América Latina e Espanha na programação teatral do MIRADA

Última parte da programação teatral do Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, com o guia de espetáculos do Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha e Uruguai…

 

Espanha

Andante
Antes que surjam os atores, o caminho ao ar livre recebe cinco instalações em diferentes pontos, distantes cerca de 30 metros entre si. São nichos artísticos. Sugerem imagens visuais por meio de sapatos, botas, malas, velas, um espelho trincado, uma cadeira quebrada, um microfone antigo, areia, cacos de telha, etc. Quem passa pelo local público se pergunta do significado.
No segundo momento, com a chegada de três atores e um músico, a bordo ou empurrando sua espécie de carroça mambembe, aqueles objetos ganham nexo. Três figuras com máscaras fazem emergir de cada item um halo de história, como se todas as quinquilharias fossem devolvidas à superfície pelo mar, pela memória.
O público acompanha essa paisagem de estações à maneira de um cortejo que prospecta emoções de humor e drama. A narrativa toca em momentos históricos que a humanidade não deveria esquecer.
A pesquisa estética continuada com movimento e objetos cênicos são condicionantes na bem-sucedida trajetória da Markeliñe Compañia Teatro, fundada em 1987 em Bilbao, no País Basco.
Projeto Apoiado Pelo Instituto Etxepare
Foto: Markeliñe Andante

Ficha Técnica:
Autoria E Direção Coletiva: Markeliñe, Elenco: Jon Kepa Zumalde, Itziar Fragua, Fernando Barado E Roberto Castro, Coordenação: Iñaki Eguiluz, Direção Técnica: Paco Trujillo, Desenho E Realização Cenográfica: Pako Ruiz

Espetáculo De Rua
Não recomendado para menores de 7 anos e pessoas com mobilidade reduzida
Duração: 50 minutos
Classificação: Livre
Grátis

São Vicente
Praça Barão do Rio Branco, s/nº – Centro – São Vicente
Quinta-feira, 15 de setembro, às 12h30

Fonte Do Sapo
Av. Bartolomeu de Gusmão, 93. Aparecida – Santos
Sábado, 17 de setembro, às 19h

Novo Parque Anilinas
Av. Nove de Abril, s/nº – Centro – Cubatão
Domingo, 18 de setembro, às 16h

 

Brasil

Viúvas – Performance Sobre Ausência
Mulheres de um povoado às margens de um rio lutam pelo direito de saber onde estão os pais, maridos ou filhos mortos pela ditadura civil-militar no país. Nessa alegoria dos processos históricos da América Latina, a personagem Sophia rompe com a indeterminação quanto aos desaparecidos. Ela se senta numa rocha à beira do rio e espera – afinal, as águas hão de devolver os corpos ali atirados. Não vacila ante a arrogância e arbitrariedade do poder.
A pesquisa da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz – RS persevera em manter viva a memória desse tempo de horror, para que não se repita. Inspira-se no romance Viúvas (Viudas, 1981), do chileno Ariel Dorfman que, dez anos depois, o adaptou para o teatro a quatro mãos com o americano Tony Kushner. Na estreia do trabalho, em 2011, o público de Porto Alegre ia de ônibus até a margem do rio Guaíba e, de lá, seguia de barco por cerca de 2,5 km até as ruínas da Ilha do Presídio/Pedras Brancas, destino forçado de presos políticos no regime militar. No MIRADA, o “teatro de vivência” acontece na Fortaleza da Barra, fortificação construída no Guarujá em 1584.
Foto: Pedro Isaias Lucas

Ficha Técnica:
Criação Coletiva: A Partir Do Texto de Ariel Dorfman, Dramaturgia, Iluminação, Figurinos e Direção: Da Tribo, Elenco: Paulo Flores, Tânia Farias, Clélio Cardoso, Marta Haas, Paula Carvalho, Eugênio Barboza, Jana Farias, Lucas Gheller, Roberto Corbo, Letícia Virtuoso, Júlio Kaczam, Mayura Matos, Keter Velho, Luana Rocha, Alex dos Santos, Pascal Berten, Pedro Isaías Lucas, Dalvana Vanso, Aline Ferraz, Alessandro Muller, Eduardo Arruda, Daniel Steil e Márcio Leandro Operação de Luz e Som Daniel Steil e Clélio Cardoso, Música: Johann Alex de Souza e Tribo

