“O Cavaleiro da Rosa” estreia no Theatro Municipal

A ópera O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss, com libreto de Hugo von Hofmannsthal, estreia no Theatro Municipal de São Paulo em 15 de junho, sob a direção cênica de Pablo Maritano e musical do maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Roberto Minczuk…

 

 

 

 

 

A cenografia é de Italo Grassi, figurinos de Fábio Namatame e iluminação de Caetano Vilela. Os cenários e figurinos estão sendo criados pela equipe da Central Técnica Chico Giacchieri. “Esta produção grandiosa é uma oportunidade de mostrar o talento de artistas do Theatro Municipal como marceneiros, costureiros etc., que são figuras que o público geralmente não vê” afirma o Secretário Municipal de Cultura, André Sturm.

As apresentações seguem ainda em 17 de junho, às 18h, e nos dias 19, 21, 23 e 25 de junho.

O Cavaleiro da Rosa é um espetáculo apresentado pelo Ministério da Cultura, pela Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura, Fundação Theatro Municipal de São Paulo e Instituto Odeon, com patrocínio do Banco Santander para as séries “sábado” e do Banco Bradesco para as séries “domingo”.

O elenco traz, entre os principais solistas, Carla Filipcic Holm no papel da Marechala Marie Therese von Werdenberg, uma mulher madura e experiente que tem como amante o jovem Octavian (papel travestido, escrito por Strauss para ser interpretado por cantoras). Neste espetáculo, a mezzo-soprano Luisa Francesconi vive o personagem. Dirk Aleschus é o Barão Ochs, primo da Marechala, e Elena Gorshunova representa Sophie von Faninal, dama por quem Octavian se apaixona.

Quando o Barão Ochs, nobre das províncias que se encontra em dificuldade econômica, visita a prima Marechala para contar-lhe sobre sua proposta de noivado à Sophie (filha única do rico burguês Faninal), não imagina que está interrompendo um momento íntimo entre a parente e seu jovem amante Octavian. Para escapar da situação constrangedora, o rapaz veste-se com roupas femininas. Ao ser apresentado como a nova dama de companhia da Marechala, desperta no Barão um interesse amoroso. Entre encontros e desencontros, esta ópera, com tom de comédia, evidencia um dos maiores interesses de Strauss: a psicologia feminina.

Para As Bodas de Fígaro (1786), Wolfgang Amadeus Mozart já tinha criado um papel travestido, o jovem Cherubino. Esta deve ter sido provavelmente a grande inspiração para que Strauss decidisse que Octavian seria interpretado por cantoras. Luisa Francesconi, que vive pela primeira vez o papel, explica que o desafio é se desvencilhar da caricatura. “É preciso construir esse corpo masculino de forma natural. Além disso, tem a psicologia de entender como um homem reage emocionalmente a determinada situação”. No libreto, Octavian tem 17 anos, é um jovem educado como aristocrata, mas ainda tem certos aspectos adolescentes dentro dele. “Essa questão da mulher mostrando a fragilidade de um homem é muito interessante também” afirma Luisa.

Dirigindo pela primeira vez esta ópera, que estreou em 1911 em Dresden (Alemanha), Pablo Maritano revela que a montagem será ambientada na Viena da Belle Époque, no começo do século 20. “Além de ser muito divertida, a obra mostra o jeito com o qual Hofmannsthal, o autor do libreto, entende a experiência amorosa…O público tem de vir assistir ao cavaleiro porque é uma história que toca de um jeito muito contemporâneo a identidade de gênero, a ideia da independência feminina.”, afirma.

A música é riquíssima no sentido vocal e instrumental. O maestro Roberto Minczuk destaca a valsa presente em vários trechos da composição. “É sofisticada, palatável, perfeita para este enredo e para os personagens. Tem a grandiosidade comparada às sinfonias do Gustav Mahler.”

A encenação conta com a participação do Coral Paulistano, que está sendo preparado pela maestrina Naomi Munakata.

Em três atos, O Cavaleiro da Rosa será montada no Theatro Municipal nos mesmos cenários concebidos no libreto: as casas da Marechala e da família de Sophie von Faninal e um luxuoso quarto.

