Coro Luther King faz Concerto em Homenagem a Dom Helder Câmara

Para cantar a paz e celebrar a vida e a obra de Dom Helder Câmara, o Coro Luther King faz grande concerto no domingo, 25 de junho, às 15h30, na Catedral Metropolitana de São Paulo…

 

 

 

 

A apresentação, sob regência de Martinho Lutero Galati de Oliveira, contará com participações dos cantores Fabiana Cozza e Jean Willian e com a narração de Celso Frateschi. No palco, além do Coro Luther King, outros três grupos corais – Madrigal Revivis, sob regência de Sérgio de Oliveira; Coro Lazi e Coro Benção de Paz, com Claudio Velloso (regente) e Rodrigo Garcia (regente assistente) – reunindo mais de 150 vozes. O grupo Camerata Paulistana faz o acompanhamento musical. O concerto tem apoio da Sabesp.

 

Para este concerto foi escolhida a obra “Sinfonia dos dois mundos”, que tem texto de Dom Helder Câmara para música do suíço Pierre Kaelin. É a primeira vez que a peça será executada na cidade de São Paulo integralmente. A sinfonia para orquestra, solistas e coro foi criada durante o Concílio Vaticano II, em 1962, quando Dom Helder era arcebispo emérito de Olinda e Recife. O religioso costumava dizer que a sinfonia valia mais do que 50 conferências sobre a Paz pela sua intensidade e capacidade de conciliação.

“O texto de Don Helder Câmara nos coloca diante do drama do Criador que delegou ao Criado a gestão e a continuação da Criação. É dele, o Homem, a terrível invenção de dividir o mundo em dois: ricos e pobres, opressores e oprimidos. A Sinfonia dos Dois Mundos nos exorta a recriar um mundo mais solidário, mais igualitário, mais harmônico; como ele diz no final da obra: uma verdadeira ‘sinfonia’”, conta o Maestro Martinho Lutero Galati.

A apresentação será uma homenagem a Dom Helder Câmara, bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife. O religioso foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar no país. Morto em 1999 aos 90 anos, Dom Helder pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres, e a não-violência. Por sua atuação, foi indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz, e recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais.

Na década de 1970, Dom Helder resolveu criar uma obra que propusesse uma reflexão sobre a realidade social do mundo e da humanidade. Ao terminar a escrita, ele convidou o compositor suíço Pierre Kaelin, que também era Padre, para fazer a parte musical. Assim foi composta a “Sinfonia dos Dois Mundos”, peça em seis movimentos para coral. A estreia, com texto em francês, aconteceu em Genebra, em março de 1970, e teve o próprio Dom Helder como narrador e, desde então, foi apresentada em diversos países mundo afora.

No Brasil, que enfrentava o difícil período de redemocratização, o texto de Dom Helder ganhou sentido ainda mais forte, com versos como “Que fizeste do povo da América Latina oprimido e ferido?”, ou ainda “A miséria é a vingança, a miséria é a violência, a miséria é a fonte do ódio”.

A sinfonia apresenta no primeiro movimento narra o homem diante de Deus, reconhecendo-se como Criatura Divina; no segundo, o texto fala sobre a contemplação da Natureza perante a Criação; o terceiro movimento é dedicado à luta entre a inteligência e o egoísmo humanos; a quarta parte trata da esperança; o quinto movimento lembra que a miséria gera a violência; por fim, o texto ressalta que a esperança é a única salvação.

Ficha Técnica
“Sinfonia dos Dois Mundos”
Música: Pierre Kaelin
Textos: Dom Helder Câmara
Direção artística: Mº Martinho Lutero Galati
Fabiana Cozza – mezzosoprano
Jean William – tenor
Celso Frateschi – ator
Camerata Paulistana
Coro Luther King

Participações especiais:
Madrigal Revivis – Sérgio de Oliveira regente
Coro Lazi e Coro Benção de Paz – Claudio Velloso regente / Rodrigo Garcia regente assistente

Realização: Catedral Metropolitana de São Paulo e Rede Cultural Luther King
Apoio: Sabesp

 

 

Concerto em Homenagem a Dom Helder Câmara
“Sinfonia dos dois mundos”, de Dom Helder (textos) e Pierre Kaelin (música)
Com Coro Luther King, sob regência de Martinho Lutero Galati
Catedral Metropolitana de São Paulo
Praça da Sé
Capacidade: 3 mil pessoas (sujeito à lotação do espaço)
Duração: 120 minutos
Domingo, 25 de junho, às 15h30
Classificação: Livre
Entrada gratuita

 

 

 

Coro Luther King
O Coro Luther King nasceu na cidade de São Paulo em novembro de 1970, fundado por Martinho Lutero Galati De Oliveira, reunindo um grupo de pessoas de diferentes classes sociais, cores e credos, em um dos períodos mais duros do país.
O grupo é detentor da Salva de Prata da Câmara Municipal de São Paulo desde 2010, do Prêmio APCA, em 2012, e da Medalha São Paulo Apóstolo – títulos de reconhecimento por seu valor social e dos serviços prestados à cultura. O Coro Luther King destaca-se por seus projetos ligados ao canto coral e pela vasta e profícua atuação nas áreas de performance de concertos; formação musical; pesquisa de repertório; execução de primeiras audições nacionais, latino-americanas e mundiais de obras da literatura coral nacional e internacional; intercâmbio com associações culturais de países como Itália, Portugal, França, Alemanha, México, Cuba, Argentina, Chile, Venezuela, Moçambique, Angola, Quênia, Burquina Faso, Tunísia, Croácia e Paraguai.
Sempre conectado ao seu tempo, o Coro Luther King tem colaborado para a construção do canto coral, formando e preparando milhares de paulistanos para a vida musical, artística e cidadã, realizando música do passado e do presente, promovendo externamente o desenvolvimento, a difusão da literatura coral brasileira e internacional e, internamente, a reflexão e o crescimento de seus integrantes.

 

Foto destaque: Luiz Casimiro
Foto do Maestro Martinho Lutero Galati: Divulgação

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