Como parte das ações para manutenção do trabalho e pesquisa do novo projeto, o Grupo XIX de Teatro promove abertura de processos do Núcleo de Pesquisas 2017. A programação com cinco peças inéditas acontece até 12 de setembro na, Vila Maria Zélia, com entrada gratuita…
Feminino Abjeto (direção de Janaina Leite), In Cômodos (direção de Juliana Sanches), Plantar Cavalos Para Colher Sementes (direção de Ronaldo Serruya), Invenção Do Eu (direção de Rodolfo Amorim) e A Palavra e o Abismo (direção de Luiz Fernando Marques) são resultado das oficinas ministradas pelos integrantes do grupo entre fevereiro e julho de 2017.
Os núcleos são coletivos formados a partir de seleções – que já chegaram a atingir o número de 600 inscritos-, que ao longo do ano e sob a orientação dos artistas do Grupo XIX de Teatro, desenvolvem pesquisas nas áreas de atuação, direção, dramaturgia, corpo e direção de arte. No total mais de mil artistas já participaram destas atividades e delas surgiram novos coletivos teatrais.
Desde 2005, o Grupo XIX de Teatro desenvolve projeto de oficinas gratuitas de longa duração que tem como objetivo o intercâmbio entre artistas de diversas formações, assim como estudantes de artes, e interessados em vivenciar uma experiência artística.
Vila Maria Zélia
Rua Mário Costa 13 (Entre as ruas Cachoeira e dos Prazeres) – Belém – SP.
Tel.: 2081-4647
Acesso para deficientes físicos
Informações, de terça a sexta-feira das 14 às 18h ou pelo e-mail faleconosco@grupoxix.com.br
Estacionamento: gratuito.
Ingressos: Grátis
Programação dos espetáculos
Feminino Abjeto
Com orientação de Janaina Leite, o núcleo se apoiou sobre a obra da artista espanhola Angélica Liddell e sobre o conceito de “abjeção” proposto por Julia Kristeva para investigar as representações do feminino hoje. Para essa abertura de processo, o grupo trabalhou a partir de quatro disparadores tomados de obras de Liddell: Minha Relação com a Comida, Fuck You Mother, Eu Não Sou Bonita e O Que Farei Com Essa Espada?
Ficha Técnica
Direção: Janaina Leite
Assitência de direção: Tatiana Caltabiano
Dramaturgismo: Tatiana Ribeiro
Atrizes, performers e autoras: Ana Laís Azanha, Bruna Betito, Cibele Bissoli, Débora Rebecchi, Emilene Gutierrez, Florido, Gilka Verana, Juliana Piesco, Letícia Bassit, Maíra Maciel, Olívia Lagua, Ramilla Souza e Sol Faganello.
De 29 de julho a 6 de agosto
Sábados, às 20h
Domingos, às 19h.
Duração: 80 minutos
Classificação etária: 18 anos
A Palavra e o Abismo
Com orientação de Luiz Fernando Marques a partir do texto Destinos, de Paulo Emílio Salles Gomes (escrito e encenado na Vila Maria Zélia em 1936), o núcleo desenvolveu uma pesquisa que une esta dramaturgia pré-elaborada com uma dinâmica de improviso. No texto duas/dois e irmãs/irmãos discordam das questões políticas e comportamentais de seu tempo, aflitos com as escolhas, próprias e do outro, influenciando em seus destinos. No experimento, atrizes, atores e público se divertem entre a palavra e o abismo.
Ficha Técnica
Direção: Luiz Fernando Marques
Co-direção: Paulo Arcuri
Participantes: Alexandre Quintas, Ayiosha Avellar, Carlin Franco, Carlitos Tostes, Carol Kern, Eduardo Pires, Fernanda Stein, Joana Pegorari, Larissa Morais, Leticia Tavares, Luiz Rodrigues, Priscila Jácomo, Mariana Cordeiro Serra, Mariel Fernandes e Tatiana Vinhais.
De 12 a 20 de agosto
Sábados e domingo às 16h.
Duração: 70 minutos
Classificação etária: 16 anos
Invenção do Eu
Com orientação de Rodolfo Amorim a proposta do núcleo foi a investigação em torno da ideia de um “eu” e de que como este pode ser revelado e/ou inventado a partir de nossas memórias. Por meio de questionários, observações, imersões, breves narrativas, entre outras experimentações, o grupo buscou desnudar-se e abrir-se para o contato com o outro, como um caminho para revelar-se a si mesmo.
O grupo formulou algumas estratégias para criar dispositivos cênicos que anseiam por fazer com que o público vivencie algumas dessas experiências e atue neste rito de descobrir e inventar quem é ou o que é este “eu” que nos define.