Museu Histórico Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande
Ponto de encontro – Av. Almirante Saldanha da Gama – Ponte Edgard Perdigão, em frente ao número 63. Ponta da Praia – Santos.
Não acessível para pessoas com mobilidade reduzida
Duração: 60 minutos
Quinta-feira, 15 de setembro, às 17h
Sexta-feira, 16 de setembro, às 17h
Sábado, 17 de setembro, às 17h
Classificação: 16 anos
Ingressos:
Venda de ingressos limitada a um par por pessoa
R$ 40,00
R$ 20,00
R$ 10,00

 

Espanha

Fugit [Fugido]
A Compañía Kamchàtka, da comunidade autônoma da Catalunha, propõe um pacto de imersão. Deixar-se ir pelas mãos de performers e pisar ruínas, terrenos abertos e ambientes fechados. Inscrever-se em outras espacialidades. Em suma, ser transportado às sensações dos refugiados que têm a coragem de abandonar o conhecido, muitas vezes impingidos pela guerra, e dirigir-se à esperança de um mundo melhor. Um percurso poético e literalmente acidental – sem fala, mas ações corais – pela história daqueles que partiram ou ainda irão fazê-lo em algum lugar do mundo.
E para os cidadãos da suposta sociedade do bem-estar, como é isso de ansiar por liberdade? Contrapor-se ao consumo individualista? Descartar o supérfluo? O filósofo franco-vietnamita Henri-Laborit (1914–1995) é uma das bússolas para a trupe: “Em tempos como estes, a fuga é o único meio para manter-se vivo e continuar sonhando”.
O espetáculo é um desdobramento de Kamchàtka (2007), onde imigrantes desconhecem códigos sociais e culturais do país em que chegam, e Habitaculum (2010), evocação do universo intimista de uma casa.
Foto: Sylvie Bosc

Ficha Técnica:
Diretor Artístico e Cocriador: Adrian Schvarzstein, Com Os Cocriadores: Cristina Aguirre, Maïka Eggericx, Claudio Levati, Andrea Lorenzetti, Judit Ortiz, Lluís Petit, Josep Roca, Edu Rodilla, Santi Rovira, Gary Shochat, Prisca Villa E Jordi Solé, Responsável Técnico: Laurent Driss, Apoio À Criação: Derrière Le Hublot, França; Pronomade(S) En Haute-Garonne – Centre National Des Arts De La Rue, França; Festival Scènes De Rue Mulhouse, França; Fira Tàrrega – Teatre Al Carrer, Catalunha, Espanha; Centro De Pesquisa Das Narrativas Visuais Do Valongo

Centro Histórico – Santos
Ponto de encontro na Estação Valongo
Largo Marquês de Monte Alegre s/nº
Espetáculo De Rua
Não recomendado para menores de 7 anos e pessoas com mobilidade reduzida
Duração: 90 minutos
Classificação: Livre
Quinta-feira, 15 de setembro, às 19h
Sexta-feira, 16 de setembro, às 15h e 19h
Ingressos:
Venda de ingressos limitada a um par por pessoa
R$ 40,00
R$ 20,00
R$ 10,00

 

Brasil

Leite Derramado
A Cia. Club Noir faz a estreia nacional da adaptação cênica do premiado romance homônimo de Chico Buarque. O livro de 2009 concebe uma visão panorâmica de séculos da história do país, apontando a necessidade urgente de reconstruirmos procedimentos éticos em direção a novas possibilidades de ação política.
Em seu estertor delirante, abandonado numa maca em corredor de hospital público, o protagonista Eulálio Assumpção, de cem anos, é atravessado por um pandemônio no qual ruem as fronteiras que separam mundo interno e mundo externo, passado e presente, memória e imaginação, religião e poder, indivíduo e sociedade, política e mitologia. Ecos de antepassados aristocratas, avô latifundiário escravagista, pai senador corrupto, neto guerrilheiro, bisneto traficante… Perdulário, alienado, contraditório e ora falido, ele se defronta com a precariedade trágica de um sistema construído por uma elite rentista, e inscrita em seu DNA.
O diretor Roberto Alvim preconiza a “imperiosa tarefa de presentificar em nossa brutal contemporaneidade a exata, impossível e transfiguradora mise-en-scène [encenação] da poesia”.
Fotos: Edson Kumasaka

Ficha Técnica:
Texto: Chico Buarque, Adaptação, Direção, Cenografia E Concepção Geral: Roberto Alvim. Elenco: Juliana Galdino, Renato Forner, Taynã Marquezone, Caio Rocha, Helena Ignez, Luiz Päetow E Diego Machado, Iluminação: Domingos Quintiliano, Figurinos: João Pimenta, Trilha Sonora Original: Vladimir Safatle, Cenotecnia E Adereços: Fernando Bretas

