília, mas precisam de uma inspiração para iniciar a revolução…
A partir da experiência real de uma compra on-line e os dias para a entrega de um livro do poeta Vladimir Maiakóvski durante a pandemia, que o dramaturgo e diretor Caio Silviano teve a ideia de escrever e encenar Foi enquanto eu esperava a encomenda de um livro de Maiakóvski que tive uma epifania sobre a Revolução. O novo espetáculo do Grupo Pano estreia dia 6 de outubro, quinta-feira, às 21h, no Galpão do Folias e mescla filosofia política, sátira e teatro do absurdo.
Com elenco formado por Alice Guega, Amanda Quintero, Bernardo Bibancos, Cecília Barros, Henrique Reis, Juliano Veríssimo e Rafael Érnica. Foi enquanto eu esperava a encomenda de um livro de Maiakóvski que tive uma epifania sobre a Revolução se desenvolve a partir de quatro camaradas que se encontram em uma célula revolucionária para planejar o grande ato que promoverá a revolução efetiva no Brasil.
Porém, os personagens acabam se deparando com a falta de inspiração para uma ação consistente, o que os leva a fazer uma encomenda on-line de um livro do poeta Vladimir Maiakóvski. Foi enquanto eu esperava a encomenda de um livro de Maiakóvski que tive uma epifania sobre a Revolução acontece nesse período de espera e recebimento do livro que parece aos quatro personagens ser a peça fundamental para a constituição de sua força revolucionária.
A ideia do texto e concepção do espetáculo partiu de uma experiência real do dramaturgo e diretor Caio Silviano, que durante a pandemia, encomendou on-line um livro de Maiakóvski para seus estudos. “Com o passar dos dias percebi que estava esperando a chegada da inspiração, no caso o livro, para agir”, conta ele.
Esperançar
Foi enquanto eu esperava a encomenda de um livro de Maiakóvski que tive uma epifania sobre a Revolução tem como mote central discutir a ação. Paulo
Freire já alertava seus leitores sobre os perigos da estagnação proveniente da esperança de que novos cenários mais amenos haveriam de chegar naturalmente e por isso criou o verbo de ação “esperançar”.
No espetáculo, política e arte se encontram no campo do simbólico e há um esgarçamento, de maneira clownesca, do tecido do drama até apresentar os próprios artesãos da obra em questão, escancarando a fragilidade dos atores. Para Caio Silviano, a peça – com música ao vivo que contribui na narrativa – não é uma crítica ao fazer revolucionário, mas uma evidência patética do ato de esperança que se converte mais em espera do que ação.
“Viver no Brasil contemporâneo pede mobilização e mudança da atitude em relação ao fazer político e construção de uma sociedade mais humanizada, independente de saber no plano das ideias as opções de mobilização. Os tempos sufocantes do país não irão esperar a inspiração dos conscientes, mas ao contrário, continuarão a caminhar por uma via sem obstáculos”, explica o dramaturgo e diretor.
Ficha Técnica
Dramaturgia e Direção – Caio Silviano. Elenco – Alice Guega, Amanda Quintero, Bernardo Bibancos, Cecília Barros, Henrique Reis, Juliano Veríssimo e Rafael Érnica. Direção de Arte – Cecília Barros. Iluminação – Lui Seixas. Operador de Luz – Bruno Camargo. Adereços – Amanda Quintero e Bruno Britto Chiomento. Trilha Sonora e Música – Grupo Pano. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Design Gráfico – Cecília Barros. Fotos – Vinicius Aguiar. Produção – Anayan Moretto. Realização – Grupo Pano.
Foi enquanto eu esperava a encomenda de um livro de
Maiakóvski que tive uma epifania sobre a Revolução
Galpão do Folias
Rua Ana Cintra, 213 – Santa Cecília
Telefone: (11) 3361-2223
De 6 a 23 de outubro
Quinta-feira a sábado às 21h
Domingo às 20h
Duração: 80 minutos
Classificação: 12 anos
Ingressos: R$ 30,00 e R$15,00 (meia-entrada)
Vendas no site Sympla e na bilheteria do teatro.
Sobre o Grupo Pano
Desenvolve sua metodologia de trabalho a partir de um grupo de estudos teóricos – com textos que embasam desde o trabalho do ator até os fundamentos sociológicos do fenômeno teatral – e práticos – produzindo conteúdo dramatúrgico a partir dessas discussões teóricas, treinamentos como das diferentes máscaras expressivas e posteriormente desenvolvendo a encenação de seus espetáculos. Em um primeiro momento – passando por estudos de Adorno, Martin Esslin, Flávio Desgranges e Bertold Brecht – o grupo optou por pesquisar a tensão entre o absurdo e o épico no teatro, além de dar um foco na noção da crise do drama, um olhar sobre os percursos do teatro ao longo da história e de suas mudanças de gênero e pensamento cênico. O primeiro espetáculo do grupo denominado Pano. Fim teve sua estreia, após dois anos de processo e pesquisa, em outubro de 2019 no Teatro Pequeno Ato com ingressos esgotados, seguindo para sua segunda temporada em dezembro do mesmo ano na Funarte-SP. Além disso, durante 2020 o grupo desenvolveu um programa de rádio na Radiocraciajá (atual Radiola Livre) chamado Passando Pano, uma sátira que tem por princípio o compromisso com o fracasso risível e com as tropicadas cênicas. O programa está disponível em todas as plataformas de podcast, Youtube e Instagram e desenvolveu aproximadamente 20 roteiros ficcionais radiofônicos. Finalmente, no ano de 2021 o grupo optou por desenvolver um projeto audiovisual compartilhado em suas redes sociais. Denominado Ocaso, o projeto desenvolveu seis vídeos e contou com mais de 3 mil visualizações contabilizadas nas redes do Grupo Pano. A pesquisa audiovisual se une à linguagem das máscaras larvárias e expressivas inteiras para fazer um retrato de personagens que, sem seu espaço teatral, perambulam pelo cotidiano realista misturando as camadas da realidade.
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