O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss
Roberto Minczuk, regente
Pablo Maritano, direção cênica
Italo Grassi, cenografia
Fábio Namatame, figurinos
Caetano Vilela, iluminação
Naomi Munakata, regente titular do Coral Paulistano
Elenco
Marechala: Carla Filipcic Holm
Barão Ochs: Dirk Aleschus
Octavian: Luisa Francesconi
Sophie: Elena Gorshunova
Faninal: Rafael Thomas
Valzacchi: Paulo Queiroz
Annina: Magda Painno
Um Cantor: Fernando Portari
Marianne: Elisabete Almeida
Comissário de Polícia: Matheus França
Mordomo da Marechala: Miguel Geraldi
Mordomo de Faninal: Miguel Geraldi
Notário: Márcio Marangon
Estalajadeiro: Renato Tenreiro
Órfã 1: Gabriella Rossi
Órfã 2: Laiana Oliveira
Órfã 3: Elaine Martorano
Modista: Débora Faustino
Domador de Animais: Renato Tenreiro
Lacaios da Marechala: Alexandre Bialecki, Diógenes Gomes, Felipe Bertol, Vitor Mascarenhas
Garçons: Alexandre Bialecki, Diógenes Gomes, Andrey Mira, Vitor Mascarenhas
Leopold: Washington Lins

 

 

 

 

O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss
Theatro Municipal de São Paulo
Praça Ramos de Azevedo, s/nº – Centro
Tel.: 3053-2090
Duração: 4 horas com dois intervalos
Sexta-feira, 15 de junho, às 20h
Domingo 17 de junho, às 18h
Terça-feira, 19 de junho, às 20h
Quinta-feira, 21 de junho, às 20h
Sábado 23 de junho, às 20h
Segunda-feira, 25 de junho, às 20h
Ingressos:
Setor 3 – R$ 40,00
Setor 2 – R$ 110,00
Setor 1 – R$ 150,00
(meia-entrada para aposentados, maiores de 60 anos, professores da rede pública e estudantes)
Classificação indicativa: 12 anos
Vendas: bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo ou pelo link  Eventim
Horário da bilheteria: De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, sábados e domingos, das 10h às 17h. Nos espetáculos à noite, a bilheteria permanece aberta até o início do evento; em dias de espetáculos pela manhã, o espaço abre ao público duas horas antes do início da apresentação. Apenas venda e retirada de ingressos para os eventos do Theatro Municipal de São Paulo.

 

 

Pablo Maritano
Nascido em Buenos Aires, estudou na Escuela Superior de Bellas Artes Ernesto de la Cárcova e no Instituto Superior de Arte del Teatro Colón. É conhecido tanto por suas montagens de clássicos dos séculos 17 e 18 como por sua intimidade com o repertório contemporâneo. Em sua numerosa produção, estão várias estreias sul-americanas, como Die Soldaten, de Bernd Alois Zimmermann, e Platée, de Jean-Philippe Rameau. Recebeu vários prêmios e condecorações, como o Circulo de Crítica Internacional de Chile, o Neues Musiktheater Berlin e o Circulo de Críticos Musicales de Argentina. Nos últimos anos, dirigiu Il Trovatore, I Due Foscari, Otello e Rigoletto, de Giuseppe Verdi; O Barbeiro de Sevilha e L’Italiana in Algeri, de Gioachino Rossini; e Madama Butterfly, de Giacomo Puccini, entre outros espetáculos, tanto em teatros como em casas de ópera na América Latina, e Europa.

Roberto Minczuk
Fez sua estreia internacional à frente da Filarmônica de Nova York. Depois disso, regeu mais de 100 orquestras internacionais. Foi diretor artístico do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, diretor artístico adjunto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e maestro titular da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, sendo o primeiro artista a receber o Prêmio ConcertArte, de Ribeirão Preto. Venceu o Grammy Latino e foi indicado ao Grammy Americano com o álbum Jobim Sinfônico. Atualmente, é maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e maestro emérito da Orquestra Sinfônica Brasileira, da qual foi regente titular de 2005 a 2015, e maestro emérito da Orquestra Filarmônica de Calgary, no Canadá.

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
No começo do século XX, as companhias líricas internacionais que se apresentavam no Theatro Municipal traziam da Europa seus instrumentistas e coros completos, pela falta de um grupo orquestral em São Paulo especializado em ópera. A partir da década de 1920, uma orquestra profissional foi criada e passou a realizar apresentações esporádicas, tornando-se regular em 1939, sob o nome de Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal. Uma década mais tarde, o conjunto passou a se chamar Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e foi oficializado em lei de 28 de dezembro de 1949, que vigora ainda hoje.

A história da Sinfônica Municipal se confunde com a da música orquestral em São Paulo, com participações memoráveis em eventos como a primeira Temporada Lírica Autônoma de São Paulo, com a soprano Bidú Sayão; a inauguração do Estádio do Pacaembu, em 1940; a reabertura do Theatro Municipal, em 1955, com a estreia da ópera Pedro Malazarte, regida pelo compositor Camargo Guarnieri; e a apresentação nos Jogos Pan-Americanos de 1963, em São Paulo.
Estiveram à frente da Orquestra os maestros Arturo de Angelis, Zacharias Autuori, Edoardo Guarnieri, Lion Kasniefski, Souza Lima, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi e John Neschling.
Roberto Minczuk é o atual regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo – OSM.