Teatro Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida – Santos
Duração: 80 minutos
Quinta-feira, 15 de setembro, às 21h
Sexta-feira, 16 de setembro, às 21h
Classificação: 16 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00
R$ 10,00

 

Cuba

Antigonón, Um Contingente Épico [Antigonón, Um Contingente Épico]
Uma profunda reflexão sobre Cuba e os cubanos segundo um dos grupos mais ativos de Havana, o Teatro El Público, que desde sua fundação, em 1992, é dirigido por Carlos Díaz. Mas o contraponto está no diálogo geracional com dramaturgo e atores na casa dos 20 e 30 anos, ávidos por cultivar a arte no presente e perceber o passado sem mitificação.
Parafraseando Antígona, a heroína grega de Sófocles que enfrenta o rei pelo direito de levar o irmão à cova, a questão de fundo é viver com o enterrado ou enterrar o vivido. Não há trama, mas sucessão de quadros, por vezes carnavalizados, mesclando personalidades da Revolução Cubana (em poemas ou imagens) e figuras comuns como trabalhadores e estudantes de hoje, críticos. A sensualidade na movimentação dos corpos também diz muito sobre a gente e a cultura do país caribenho.
A obra é fruto da pesquisa de graduação do autor Rogelio Orizondo e das atrizes Giselda Calero e Daysi Forcade. Eles foram orientados por Díaz, que depois os abraçou na produção vista em festivais internacionais com surpreendente recepção.
Foto: Lessy

Ficha Técnica:
Dramaturgia: Rogelio Orizondo, Direção: Carlos Di Díaz, Elenco: Giselda Calero, Daysi Forcades, Luis Manuel Álvarez, Abel Berenguer, Linnet Herández, Yaikenis Rojas e Yordanka Ariosa

Teatro Coliseu
Rua Brás Cubas, s/nº – Centro – Santos
Duração: 80 minutos
Quinta-feira, 15 de setembro, às 22h
Sexta-feira, 16 de setembro, às 22h
Classificação: 18 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00
R$ 10,00

 

Uruguai

No Daré Hijos, Daré Versos [Não Darei Filhos, Darei Versos]
O drama intercala prosa e canções a partir da vida e da obra da poeta Delmira Agustini (1886-1914), cuja memória e arte andavam relegadas até ganhar novo alento nos últimos anos. Ela morreu assassinada a tiros pelo ex-marido. E assim é evocada pelo escritor Eduardo Galeano: “Tinha cantado as febres do amor sem disfarces pacatos, e tinha sido condenada pelos que castigam nas mulheres o que nos homens aplaudem, porque a castidade é dever feminino, e o desejo, como a razão, um privilégio masculino”.
Referência no teatro de pesquisa em seu país, a dramaturga e diretora Marianella Morena compõe três atos em movimentos distintos em gênero e linguagem, do realismo ao hiper-realismo. Questiona a premissa de verdade única borrando o real, a história e a ficção.
Abre com o então casal no quarto, multiplicado por três mulheres e três homens sobre a cama. Em seguida, foca o ambiente familiar da escritora, patriarcal e falso moralista. Por fim, salta para o século XXI, quando uma casa de leilão dispõe um lote contendo o revólver do crime, uma gravação confessional e a correspondência inédita de Delmira com um político.
Foto: Víctor López

Ficha Técnica:
Texto, Direção, Letras e Canções: Marianella Morena, Elenco: Lucía Trentini, Agustín Urrutia, Mané Pérez, Leonardo Noda, Laura Báez e Domingo Milesi, Cenografia e Figurinos: Johanna Bresque, Desenho de Luz: Claudia Sánchez, Música: Lucía Trentini e Nicolás Rodriguez Mieres, Produção: Lucía Etcheverry, Apoio: Instituto Nacional de Artes Escénicas (Inae) Uruguay

Teatro Guarany
Praça dos Andradas, 100 – Centro – Santos
Duração: 75 minutos
Sexta-feira, 16 de setembro, às 21h
Sábado, 17 de setembro, às 21h
Classificação: 14 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00
R$ 10,00

 

