Make Music Day Brasil Indígena 2023

Dia 21 de junho o mundo acordará ao som dos Maracás!   O Make Music Day, celebrado por mais de 1000 cidades em 120 países, chega a sua 41° edição, recebendo a manifestação dos indígenas brasileiros de todos os cantos do país como destaque do Make Music Day Brasil…

 

 

 

Para Daniel Neves, coordenador nacional do Make Music Brasil, o Make Music Day expressa a experiência cultural do país. “Temos uma musicalidade autenticamente brasileira, e é importante evidenciar a identidade e diversidade musical indígena como bases da nossa cultura”, diz ele.

O Make Music Brasil Indígena é uma iniciativa inédita que surge com o propósito de conectar os povos através da música, quebrando barreiras, e transpondo continentes. O evento é um espaço aberto a livres manifestações, que visa ampliar ao mundo a voz dos povos originários, contribuir com a valorização da música originária, e conscientização do público para a força ancestral, resistência e luta por direitos, presentes na musicalidade indígena em seus diversos estilos e expressões, do tradicional ao contemporâneo.

“Nós acreditamos no poder transformador da música! Esperamos que o evento possa trazer mais oportunidades para a produção musical indígena e sensibilizar o público para as lutas por seus direitos. O mundo precisa ouvir a voz originária desmistificada da figura folclórica criada ao longo da história, e se conscientizar do silenciamento que sua cultura, seus corpos e territórios vêm resistindo há 523 anos”, diz Naila Hojaij, cantora, produtora cultural, e coordenadora do Make Music Brasil Indígena.

Reunindo uma equipe indígena de peso como Levi Tapuia, Japupram Parkatêjê, Lucas Pataxó, Makko Karão Jaguaribaras, Vanuza Kaimbé e Isabella Kariri, e tendo como Embaixadores grandes nomes da música indígena como Isku Kua, Edivan Fulni-ô, Siba Carvalho, Akuã Pataxó, Tainara Takua, Anarandá e Oderiê, o evento tem uma grande repercussão entre os povos originários, que se mobilizam para uma grande manifestação virtual no próximo dia 21 de junho.

“Eu também acredito muito na música, pois através dela podemos levar esperança aos corações dos nossos jovens indígenas, assim como foi comigo”, diz a indígena Xamiri Suru’a da etnia Guarani-Kaiowá. “As pessoas não imaginam um indígena funkeiro porque não olham para nós. O funk mudou a minha vida e meu sonho é um dia gravar meus clipes com grandes produções no nível que o funk indígena merece”, conta Nory, que possui 18 mil inscritos no YouTube. Ambos são participantes do evento e tem o desejo de levar a representatividade indígena e conquistar espaços através da música.

“A expressão da musicalidade indígena não tem barreiras ou fronteiras, isso foi criado pelo invasor, pela sociedade de consumo. Nossa música é espiritual, é ancestral. Compartilhar nossa música com o mundo é compartilhar quem somos, nossas raízes, nossas origens. Manifestar contra o genocídio de nossa cultura é mostramos ao mundo que a nossa juventude está viva e ativa, que nossa cultura não morreu”, diz Makko Karão Jaguaribaras, comunicador do Make Music Brasil Indígena.

A música originária é completamente integrada à sua cosmovisão, representa a riqueza cultural das diferentes etnias e é uma forte ferramenta de memória, luta, resistência e preservação das línguas nativas. Os cantos ancestrais simbolizam conexão com o Sagrado, estão fortemente presente nos rituais religiosos e ligados a identidade e tradições de cada povo. Os artistas indígenas contemporâneos trazem a força da ancestralidade para os contextos atuais, abordando em suas letras e melodias a defesa dos direitos indígenas, desconstrução de discursos, denúncias de genocídio e racismo, luta pela terra e por sobrevivência, transmitindo pela arte o discurso de resistência, preservação da vida e da cultura indígena.

