Cia da Memória estreia “Punk Rock” no Centro Cultural São Paulo

A estreia é dia 16 de março, no Centro Cultural São Paulo, sala Jardel filho, em temporada de quatro semanas, sempre as sextas, sábados e domingos…

 

 

 

 

‘Punk Rock’ é o texto de um dos mais importantes e renomados dramaturgos mundiais contemporâneos, Simon Stephens e ganha pela primeira vez montagem no país, pela Cia da Memória, formada por Ondina Clais e Ruy Cortez, que assinam a direção artística e a concepção do projeto que prevê a encenação de cinco obras que desdobram temas autônomos, vistos sob a perspectiva do feminino.

 

‘Punk Rock’ é a segunda montagem da pentalogia e aborda o bullying e a violência nas escolas. O texto faz crítica ao elitismo do ensino, à disputa entre os vestibulandos dentro das instituições escolares, ao vestibular como afunilamento social e a forte presença do bullying nesse meio.

“É preciso dar vazão à potência do texto de Simon e o que ele nos diz sobre a contemporaneidade e sua respectiva construção do sujeito social. Ainda que o bullying seja identificado como o principal motivo para a execução de massacres, não temos efetivamente políticas e diretrizes unificadas de identificação desses casos e métodos para lidar com essa questão a tempo, antes que outras tragédias aconteçam. Precisamos fomentar projetos nesse sentido, precisamos entender isso como uma questão de saúde, educação e segurança. “, diz Ondina Clais, diretora da montagem junto com Ruy Cortez.

“Levar ao palco essa temática é a possibilidade de o teatro irromper em cena aquilo que não pode acontecer no tecido do real. A peça, enquanto texto, direção e concepção e interpretação de maneira nenhuma faz apologia, incentiva ou apoia esse tipo de comportamento último. Ao contrário, toda a cautela do projeto é para constituir um discurso contra o ódio e a intolerância, frisando a importância das boas relações, da empatia, do respeito às diferenças e do amor ao próximo”, diz Ruy Cortez, diretor artístico da montagem junto com Ondina Clais.

“Falar sobre a educação é fundamental em tempos de inversões, que não só freiam avanços, mas que também causam retrocessos no Brasil. O memorável levante dos secundaristas e a ocupação por todo o país provam que os jovens não estão de acordo com a estrutura educacional e com a forma de se produzir – ou não – pensamento. Como estamos formando os cidadãos? O que o mundo contemporâneo propõe para o futuro sob a ótica das relações humanas? ” Reflete João Vasconcellos, um dos atores da montagem.

O conceito da encenação para essa montagem é o aprisionamento, o confinamento. A cenografia desenvolvida por Juliana Lobo – um fechamento retangular de plástico translúcido – permite à encenação destacar, isolar, aprisionar, segregar, confinar, expor, reunir, aproximar e libertar falas, corpos, pensamentos e subjetividades dentro do espaço cênico. O espaço é minimalista para enfatizar os personagens, tendo poucos objetos pontuais, que ajudam a compor uma arquitetura impessoal.

No ano em que foi escrita, 2008, a peça recebeu duas indicações como melhor peça teatral do ano, pelos mais conceituados prêmios ingleses: TMA Theatre Awards e Evening Standard Theatre Awards.

Ficha Técnica
Texto: Simon Stephens
Tradução: Marcos Daud e Mônica Ono
Revisão da Tradução: Nunila Katz e João Vasconcellos
Direção Artística: Ondina Clais e Ruy Cortez
Elenco: Álvaro Motta, Andressa de Santi, Luiz Antônio Motta, Conrado Costa, Jessica Rodrigues, João Vasconcellos, Lais Gavazzi, Vivi Ono e Yan Brumas
Cenografia: Juliana Lobo
Assistente de Cenografia: Luiza Ascava
Figurino: Anne Cerutti
Iluminação: Rodrigo Alves
Sonoplastia: Aline Meyer
Artista visual convidado: Matheus Ribs
Multimídia: Luiz Antônio Motta
Ações Pedagógicas: Graziela Kunsch
Assessoria de Imprensa: Adriana Monteiro
Direção de produção: Danielle Cabral e Ricardo Grasson
Produção executiva: Jessica Rodrigues e Victória Martinez
Leis: Maristela Bueno e Priscila Lima
Administração: Contorno Produções
Coordenação de projeto: Contorno Produções e DCarte
Produção: Companhia da Memória, Contorno Produções, DCarte e Gelatina Cultural