Colômbia

Camargo
Como a arte pode abordar a mente de um psicopata que matou mais de 150 mulheres, entre 8 e 20 anos, por considerá-las virgens? A companhia La Congregación Teatro transpõe para o espaço cênico as terríveis alegações e práticas reais de Daniel Camargo Barbosa (1930-1994), confrontadas ao ponto de vista das vítimas. O colombiano que se dizia evangélico e soava amável em sua debilidade transitou ainda por Brasil e Equador, sendo este o país onde cometeu a maioria dos crimes na década de 1980.
As mortes se davam por estrangulamento, após estupro. Invariavelmente, aconteciam junto às populações empobrecidas. A encenação incorpora certa camada do teatro documentário (fotos das jovens violadas), mas predomina o clima de suspense e mistério. Os espectadores ocupam cadeiras ao longo de uma mesa na qual os personagens gravitam.
A companhia foi cofundada em 2006 pelo ator, diretor e dramaturgo Johan Velandia. Reúne artistas de teatro, dança, música e audiovisual mobilizados por temas sociais e políticos.
Foto: Camilo Montiel Mendonza

Ficha Técnica:
Texto e Direção: Johan Velandia, Elenco: Ana María Sánchez, Juanita Cetina, Diana Belmonte, Nelson Camayo e Johan Velandia, Técnico de Luz: Maicol Medina, Assistente de Direção: Richard Evans

Auditório Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida – Santos
Duração: 70 minutos
Sexta-feira, 16 de setembro, às 19h
Sábado, 17 de setembro, às 19h
Classificação: 18 anos
Ingressos:
Venda de ingressos limitada a um par por pessoa
R$ 40,00
R$ 20,00
R$ 10,00

 

Brasil

Dínamo
Acompanhamos o inusitado contexto de três mulheres que compartilham um trailer perdido em alguma estrada qualquer. Em princípio, elas não sabem da presença das demais. A peça expõe como tanta solidão e estranhamento podem gerar novas energias à vida.
Ada é a anfitriã. Ela tem 70 anos, trabalhou com arte performática e anseia reencontrar o pulso criativo e o amor. A chegada da sobrinha, Marisa, a mobiliza em outros sentidos: a moça deseja voltar a ser tenista após anos internada por causa de alucinações. O surgimento da terceira personagem torna ainda mais surpreendente o convívio nessa casa sobre rodas. Harima brota dos recônditos do apertado vagão cenográfico: ela é imigrante e tenta contatar a família e o filho pequeno que ficaram para trás.
Dínamo (2015) apoia-se, sobretudo, na expressão corporal das três atrizes e na música ao vivo. Também são três os diretores e autores. Entre eles, Claudio Tolcachir, cofundador da mesma companhia de Buenos Aires, a Timbre 4, que mostra a nova criação e é conhecida no Brasil pelo fenômeno La Omisión de la Familia Coleman (2005).
Dínamo É Uma Coprodução de Timbre 4 com Fondazione Campania dei Festival — Napoli Teatro Festival Italia, Fundación Teatro A Mil (Santiago De Chile) Festival D’avignon (França), Maison Des Arts de Créteil (Francia), Teatro La Plaza (Lima, Perú), Centro Cultural San Martin (Buenos Aires), Sesc São Paulo (Brasil) Com a Participação do Teatro Nacional de Burdeos en Aquitaine (França).
Foto: Sebastián Arpesella

Ficha Técnica:
Texto E Direção: Claudio Tolcachir, Lautaro Perotti E Melisa Hermida, Elenco: Daniela Pal, Marta Lubos E Paula Ransenberg, Música Ao Vivo: Joaquin Segade Desenho De Luz Ricardo Sica, Desenho De Cenografia: Gonzalo Córdoba Estévez, Assistente De Direção: María García De Oteyza, Produção: Teatrotimbre4, Maxime Seugé, Jonathan Zak

Ginásio Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida – Santos
Duração: 70 minutos
Audiodescrição
Sexta-feira, 16 de setembro, às 20h
Sábado, 17 de setembro, às 21h
Classificação: Livre
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00
R$ 10,00

 

Colômbia

Rebú [Rebu]
Rara oportunidade para conferir como um dramaturgo brasileiro é lido por artistas de outro país. A tragicomédia do carioca Jô Bilac foi montada em 2009 pela Cia. Teatro Independente (RJ) e estreou no ano passado em Bogotá, uma iniciativa do coletivo Teatro del Embuste.
A ação se passa no inverno de 1894, num gélido golfo no oeste da Noruega. Torvaldo e Bianca são recém-casados e vivem apartados do mundo. Eles recebem a visita da irmã do marido, Vladín, que supostamente passará ali seus últimos dias. Ela traz consigo aquele que considera seu bem mais precioso, Nataniel, enigmático personagem tratado como filho. A convivência desse quarteto vai aflorar segredos terríveis e inconfessáveis de cada um.
O diretor e adaptador Matías Maldonado define sua versão como “livre e espontânea” para a peça de pendor surrealista e plena em problematizar o lugar da representação ao jogar com o teatro dentro do teatro. O coletivo Del Embuste nasceu há apenas dois anos e fez a produção em parceria com o Espacio Odeón, um centro cultural.
Foto: DaniloCangucu

