Inspirado em Cascatinha e Inhana, ‘Sabiás do Sertão’, da Cênica, no Centro Cultural Olido

Com direção de Luiz Carlos Laranjeiras, que também assina direção musical e composições inéditas, e de Fagner Rodrigues, espetáculo da companhia de São José do Rio Preto faz sessão única e gratuita em São Paulo dia 30 de agosto…

 

 

 

 

Homenageando a dupla Cascatinha e Inhana, expoentes da música sertaneja de raiz que se consolidaram no circo-teatro, a companhia Cênica, sediada em São José do Rio Preto (SP), apresenta em São Paulo, no dia 30 de agosto, sexta-feira, às 18h, no Centro Cultural Olido, o espetáculo Sabiás do Sertão. A apresentação é gratuita, em frente ao equipamento cultural, sem retirada de ingresso, e com tradução em libras.

Com direção de Luiz Carlos Laranjeiras, que também assina a direção musical e as composições inéditas, e de Fagner Rodrigues, em Sabiás do Sertão, o circo e o rádio, presentes na trajetória de Cascatinha e Inhana, são trazidos à cena por uma companhia ambulante de teatro. A história se desenrola tendo o ambiente circense como pano de fundo: Francisco, músico de picadeiro, se encanta por Ana e, munido de voz e violão, a convence a juntar-se à trupe. As canções do repertório da dupla – imortalizadas pelo imaginário popular – são parte da narrativa e interpretadas ao vivo.

Estreado em 2013, Sabiás do Sertão já percorreu diferentes estados e inúmeras cidades, totalizando mais de 120 apresentações. No decorrer de sua trajetória, o espetáculo veio se transformando em busca de caminhar junto a questões urgentes. Ao mesmo tempo em que conta e canta a vida e obra da dupla, revela o artista por trás do figurino, a permanente instabilidade, a estratégia de se reinventar para garantir público concomitante à luta constante por conservar suas tradições.

O trabalho tem dramaturgia de Clara Roncati, ideia original de Fagner Rodrigues e preparação vocal por Babaya Morais e Elaine Matsumori. No elenco, atores e musicistas Beta Cunha, Cássia Heleno, Diego Guirado, Fabiano Amigucci, Geovanna Leite, Glauco Garcia, Ícaro Negroni, Márcia Morelli e Vanessa Palmieri.

Natural do interior paulista, o casal Francisco dos Santos (Araraquara, 1919-1996) e Ana Eufrosina da Silva (Araras, 1923- 1981) formou, em 1943, uma das principais duplas sertanejas brasileiras, com sucessos como “Índia” (1952), “Meu Primeiro Amor” (1952), “Colcha de Retalhos” (1959) e “Flor do Cafezal” (1967), e considerada pioneira em trazer a influência da música latina para o gênero.

 

Roda de conversa
Depois da sessão, a Cênica abre a roda de conversa “Pelos picadeiros do nosso interior”, propondo um debate com o público em torno da história do circo-teatro na época de Cascatinha e Inhana até os dias atuais.

A programação conta com a parceria do Centro Cultural Olido e do Centro de Memória do Circo.

 

Projeto
A apresentação na capital integra o projeto “Sabiás do Sertão – Suspende a lua, olha o palhaço no meio da rua!”, que percorre seis cidades paulistas entre 23 de agosto e 1º de setembro. Ao todo, Paraguaçu Paulista, Ourinhos, Botucatu, São Paulo, Mongaguá e Santos integram o roteiro. Além de sessões do espetáculo Sabiás do Sertão sempre seguidas de rodas de conversa, a iniciativa compreende três oficinas gratuitas de melodrama “Da burguesia ao proletariado”, com a atriz da Cênica Beta Cunha, e a produção de um vídeo documental acerca das memórias do circo-teatro, a ser disponibilizado no canal da Cênica no YouTube (www.youtube.com/@ciacenica).

“Abraçar os mais diversos perfis de público, faixas etárias e diferentes classes socioeconômicas e de formação cultural é o objetivo deste projeto. Aquecendo a memória afetiva dos mais velhos e instigando a curiosidade e o interesse dos mais jovens pela arte popular brasileira. Indo ao encontro do que acreditamos, de um teatro democrático, formador e transformador. Carimbando a ideia do teatro ‘popular’ não unicamente como indicação de temática, linguagem ou estética, mas, especialmente, de um espaço de identificação e pertencimento”, reflete o coletivo.

O projeto é viabilizado pelo Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Estado da Cultura, Economia e Indústria Criativas e ProAC Editais.

Sinopse
O espetáculo Sabiás do Sertão trata dos expoentes maiores da música caipira, Cascatinha & Inhana, dupla que reverencia com primazia a cultura de raiz, o ser, estar e viver artista, o prazer da canção e do encantamento. O circo e o rádio, presentes em sua trajetória, são trazidos à cena por uma companhia ambulante de teatro, com artistas rapsodos que contam, vivem, tocam, dançam e cantam um pouco da vida e muito do rico repertório de toadas, guarânias, rasqueados, boleros, rancheiras e canções imortalizadas nas vozes destes “sabiás do sertão”.

Ficha técnica
Dramaturgia: Clara Roncati | Direção: Luiz Carlos Laranjeiras | Codireção e ideia original: Fagner Rodrigues | Direção musical e composições inéditas: Luiz Carlos Laranjeiras | Elenco e musicistas: Beta Cunha, Cássia Heleno, Diego Guirado, Fabiano Amigucci, Geovanna Leite, Glauco Garcia, Ícaro Negroni, Márcia Morelli e Vanessa Palmieri | Preparação vocal: Babaya Morais e Elaine Matsumori | Figurinos e adereços: Linaldo Telles | Costura: Any Cardoso | Maquiagem: Cênica | Cenografia: Fagner Rodrigues e Leonardo Bauab | Marcenaria e serralheria: Marcel Barbarotti | Iluminação: Fagner Rodrigues | Filmagem: Jef Telles | Assessoria de imprensa: Graziela Delalibera | Pesquisa e produção: Cênica | Apoio: Sesc Rio Preto (Laboratório Cênico).

 

 

 

 

 

 

Sabiás do Sertão
Centro Cultural Olido (em frente à entrada)
Av. São João, 473, Centro Histórico de São Paulo – São Paulo
Tel.: 11 2899-7370.
Dia: 30 de agosto, sexta, 18h
Grátis. Sem retirada de ingresso.
Duração: 70 minutos
Classificação: Livre
Com interpretação em libras.
Após apresentação, acontece a roda de conversa “Pelos picadeiros do nosso interior”.

 

Sobre a Cênica
Companhia teatral de repertório fundada em 2007 e que conta, atualmente, com 12 espetáculos em circulação, concebidos para palco, rua e espaços alternativos, ao longo de sua trajetória, a Cênica pauta suas pesquisas no popular como linguagem e formas de produção e difusão, na dramaturgia autoral, na música enquanto elemento dramatúrgico e na ocupação de ruas e espaços não convencionais.

Para além de suas produções artísticas, a companhia mantém, em sua sede, o projeto Território Cênico, voltado à pesquisa, formação e difusão artístico-cultural, e realiza a Mostra Cênica Resistências. Entre suas mais recentes montagens, estão Boi Material (2024), Gente (2023), Bitita – Para Não Esquecer (2023), que cumpriu temporada no Sesc Pinheiros em agosto, e Oi Lá, Inezita (2018).

 

Foto: Ruy Barbosa Jr.

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