“Se tu admira minha arte, mas não entende y não apoia a nossa luta, tu não entendeu nada!”, diz Oderiê. “Neste dia 24 de maio, o Congresso Brasileiro coloca em risco a manutenção de vida na terra outra vez. A bancada da bala tenta retirar do Ministério dos Povos Indígenas a atribuição de demarcar e homologar os territórios protegidos pelos guardiões das florestas e da biodiversidade através da MP 1154/2023. Outro grave ataque é o PL 490, que passa por cima do Judiciário e tenta legitimar a tese inconstitucional do Marco Temporal. Esta tese racista exige que os povos indígenas estivessem em seus territórios em 1988, ano da constituição, para reivindicar a posse ancestral. O que desconsidera a violência histórica, as migrações forçadas e o esbulho de terras indígenas. Nossos futuros estão em risco!” completa.

“Olhe em sua volta e reflita nestes versos
“Entre mil eu sou mais um
Representando o território indígena
Meu dia está sem sol
Minha noite sem estrelas
Quando eu penso em Marco Temporal
Muitos dos parentes
Nós já vimos, se ancestralizou
O resto que ficou nas ruas pede ajuda
Muitos fingem que não viram
O indígena sem lar,
Onde vai morar?
Se dizimarem nossa cultura
Através do Marco Temporal
É como eles quererem
Nossas flechas
Em nossos próprios corações”

(Anarandá, Embaixadora Make Music Brasil Indígena)

 

Programação Make Music Brasil Indígena

Make Music Brasil Indígena
www.tinyurl.com/makemusicbrasilindigena

Quarta-feira, 21 de junho 2023
24 Horas de Programação pelo Youtube Oficial do Evento
https://youtube.com/@MakeMusicBrasilIndigena
Retransmissão das ações dos participantes pelo Instagram Oficial do evento:
https://www.instagram.com/makemusicbrasilindigena
Playlist Make Music Brasil Indigena no Spotify:
www.tinyurl.com/makemusicbrasilindigena

 

Escola Estadual Indígena Pedro Poti
Dia 21 de junho 2023
Horário: das 10:00 às 16:00h
Instagram: https://www.instagram.com/indigenapedropoti
O professor de etnomusicologia Valber Felix da Escola Estadual Indígena Pedro Poti (Baía da Traição, PB) engajará alunos do 4° ano do ensino fundamental ao 3° ano do ensino médio, que farão apresentações em diversas lives ao longo do turno escolar. Confira os destaques das apresentações:
– Mash Up da Toré Potiguara “Cabôca Índia” com a Música “Dona de Mim” (Iza)
– Oração do Pai Nosso cantada na língua Tupi.
– Música “Sou Daqui” (Paulo Ricardo), na versão em Tupi, intitulada “A Îkõ Iké”.

Escola Indígena Fulni-ô Marechal Rondon
21 de junho 2023
Horário: ao longo do turno escolar
Instagram: https://www.instagram.com/escfulniomarechalrondon/
A Escola Indígena Marechal Rondon, na Aldeia Fulni-ô (Águas Belas, PE), engajará 900 alunos indígenas do ensino fundamental ao médio em um dia inteiro de atividades musicais e lives de transmissão ao público, lideradas pelo Coordenador de Língua Materna Pajé Edimar Fulni-ô.

Nalla Hojaij
Dia 21 de junho 2023
Horário: 10:00h
Instagram: https://www.instagram.com/nailahojaij
Apresentação de “Yakhle Thxase – Nossos Cantos Ancestrais”. Os cantos são costuras de diversas etnias, como Fulni-ô, Tabajara, Kayapós, na voz de Naila Hojaij junto a indígenas da Etnia Fulni-ô.