Projeto Apoiado pelo Ministério de Cultura de Colômbia – Bolsa de Circulação Internacional para Criadores e Artistas de Teatro e Circo; Fundação Arquivo e Memória de Santos.

Ficha Técnica:
Direção e Adaptação: Matías Maldonado, Elenco: Hernán Cabiativa, Natalia Helo, Javiera Valenzuela e Javier Gardeazábal, Direção de Arte: Lucas Maldonado

Casa da Frontaria Azulejada
Rua do Comércio, 96 – Centro – Santos
Duração: 90 minutos
Sexta-feira, 16 de setembro, às 20h
Sábado, 17 de setembro, às 20h
Classificação: 14 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00
R$ 10,00

 

Chile

La Contadora De Películas [A Contadora De Filmes]
Não é difícil imaginar as dificuldades de quem vive e trabalha na região das minas de salitre no deserto de Atacama, no norte chileno. Foi lá que o escritor Hernán Rivera Letelier, de 66 anos, passou a infância e, por isso, escolheu a geografia isolada para ambientar a história de María Margarita no livro lançado em 2009 e adaptado sob mesmo título pela Cia. Teatrocinema, em 2015.
O espetáculo perpassa a infância e a vida adulta da mulher que, por causa do pai inválido, passou a narrar a ele, e depois a outros impossibilitados de ir ao cinema, as aventuras, dramas e comédias a que assistia.
A protagonista chega a ser eleita a melhor contadora de filmes do local. Ela relata, atua, canta, dramatiza e interpreta até epopeias aos operários e familiares. Com o passar dos anos, os moradores, assim como sal, estão condenados a desaparecer. Mas Margarita resiste com seus fantasmas e fantasias.
A Teatrocinema deriva da companhia La Troppa (1987-2006) e é cultuada pela multidimensionalidade da cena ao fundir ator-imagem.
Foto: Montserrat Quezada Antequera

Ficha Técnica:
Direção Geral: Sofía Zagal, Adaptação: Laura Pizarro, Dauno Totoro, Julián Marras, Montserrat Quezada E Sofía Zagal, Elenco: Laura Pizarro, Sofía Zagal, Christian Aguilera, Daniel Gallo E Fernando Oviedo

Teatro Brás Cubas
Av. Senador Pinheiro Machado, 48 – Vila Mathias – Santos
Duração: 90 minutos
Sexta-feira, 16 de setembro, às 22h
Sábado, 17 de setembro, às 22h
Classificação: 10 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00
R$ 10,00

 

Brasil

O Som das Cores
Uma menina cega sai de casa em busca de seu cão. Lúcia acredita que ele levou seus olhos. Em jornada pela cidade, ela explora os demais sentidos, a audição, a escuta e o tato, como que num labirinto de fantasia e imaginação. A adolescente adentra o subterrâneo das estações do metrô e deambula na superfície. Na tentativa de recuperar a visão, enfrenta perigos e derrota inimigos.
A narrativa dos mineiros do Catibrum Teatro de Bonecos – MG é influenciada pelo livro O Som das Cores, do taiwanês Jimmy Liao (1958), e pelo poema O Cego, do tcheco Rainer Maria Rilke (1875 -1926). Outra ponte decisiva são os filmes de aventura. O simbolismo ganha reforço com a trilha sonora original do coletivo experimental Graveola e o Lixo Polifônico.
Em 25 anos de pesquisa de novas técnicas em formas animadas, o grupo teatral reverbera os versos de Rilke sobre o cego na paisagem urbana, traduzidos por Augusto de Campos: “Sombras das coisas, como numa folha,/ nele se riscam sem que ele as acolha: /só sensações de tato, como sondas,/ captam o mundo em diminutas ondas: serenidade; resistência”.
Sensibilidade não tem idade.
Foto: Guto Muniz

