O Kompha leva sua pegada rock’roll para o Pinheiros Night Club

O Kompha voltou! A banda Kompha, verdadeira lenda das ‘domingueiras’ que aconteciam nos clubes Pinheiros e Círculo Militar durante a década de 60 e 70 está pronta para uma volta em grande estilo, no dia 11 de novembro, no Clube Pinheiros…

 

 

 

“Reviver boas lembranças é sempre muito bom”, diz Alberto Niccoli Junior, baterista integrante do Kompha desde a primeira apresentação da banda que ocorreu no dia 8 de novembro de 1969 durante uma grandiosa festa numa mansão no Real Parque em São Paulo.

Desde uma brilhante apresentação do Rock’n’roll Celebration no Clube Pinheiros em 2000 para uma plateia de 4000 fãs de todas as idades, que o Kompha, ensaiava um retorno para valer, definitivo. “Agora, voltamos por que o Pinheiro vem fazendo um trabalho fantástico tendo a música como plataforma principal para atrair e integrar os sócios e seus convidados. A partir desta filosofia o clube começou a chamar todas as bandas da época para criar um circuito musical permanente. Assim, entraram em contato com o Tuca e nos convidaram. A partir do convite nos reunimos – Tuca, Marinho, Zé Roberto e eu- concordamos em voltar, escolhemos o repertório e decidimos convidar o Claudinho, depois o José Aquino e o Joe Roberts”, conta Niccoli.

“O incrível Joe Roberts nos foi apresentado na ocasião do Rock’n’roll Celebration 2000, pelo meu ‘irmão’ Maluly. Na época ele vivia no Canada e não conhecia o Kompha, mas logo se familiarizou com o nosso repertório e nos seduziu pela sua competência.”

Os planos incluíram muitos ensaios e ampliação do repertório “para tocar muitas vezes em 2018.”

Além de Niccoli na bateria, Marinho Murano (teclados), Tuca Aun (guitarra), Zé Roberto (guitarra base), integram a nova banda José Aquino (baixo), e os convidados Ênio Di Bunito (percussão) e o vocalista Joe Roberts.

O repertorio eles mantem em segredo, mas com toda a certeza os fãs irão ouvir hits já consagrados pela banda na década de 70 como “Your Song, All right now, Spill the wine, entre outras. Boas músicas dos anos 80 tais como as de Steve Winwood, Rod Stewart, Free, Billy Joel, e outras também farão parte do show.

 

 

“Apesar da ausência do Ray e do Victor, pinta emoção e uma ponta de orgulho”, conta Niccoli. E é essa emoção e orgulho que marcam o retorno do Kompha além, é claro, da sua inconfundível excelência rítmica, base harmônica e forte pegada rock’roll.

 

 

 

Kompha
Esporte Clube Pinheiros
Pinheiros Night Club
Restaurante Germânia
Rua Tucumã, 142 – Jardim Europa
Sábado, 11 de novembro, às 21h
Ingressos:
Associado: R$ 30,00
Convidado de associado: R$ 45,00
Mesas quadradas de no mínimo, 2 lugares
Venda na Central de Atendimento.

 

 


O Kompha surgiu da união de componentes de outras bandas: Marinho Murano e Tuca Aum, do Código 90; Victor Malzoni, o Ray Mattar (vocalista, dono de expressiva voz e de grande carisma, falecido em 1996), e Alberto Niccoli Junior, da banda Loupha. “Todos nos conhecíamos, pois cruzávamos uns com os outros no mingau do Pinheiros e na bubuca do Circulo Militar. O Vitor e o Ray foram o elo entre as bandas, convidaram o Tuca e formamos o Koumpha que depois virou Kompha, por sugestão do nosso amigo João Paulo que depois se tornou o nosso técnico de som”, explica Niccoli.

Com essa formação a banda chegou a participar de várias excursões nos navios Rosa da Fonseca e Funchal. No começo dos anos 70 deu-se a estreia nas bubucas do Círculo Militar.

Reconhecido pelo seu extremo bom gosto musical e repertório diferenciado, o Kompha foi pioneiro em executar no Brasil a tocar músicas de bandas internacionais como 3Dog Night, Chicago, Steely Dan, Doobie Brothers, Fletwood Mac, Blood, Sweat and Tears, e de músicos como Elton John e James Taylor.

Nessa trajetória o Kompha também gravou nos anos 70, alguns compactos de muito sucesso: “primeiro compacto foi com o nome Soul Side onde gravamos Somebody Help Me e foi bom, pois nos deu um pouco de experiência para as próximas gravações. Depois veio o sucesso com o Beacher/ Since I Feel For You (1972), Fat Lady/Bridges (1973) e Lalala Blues/Happy Song (1974)”, conta Niccoli.

Para esses rapazes do Kompha o sucesso nas domingueiras e os compactos nas paradas de sucesso era algo que não alterava suas rotinas. Como diz Niccoli, “era muito tranquilo, a continuação da nossa vida social. Nada nos afetava porque a música apareceu depois da nossa forte formação familiar e escolar. Era uma geração amiga, segura e voltada para o momento. Nós nos dávamos muito bem e mesmo depois com a saída do Marinho e do Vitor continuamos por um bom tempo juntos”.

Tuca Aun, Alberto Niccoli Junior, Marinho Murano e José Roberto

Tuca um dos precursores da guitarra na música instrumental em São Paulo, se apresentava no Esporte Clube Pinheiros em 1965 com o conjunto Os Lunáticos conta ainda, que “ele o Ray Mattar tiveram uma passagem em 1968 quando defenderam no Festival Universitário da TV Tupi a canção ‘O Tigre’”. Ela foi apresentada no festival pelo grupo paulista Baobás formado por Pagura, Tuca, Nescau, Claudio Callia, acompanhando o cantor Ray. A letra de ‘O Tigre’ cutucava a ditadura militar, apesar de não ter sido a música vencedora, terminou sendo um hino dos jovens estudantes da época. “O tigre chegou na frente e metralhou a garganta do elefante (estudante)…”.

Niccoli um dos grandes bateras, relembra, como tudo começou, “minha estreia foi no Sound’s Five, banda de sócios do Pinheiros, os integrantes eram; o Ray, Ivan Borges, Zeca, Paulo Afonso e posteriormente o Nilton, depois da saída do Ray para o Loupha”.

Marinho, com formação musical clássica, especializado em Jazz, MPB, e internacional, conta como foi sua entrada no universo do rock, “fui convidado a fazer parte do Código 90 nos teclados, na sua primeira formação com o Pedro Autran, Aldo Crotti, e os irmãos Sérgio e Mario Coelho. No espaço de um ano, com a saída de alguns integrantes, a formação final da banda antes da união entre o Código 90 e o Loupha, ficou sendo; Pedro Autran, Sérgio Coelho, Tuca Aun e o Vitor Malzoni e eu.”

José Roberto cantor e guitarrista, fez parte das bandas Ação 4+1 e Mama Joy, e sempre se encontrava com os integrantes do Kompha nas domingueiras. Ele recorda, que “os rapazes do Kompha brincavam dizendo, ‘ainda vamos tocar juntos’. Até que o que era brincadeira, acabou por se concretizar, e finalmente entrei no Kompha, após a saída do Marinho Murano”.

 

Na noite da apresentação o Kompha prestará homenagem a Ray Mattar, falecido em 1996.

 

 

Sandro Felippin
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