Valber Felix
Dia 21 de junho 2023
Horário: 10:00h
Instagram: https://www.instagram.com/valberfelix/
Exibição de vídeo clipe

Edivan Fulni-ô
Dia 21 de junho 2023
Horário: o dia todo
Spotify: https://bfan.link/demarcacao-ja-meu-nome-nao-e-manuel
Transmissão do lançamento: “Demarcação já” (meu nome não é Manuel), o mais novo single do artista.

Anarandá
Dia 21 de junho 2023
Horário: 20:00
Instagram: https://www.instagram.com/anarandagk21/
Live Musical, apresentando músicas como “Feminicídio” e “Amazonia” que denunciam as diversas formas de violência contra os povos tradicionais.

Oderiê Chá Yuá
Dia 21 de junho 2023
Horário: 18:00h
YouTube: https://youtube.com/@Oderie
Instagram: https://www.instagram.com/_oderie/
Performance exclusive para o Make Music Brasil Indígena.

Fykyá Pankararu
Dia 21 de junho 2023
Horário: 14:00
Instagram: https://www.instagram.com/fykyapankararu/
Live musical.
Fykyá é indígena Pankararu, LGBTQIAP+, artesão e ativista de pautas relacionadas à sexualidade, identidade de gênero e meio ambiente.
Atua na música desde os 14 anos de idade, quando se iniciou em rituais na aldeia, cantando para o povo e os encantados. Em 2021 inicia seu processo na música contemporânea. Lançou recentemente nas plataformas digitais “Tribunal dos Bichos”, que você pode conferir também em nossa playlist MAKE MUSIC BRASIL INDÍGENA no Spotify!

Heloísa Araújo
Dia 21 de junho 2023
Horário: 19:00
Instagram: https://www.instagram.com/heloisaaraujoc/
Live Musical
Heloisa Araújo é indígena Kariri-Xocó, um grande povo do Nordeste. Seu nome de batismo na aldeia é Tukoe. É cantora, comunicadora indígena, e artesã. Desde muito criança aprendeu a cantar junto de seu povo e com sua família. Já participou de programas de TV, de podcasts e entrevistas falando sobre a arte de cantar. Sua aldeia é conhecida por seus cantos fortes e milenares.

Xamiri Suru’a, Pássaro Cantante
21 de junho 2023
Horário: 17:00h
Instagram: https://www.instagram.com/xamiri_surua/
Apresentação musical pelo Instagram.
Xamiri Suru’a é indígena Guarani-Kaiowá, de Dourados, MS. Seu nome foi dado no seu nascimento e batismo indígena, e significa Pássaro Cantante.
Canta e toca violão desde os seus 7 anos de idade. Hoje faz faculdade de Direito e apresentações musicais onde tem oportunidade. Tem o desejo de levar a representatividade indígena e conquistar espaços através da música.

Nory Kaiapó
Dia 21 de junho 2023
Horário: 20:10
Onde: YouTube https://youtube.com/@norykaiapo
Exibição de Vídeo Clipes.
O funkeiro Nory Kaiapo é residente da Terra Indígena no município de Novo Progresso onde é bastante conhecido por seu álbum e já realizou diversos shows colocando todo mundo para dançar. Ele descreve o tema de suas músicas como “Mē õ nire jã né ba imãkinh”, em Kayapó “para esta indiazinha que eu amo”.
Nory, de apenas 21 anos, canta funk consciente na língua indígena Kayapó em meio aos beats marcantes. “As pessoas não imaginam um indígena funkeiro porque não olham para nós. O funk mudou a minha vida e meu sonho é um dia gravar meus clipes com grandes produções no nível que o funk indígena merece”, conta Nory, que possui 18 mil inscritos no YouTube.