Ficha Técnica
Direção: Rodolfo Amorim
Participantes: Alberto Magno, Bruno Rocha, Camila Spinola, Érica Arnaldo, Fernanda Möller, Iago Índio do Brasil, Jean Le Guévellou, Julia Diniz, Kaline Barboza, Leo Braz, Manuel Fabrício, Marcella Piccin, Paula Medeiros, Paulo Maeda e Rafael Theophilo.
De 22 de agosto a 12 de setembro
Terças-feiras às 15h e 16h.
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 14 anos
Plantar Cavalos para Colher Sementes
Orientado por Ronaldo Serruya a performance é livremente inspirada no manifesto Falo Por Minha Diferença do ativista chileno Pedro Lemebel. A ideia é criar uma peça-manifesto onde cada artista traduz em cena seu lugar de fala, revelando a vivência como algo que se inscreve no corpo e na carne, a experiência como discurso.
Ficha Técnica
Direção: Ronaldo Serruya
Assistência de direção: Bruno Canabarro
Participantes: Ailton Barros, Ana Vitória Prudente, Bruno Canabarro, Bruno Piva, Camila Couto, Carlos Jordão, Cristina Maluli, Gabi Costa, Gil Gobbato, Hebert Luz, Isabela Marioti, Jonathan Moreira, Lua Lucas, Mateus Menezes, Mayra Bertazzoni, Patrícia Cretti, Tatiana Ribeiro, Thaís Sanches Thiago Félix e Tomás Decina..
De 24 a 28 de agosto
Quintas, sextas, sábados e segundas-feiras, às 21h
Domingo, às 20h.
Duração: 80 minutos
Classificação etária: 18 anos
In Cômodos
Com orientação de Juliana Sanches o núcleo foi estimulado por obras de Virginia Woolf, Clarice Lispector, Susan Sontag e em escritos das próprias artistas criadoras. O experimento apresenta uma casa e suas moradoras. As paredes que limitam o espaço, o chão que as suporta e acolhe, as divisões que são impostas, e uma busca constante em ser, só ser.
Ficha Técnica
Direção: Juliana Sanches
Assistência de direção: Evelyn Klein
Colaboradora do processo: Lucimar De Santana
Artistas criadoras: Bruna Iksalara, Camila Ferreira, Carol Andrade, Carol Gierwiatowski, Carol Vidotti, Carol Pitzer, Carolina Catelan, Caru Ramos, Elisete Santos, Ericka Leal, Gabi Gomes, Gabriela Segato, Giovana Siqueira, Ju Terra, Lidi Seabra, Natália Martins, Natasha Sonna, Patrícia Faria, Rita Damasceno, Samara Lacerda, Thaís Peixoto, Victoria Moliterno e Vivian Valente.
De 26 de agosto a 3 de setembro
Sábados, às 19h
Domingos, às 15h.
Duração: 70 minutos
Classificação etária: 16 anos
O Grupo XIX de Teatro
Desde 2001 o Grupo XIX de Teatro desenvolve pesquisa autoral que deu origem aos espetáculos Hysteria, Hygiene, Arrufos, Marcha Para Zenturo (em parceria com o Grupo Espanca), Nada Aconteceu, Tudo Acontece e Tudo Está Acontecendo, Estrada do Sul (em parceria com o Teatro Dell’Argine) e Teorema 21. A exploração de espaços não-convencionais, a criação colaborativa e a relação direta com o público nas encenações são elementos constitutivos dessa trajetória. Todos os espetáculos seguem em repertório até hoje tendo sido apresentados em quase uma centena de cidades pelo Brasil e cinco países do mundo com as encenações realizadas em inglês, italiano e francês.
A partir de 2004, o grupo realiza uma residência artística na Vila Maria Zélia na Zona Leste de São Paulo. A “Vila” é hoje um espaço de pesquisa, difusão e formação que abriga projetos como os Núcleos de Pesquisa que acolhem anualmente cerca de cem artistas, além de diversos espetáculos e oficinas. Com esta ação contínua o grupo tem conseguido criar uma relação com o público da cidade de São Paulo que vai além de suas próprias peças e transborda o meio teatral fazendo parcerias com as áreas do cinema, das artes plásticas, dança, fotografia, arquitetura e história.
Este trabalho só é possível graças aos subsídios públicos com os quais o grupo vem contando de forma intermitente em sua trajetória. Em 2017, o grupo conta com o apoio da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo para o projeto A Estufa e Cidade.
Fotos: Jonatas Marques
Foto Vila Maria Zélia: Reprodução do Facebook
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