Inspirado na vida e obra do pintor irlandês Francis Bacon, o espetáculo Corpo sobre Tela com a concepção, coreografia e direção de Marcos Abranches que completa 25 anos de carreira neste ano, faz apresentações gratuitas dias 23,24 e 25 de fevereiro, sexta, sábado e domingo no Centro Cultural São Paulo…
Com a proposta é conjugar o caráter figurativo, ilustrativo e narrativo que as cores no corpo de Abranches possam codificar, traz para a cena gestos singulares do dançarino que expressam dramaticidade impregnados de cores e sentimentos inquietantes. A performance e sua interface com as outras áreas e linguagens artísticas, tendo como ponto de aproximação sua associação às diferentes artes, há como as artes plásticas e às questões ligadas ao conceito de identidade explorado em diversas produções artísticas, tempos de corpos esteticamente modificados e mediados por tecnologias, evidenciando a recorrência da apresentação/representação do corpo associada a questões políticas, científicas e bioéticas.
“O trabalho “Corpo Sobre Tela” começou com um desejo de criança em pintar. Minha mãe fez alguns cursos de pintura e desenhos na escola Panamericana de Artes, e eu ficava sempre encantado de vê-la desenhando e pintando em casa. Esse ponto sempre ficou marcado dentro do meu desejo. O tempo se passou e o desejo sempre ficou em mim! Numa oportunidade de criar um projeto novo – com a ajuda de algumas parcerias, que acreditam no meu trabalho, – descobri que aquele era o momento de realizar aquele desejo de criança. No meio do processo de criação, descobri o livro entrevistas com Francis Bacon, e sempre admirei o trabalho desse grande pintor. Então, o foco foram esses dois caminhos: o meu desejo com a obra, e a vida de Francis Bacon. Descobri que as cores são a vida e a nossa maneira de pensar o mundo ainda está muito escura… Podemos colori-lo na maneira de pensar, de agir, com a própria arte. Pretende discutir e investigar a importância e o significado do corpo na sociedade contemporânea, onde as noções de espaço público e privado, sujeito e objeto, real e virtual, digital e analógico são exploradas enquanto elementos estético, artístico e cultural.
Adoro mostrar a arte e a superação. Mostrar que a piedade não faz parte da minha vida e incentivar o lado positivo das pessoas. Não procuro provocar, simplesmente só quero dançar e melhorar a cultura inclusiva do nosso país, ou do mundo”, fala Abranches.
Tendo o corpo como referência primeira para a dança que se constrói na cena, a Iluminação é elemento fundamental para a concepção desta obra. Feita a partir de uma pesquisa de diferentes fontes de luz, com dispositivos de controle de intensidade para criar ambiências, prioriza a profundidade de campo e potencializa a tridimensionalidade corporal.
As nuances de sentimentos e emoções que transbordam nas obras de Marcos Abranches abrem um novo campo para a narrativa cênica. Colocando a linguagem dentro de uma teatralidade poética impactante.
A relação do espaço com o corpo do intérprete e com os seus gestos, o jogo de contrastes de movimentos e de imobilidades, o uso sonoro da voz humana, tudo isso torna-se uma matéria prima privilegiada. A ideia base é proporcionar uma experiência interativa entre a obra e o espectador
Sinopse:
Inspirado na vida e obra do pintor irlandês Francis Bacon, Corpo sobre Tela é um espetáculo de dança no qual o artista usa seu próprio corpo e movimentos como “pincel” para a criação de imagens abstratas em grande escala. Com concepção, coreografia, execução e direção de Marcos Abranches, a obra traz para a cena gestos singulares repletos de dramaticidade, impregnados de cores e sentimentos inquietantes.
Ficha Técnica
Direção Geral, Artística, Concepção e Coreografia: Marcos Abranches
Operador de luz: Ícaro Zanzini
Fotos: Cissaphotoart
Administração: Gabriela Wazlawick
Contrarregra: Evandro César da Silva
Direção de palco: Emerson Nigro
Direção de produção: Elder Fraga
Produção: Marcos Abranches & Cia e Fraga Films
“Corpo Sobre Tela” com Marcos Abranches
Centro Cultural São Paulo
Sala Adoniran Barbosa
Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade, São Paulo
Capacidade:622 lugares
Dias 23, 24 e 25 de fevereiro de 2024
Sexta e sábado, às 20h
Domingo, às 19h
Classificação: livre
Duração: 60 minutos
Ingressos: Grátis
Os ingressos podem ser reservados online aqui ou presencialmente
Funcionamento da bilheteria presencial:
Terça a sábado, 13h às 22h
Domingo e feriados, das 12h às 21h
Marcos Abranches – Diretor, Coreografo e Interprete
Marcos Abranches iniciou sua trajetória como artista independente em 2007, trabalhando com coletivo artístico que agrega artistas de diversas linguagens. Traz em seu cerne as experiências de ter atuado na Cia. FAR 15, nos espetáculos “Senhor dos Anjos”, “Jardim de Tântalo” e “Metamorfose”, de Franz Kafka, sob direção e com coreografias de Sandro Borelli. O coletivo de artistas criados por Marcos, inicialmente, se chamava Vidança Cia, que a partir de 2017, passou a se chamar Marcos Abranches & Cia. Suas principais obras de seu repertório são “Formas de Ver”, “Via de Regra”, “Corpo sobre Tela”, “Canto dos Malditos” e “O Grito”. Em 2022 montou a performance “O Palhaço” que assina a direção, coreografia e interpretação, em 2023 estreou dois projetos pelo Fomento de dança que são: “O Krocodilo” e “O Idiota”, ambos em cima da obra do russo Fiódor Dostoiévski e com a concepção e direção coreográfica de Sandro Borelli.
Em 2013 seu espetáculo, “Corpo sobre Tela” foi o destaque da Mostra Internacional de Arte + Sentidos e um dos vencedores da primeira edição do prêmio Denilto Gomes, também no mesmo ano foi vencedor do prêmio Artes no Palco na categoria Acessibilidade, promovido pela SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.
Sobre a Companhia
O trabalho desenvolvido pelo dançarino Marcos Abranches, busca a reflexão sobre o corpo, até então considerado incapaz para tal prática e que inaugura, na cena, um despertar para novas possibilidades estéticas de movimento, criação e produção artística. O papel do corpo deficiente na cena contemporânea passa a reivindicar um lugar além dos discursos do modelo institucional de inclusão e reivindica espaços de criação cênica e o acesso ao mercado de trabalho nas artes.
A companhia traz como proposta estética e dramatúrgica uma abordagem diferenciada sobre os corpos estigmatizados, fora dos padrões estabelecidos pela pseudomoralidade, para assim adentrar no universo das estranhezas, inaugurando um outro olhar, desvelar o ser humano na sua essência.
Siga o artista e produtor na rede:
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@fraga_films
Site: https://fragafilms.com.br/
Fotos: Cissa Photoart
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