Panã Kamanawa
21 de junho 2023
Horário: 17:00
Instagram: https://www.instagram.com/panan_kamanawa/
Apresentação com Canticos Tradicionais do Povo Nuke Koî.
Panã Kamanawa é o filho mais velho de Pajé Kaku e neto de dois grandes Pajés Noke Kuin. Ele carrega, portanto, uma forte ancestralidade de curadores e rezadores.
Panã é txaná, um dos músicos de seu povo, traz canções apenas na voz e também com instrumentos, tanto os tradicionais Txiritis e Saitis como também músicas em português, trazendo cura, paz e alegria a quem o escuta.
Faz parte de uma juventude que tem feito expandir pelo mundo os saberes tradicionais de seu povo, através da cultura, das medicinas e dos cantos. É também Jovem Liderança da Aldeia Kamanawa, tendo um importante papel para o povo Noke Kuin. Assim ele vai ensinando e inspirando as futuras gerações.

Abi Poty e Xipu Puri
Dia 21 de junho 2023
Horário: 19:00
Lançamento da faixa “Acari”, collab de Abi Poty e Xipu Puri.
YouTube: https://youtube.com/channel/UCeTye0ods94ul3CWT4D8GsA
Spotify: https://tinyurl.com/spotifyxipupuri
Instagram:
https://www.instagram.com/abipotywara/
https://www.instagram.com/xipupuri/
Lançamento da faixa “Acari”, collab de Abi Poty e Xipu Puri.
Abi Poty é indígena do Povo Potyguara, com raízes na Aldeia São José, em Crateús (Ceará). Nasceu e cresceu na Comunidade do Acari, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ). Artista Visual formado em Fotografia e Diretor de Audiovisual. Cofundador da Associação Cultural LGBTQI++ Humanização no Asfalto, onde iniciou seu processo na música como DJ Experimental, em 2017, tocando em festas e produzindo trilhas sonoras no campo da Video-Perfomance e Curtas-metragens. Tem seu trabalho e sua pesquisa voltada para a Performance, além de atuar também como Astrólogo e Cartomante.
Xipu Puri é historiador, poeta e músico. Em 2022 lançou o EP intitulado “taheantah tri”, produção artístico-literária experimental em que toca as raízes de sua família por meio de uma ambientação que (re)toma aspectos da literatura oral. A musicalidade, o experimentalismo imersivo, do acústico ao psicodelismo pindorâmico, nutre, expande a narrativa de sua obra, trazendo as dimensões que envolvem a poesia e a existência indígena do Puri. Lançou em 2023 o single Guyrá’ī. É coautor da dramaturgia Siaburu e do espetáculo de mesmo nome, estando também na produção musical.

Forró Garotos Apyãwa
Horário: 15:00h
Instagram: https://www.instagram.com/forro_garotos_apyawa_oficial/
YouTube: https://youtu.be/5YFTsvQUnUw
Exibição de Vídeo Clipes.
O grupo Forró Garotos Apyãwa “O Batidão diferente” foi criado em 2018, quando perceberam a invasão constante da língua materna com a entrada de língua portuguesa. As músicas não indígenas também estão presente nas aldeias, então, pensaram em criar o grupo, usando uma linguagem totalmente diferente do que já se conhece, fortalecendo a língua materna do povo Apyãwa/Tapirapé, trabalhando através da música a política linguística do povo. Todas as letras das músicas falam das histórias, uso da língua materna, respeito, demarcação das terres indígenas, luta dos povos indígenas, preservação ambiental, floresta, fortalecimento cultural em geral.
A programação geral pode ser conferida pela rede social do evento:
https://www.instagram.com/makemusicaday

Para participar do Make Music Brasil Indígena 2023, basta se inscrever pelo https://forms.gle/DSriQDrhZ5tko9EJ9 e seguir o passo a passo. Lá você encontra todas as informações sobre como se inscrever e divulgar o seu trabalho artístico. Acompanhe esse dia inesquecível pelas hashtags #MakeMusicDayBrasilIndigena e #MakeMusicDayBrasil.

 

 

Foto Anarandá Guarani Kaiowa: Alicce Rodrigues
Foto  Acampamento Terra Livre: Aiteti Gaviao

 

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