Clássico de Plínio Marcos faz temporada no Teatro Aliança Francesa

Uma trama que retrata aspectos da recessão e desemprego, temas atemporais que marcaram a carreira do ‘repórter de um tempo mau’, ou seja, de Plínio Marcos. Esse é o mote do espetáculo Quando as Máquinas Param que está no Teatro Aliança Francesa. A montagem tem direção de Augusto Zacchi, supervisão artística de Oswaldo Mendes e protagonizada pelos atores Carol Cashie e Cesar Baccan. As sessões ocorrem sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h30, até 24 de fevereiro…

 

 

 

 

Escrito em 1967, o texto mostra a dificuldade de Zé em encontrar trabalho, o que torna a relação com Nina, sua esposa, cada vez mais complicada. Nessa situação de penúria, ele revela um lado que ela antes não conhecia.

Por sempre abordar temas ácidos em sua dramaturgia, Plínio Marcos nunca foi bem visto pelas autoridades e instituições repressoras, suas obras ficaram conhecidas por falar de assuntos que geralmente estavam silenciados.

“Na peça, somos apresentados a Nina e Zé, jovem casal de uma vila operária na periferia. Poderia ser apenas mais uma história de amor de dois jovens com sonhos de Romeu e Julieta. Sonhos modestos de uma novela de rádio ou de um time de futebol. Mas Plínio nos mostra o que acontece quando as máquinas param para José e ele vai para o olho da rua. De repente, a modesta felicidade sonhada não resiste à brutalidade do desemprego e à incerteza do amanhã”, fala Oswaldo Mendes.

Para Mendes, um dos méritos da dramaturgia é colocar em cena várias camadas vulneráveis da ferida social que envolve os personagens. “Lá estão os meninos no futebol de rua, despreparados como Zé para enfrentar a vida e o trabalho. O jovem sem profissão. A mulher, arrimo de família, sustentando o duro cotidiano da casa. O sindicato que não se preocupa com os desempregados. O trabalhador que explora o próprio trabalhador. Como Brecht, Plínio Marcos faz ruir à nossa frente uma história de amor. Ele é apenas o poeta que nos pega pela mão e leva até seus personagens para que não nos esqueçamos deles”.

Quando as Máquinas Param é uma peça que marcou história no teatro brasileiro e já teve Tony Ramos, Luiz Gustavo e Marcos Paulo, nos papeis masculinos, Walderez de Barros, Yara Amaral e Miriam Mehler, nos papeis femininos, em montagens dirigidas por Nelson Xavier, Jonas Bloch e também pelo próprio dramaturgo, Plinio Marcos.

Ficha Técnica
Autor: Plínio Marcos
Supervisão Artística: Oswaldo Mendes
Direção: Augusto Zacchi
Elenco: Carol Cashie e Cesar Baccan
Figurino e Cenário: Marcela Donato
Iluminação: Nelson Ferreira
Trilha Sonora: Marcelo Ullmann
Fotos: Ronaldo Gutierrez
Designer Gráfico: Rafael Oliveira
Mídias Sociais: Gigi Prade
Produção Geral e Realização: Baccan Produções

 

 

 

 

 

Quando as Máquinas Param
Teatro Aliança Francesa
Sala Atelier
Rua General Jardim 182 – Vila Buarque
Informações: (11) 3572-2379
Capacidade: 40 lugares
Duração: 60 minutos
Temporada: até 24 de fevereiro
Sextas e sábados, às 21h
Domingos, às 19h30
Ingressos:
R$ 30,00 (inteira)
R$15,00 (meia)
Classificação: 12 snos
Ar condicionado
Café Espace Douce France
Estacionamento conveniado em frente e na Rua Rego Freitas 285.
Vendas:
Ingresso Rápido
Pelo telefone 4003.1212 ou aplicativo
No local: somente em dias de espetáculo, aberta 1h antes do início da apresentação

 

Teatro Aliança Francesa
Desde sua criação, em 1964, o Teatro Aliança Francesa destacou-se como um espaço de encontros intelectuais e artísticos entre a França e o Brasil. Ao longo dos anos, importantes nomes da dramaturgia brasileira se apresentaram e foram revelados, como Marília Pêra e Gianfrancesco Guarnieri. Além disso, o espaço já acolheu textos de grandes escritores franceses, como Eugène Ionesco e Molière, e possibilitou residências artísticas, como a do Grupo Tapa, por mais de uma década.

 

Foto: Ronaldo Gutierrez

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