Coral Paulistano
O Coral Paulistano foi criado em 1936 por iniciativa de Mário de Andrade. Marco da história da música em São Paulo, o grupo foi um dos muitos desdobramentos do movimento da Semana de Arte Moderna de 1922.
Atualmente, o Coral Paulistano tem como regente titular a maestrina Naomi Munakata e é um dos grupos que integram a Fundação Theatro Municipal de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura.

Naomi Munakata
Naomi Munakata iniciou os estudos musicais ao piano aos 4 anos e começou a cantar aos 7, no coral regido por seu pai, Motoi Munakata. Formou-se em Composição e Regência em 1978, pela Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo, na classe de Roberto Schnorrenberg. A vocação para a regência começou a ser trabalhada em 1973. Anos depois, essa opção lhe valeria o prêmio de Melhor Regente Coral, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte. Estudou ainda regência, análise e contraponto com Hans Joachim Koellreutter e viajou à Suécia para estudar com o maestro Eric Ericson. Aperfeiçoou-se em regência na Universidade de Tóquio. Atualmente, é a regente titular do Coral Paulistano.

Carla Filipcic Holm
Formou-se em Buenos Aires na Universidade Nacional de Artes e no Instituto Superior de Artes do Teatro Colón. Graças à Bolsa María Marta Sánchez Elia de Núñez, continuou seus estudos na Alemanha, especializando-se em repertório alemão com Siegfried Jerusalem, em Nuremberg. Venceu vários concursos de canto e importantes prêmios da imprensa argentina. Protagoniza óperas e concertos na América Latina, EUA, Suíça e Alemanha. Em seu repertório destacam-se a Marechala, em O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss; Agathe em Der Freischütz, de Carl Maria von Weber; Agripina, D. Anna e D. Elvira em Don Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozart; Elisabeth de Valois em Don Carlos, de Giuseppe Verdi; e Tatiana em Yevgeny Onegin, de Piotr Ilitch Tchaikovsky.

Luisa Francesconi
A mezzo-soprano fez a sua estreia internacional no Teatro Argentina, em Roma, no papel de Cherubino em Le Nozze di Figaro, de Wofgang Amadeus Mozart. Representa também com grande sucesso outros papéis, como Romeo em I Capuleti ed I Montecchi, de Vincenzo Bellini; e Orfeo em Orfeo ed Euridice, de Christoph Willibald Gluck. Canta com frequência nos principais teatros brasileiros e italianos, e tem se apresentado regularmente também em Portugal. Seu repertório de concertos inclui atuações em Rapsódia para Contralto e Missa em Si Menor, de Johann Sebastian Bach; Réquiem e Missa da Coroação, de Wolfgang Amadeus Mozart; Nisi Dominus, de Antonio Vivaldi; Nona Sinfonia, Missa em Dó Maior e Fantasia Coral, de Ludwig van Beethoven; Stabat Mater e Petite Messe Solemnelle, de Gioachino Rossini, entre outros.

Dirk Aleschus
Dirk Aleschus nasceu em Neubrandenburg, na Alemanha, e começou a sua carreira sob a orientação dos professores Brigitte Fassbaender e Kurt Moll. Aleschus fez a sua aclamada estreia internacional no Vienna Volksoper na ópera O Amor das Três Laranjas, de Sergei Prokofiev. Seu repertório inclui importantes papéis, como o Barão Ochs em O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss; Sarastro em A Flauta Mágica; Comandante em Don Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozart; Basilio em O Barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini. Dirk Aleschus já se apresentou no Festival de Salzburgo e no Festival de Ópera de St. Margarethen e no Festival Internacional Brucknerfest, na Áustria e no Oper Köln, na Alemanha, entre outros.

Elena Gorshunova
Desde a 2010, a soprano russa faz parte dos solistas da Ópera Semper de Dresden, na Alemanha, onde já interpretou os papéis de Gilda, em Rigoletto, de Giuseppe Verdi; Sophie, em O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss; Pamina em A Flauta Mágica e Konstanze em O Rapto do Serralho, ambas de Wolfgang Amadeus Mozart; Musetta em La Bohème, de Giacomo Puccini; e Ninetta em La Gazza Ladra, de Gioachino Rossini. Ganhou vários prêmios internacionais, como o 1º prêmio no Concurso Internacional alemão de Anneliese Rothenberger, o Concurso Internacional de Genebra e o Concurso Internacional Rimsky-Korsakov. Em sua carreira, já se apresentou no Théâtre du Châtelet, na Ópera de Washington, New National Theater Tokyo, Ópera de Riga, Grande Teatro de Bordeaux, Ópera de Marselha, Ópera de Montpellier, Ópera de Nice, Toulouse e na Accademia di Santa Cecilia de Roma, entre outras.

 

Fotos: Fabiana Stig

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