 

 

 

Punk Rock
Centro Cultural São Paulo

Sala Jardel Filho
Rua Vergueiro, 1000
Tel.: 3397-4002
Capacidade: 321 lugares
Duração: 180 minutos
Temporada: De 16 de março a 8 de abril
Sextas e sábados, às 20h
Domingos, às 19 horas
Ingressos:
R$ 20,00
R$10,00
Classificação indicativa: 16 anos

 

 

Simon Stephens (Autor)
É um dos mais importantes nomes da dramaturgia inglesa contemporânea, ainda pouco conhecido no Brasil. Nascido em 6 de fevereiro de 1971, em Stockport (Manchester), Stephens graduou-se em História pela Universidade de York. É associado ao Royal Court Theatre e, entre 2001 e 2005, foi tutor de dramaturgos no Programa de Jovens Escritores, realizado por esta instituição. O primeiro grande sucesso dramatúrgico de Stephens foi “On The Shores Of The Wide World”, peça ganhadora do prêmio Olivier, em 2005. No ano seguinte, “Motortown”, que tem como contexto a guerra no Iraque, recebeu críticas admiráveis. Dentre suas obras que também ganharam destaque e premiações estão: “Pornografia” (2007), “Harper Regan” (2008) E “Punk Rock” (2009).

Tendo escrito 32 peças, Stephens explora uma escrita frequentemente “brutal” que, ao mesmo tempo, permite que uma espécie de otimismo venha à tona, com autenticidade que o diferencia de muitos escritores de sua geração. Na maioria das vezes, seus personagens não se expõem por inteiro e transitam numa justaposição constante entre medos e dúvidas, em territórios violentos, contraditórios e moralmente incertos.

Stephens vive em Londres atualmente, com sua esposa e três filhos. Diz que escreve porque entende, porque não entende e também porque tenta entender a escuridão.

 

Ruy Cortez (Diretor Artístico)
É diretor teatral, pedagogo e fundador da Companhia da Memória. Sua obra mais recente, Karamázov, trilogia criada a partir da obra de Dostoiévski, foi indicada ao Prêmio Governador do Estado 2014 na categoria inovação. É sócio-fundador e diretor artístico-pedagógico do Centro Internacional de Teatro Ecum (CIT-Ecum), por meio do qual foi indicado ao Prêmio Shell SP 2013 na categoria inovação, “pela realização plural de seu projeto artístico-pedagógico”. É pesquisador do sistema Stanislavski. Realizou três residências artísticas em Moscou, sendo a última em 2011, por sete meses, no Teatro de Arte de Moscou e no Centro Meyerhold. Atua desde 1999 na área de pedagogia teatral em instituições como Escola Superior de Artes Célia Helena, Teatro-Escola Célia Helena e Escola de Atores Wolf Maya

 

Ondina Clais (Diretora Artística)
Bailarina, atriz e bacharel em Comunicação e Artes do Corpo pela PUC – SP, com especialização em teatro e performance. Em 1990, entrou para o Grupo Macunaíma CPT – SESC, onde, além de atriz, foi professora e ministrou inúmeros workshops pelo Brasil e exterior ensinando o método de trabalho de Antunes Filho. Como pedagoga ministrou aulas na Faculdade e Escola de teatro Célia Helena, na Escola Wolf Maya e no CIT-Ecum. Protagonizou “A Dama do Mar” dirigida por Robert Wilson e “Toda Nudez Será Castigada” por Antunes Filho. No cinema trabalhou com Hector Babenco em “Meu Amigo Hindu”. É uma das protagonistas do “Filme da Minha Vida”, dirigido por Selton Melo, está no elenco de “João, O Maestro” dirigido por Mauro Lima, ambos lançados nos cinemas em 2017.

 

Fotos: Danillo Anastácio

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