Ficha Técnica:
Dramaturgia e Direção: Lelo Silva, Elenco: Leandro Marra, Rooney Tuareg, Camilla Melo e Daniela Perucci (Atores-Manipuladores), Trilha Sonora: Banda Graveola e O Lixo Polifônico, Desenho de Luz: Lelo Silva, Leandro Marra e Tim Santos, Sonoplastia: Tim Santos

Teatro Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida – Santos
Duração: 50 minutos
Espetáculo Para Crianças
Sábado, 17 de setembro, às 17h30
Domingo, 18 de setembro, às 17h30
Classificação: Livre
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00
R$ 10,00

 

Chile

Acapela
Um globo inflado abriga público e bailarinos na experiência artística destinada a ressignificar os sentidos da respiração. A ação vital para qualquer ser vivo é a razão de ser da obra em dança, disposta a estimular o sujeito a perceber sua maneira de estar no mundo e, às vezes, reinventá-la. O espaço silencioso, sensorial, pode ser ilustrado como uma instalação-pulmão e seu movimento duplo e contínuo de inspiração e expiração. A sonoridade do fôlego é sutil, um sopro permanente.
A coreógrafa Javiera Peón-Veiga fala no motor invisível dos estados de consciência, na descoberta do potencial revolucionário a suportar o tecido fisiológico, as camadas emotivas, psíquicas e energéticas. Em Acapela (2015), a investigação passa por um corpo sonoro e vibrátil. Como ativar outros modos de comunicação levando em conta a animalidade e o ritmo?
Com estudo ou residência artística na Inglaterra e na França, Javiera elege fontes diversas como as artes marciais orientais e técnica de meditação. Ela é conhecida em seu país por trazer novo alento à coreografia contemporânea.
Foto: Fabián Cambero

Ficha Técnica:
Direção: Javiera Peón-Veiga, Criação e Interpretação: Macarena Campbell, Carolina Cifras, Angélica Vial, Ariel Hermosilla, Emilio Edwards e Claudio Muñoz, Desenho Cênico: Antonia Peón-Veiga, Claudia Yolín, Desenho Sonoro: Angélica Vial, Produção Geral: Susana Tello Projeto Financiado Pelo Fondo Nacional De Desarrollo Cultural Y Las Artes de Chile (Apoio, Intercâmbio e Difusão Cultural 2016), Fondart Nacional Concurso 2014. Projeto Acolhido pela Ley de Donaciones Culturales de Chile

Ginásio Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida – Santos
Duração: 70 minutos
Sábado, 17 de setembro, às 18h
Domingo, 18 de setembro, às 18h
Classificação: 14 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00
R$ 10,00

 

Uruguai

La Ira De Narciso [A Ira De Narciso]
A sublimação da beleza e do orgulho à luz da autoficção, procedimento criativo dileto do autor e diretor franco-uruguaio Sergio Blanco que mescla conteúdos vividos e inventados. Hospedado em um hotel em Liubliana, na Eslovênia, convidado a ministrar uma conferência sobre o mito grego, o personagem do monólogo relata situações inusitadas da estadia e da vida. Um labirinto feito de linguagem, tempo, solidão, morte, sexualidade, dependência, separação, desesperança…
Ele alterna sutilmente os modos de enunciar – a narração, a conferência em si, a confissão – ao expor encontros com um jovem ator de filmes pornográficos que acaba de conhecer, a estafa profissional e o estranho caso da mancha de sangue que se avoluma no luxuoso quarto 228 e é impossível de ser limpa. Margem para uma guinada: os detalhes de uma intriga policial.
A cenografia é clean, com mesa de escritório de suíte. Em contraste, um telão ao fundo exibe videoarte. A atuação é de Gabriel Calderón, da Compañía de Artes Escénicas Contemporáneas Complot, das mais profícuas de Montevidéu, que completou dez anos em 2015 com essa produção.
Foto: Nairí Aharonián

Ficha Técnica:
Texto e Direção: Sergio Blanco, Elenco: Gabriel Calderón, Cenografia, Figurinos e Desenho de Luz: Laura Leifert e Sebastián Marrero, Videoarte: Miguel Grompone, Assistente de Direção: Inés Cruces, Produção: Ignacio Fumero e Matilde López, Apoio: Instituto Nacional de Artes Escénicas (Inae) Uruguay

C.A.I.S. Vila Mathias
Av. Rangel Pestana, 184 – Vila Mathias – Santos
Duração: 100 minutos
Sábado, 17 de setembro, às 20h
Domingo, 18 de setembro, às 20h
Classificação: 16 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00
R$ 10,00

Foto capa Antigonon, um Contingente Epico: Lessy

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