Sesc Belenzinho recebe show de Zé Guilherme

Artista que sempre se destacou como intérprete, Zé Guilherme, comemora 20 anos de carreira com o lançando de Alumia, seu quarto disco composto por músicas autorais em sua maioria. O show acontece no dia 29 de março, sexta, no Teatro do Sesc Belenzinho…

 

 

 

 

 

 

Após lançar, em 2015, um disco em homenagem ao “cantor das multidões”, o artista cearense, radicado em São Paulo, registrou nesse trabalho canções autorais e parcerias. No show, além de faixas de Alumia, Zé Guilherme mostra composições dos três discos anteriores: Recipiente, Tempo ao Tempo e Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva.

Nesse novo álbum, Zé Guilherme assina letra e melodia das composições “Alumia”, “Teus Passos” e “Canção de Você”. As letras são frutos de seus poemas. “As melodias nasceram intuitivamente, pois não sou instrumentista”, afirma. Ele ainda divide a autoria de “Espelho” com Luis Felipe Gama, de “Ave Solitária” e “Teu Cheiro” com Cris Aflalo, de “Laço” com Marcelo Quintanilha e de “Oferendas” com Cezinha Oliveira, que é o produtor musical e arranjador do álbum. Completando o repertório, Luis Felipe, Quintanilha e Cezinha aparecem novamente como autores de “Franqueza”, “A Voz do Rio” e “Cesta Básica”, respectivamente, ao lado do baiano Péri, compositor de “Clarão” e “Paixão Elétrica”.

“Nunca tive pretensões de ser um compositor, pois meu ofício maior é o de cantor. A poesia é um exercício que me acompanha desde a adolescência, mas só agora, depois de 20 anos de dedicação à música, sinto-me mais à vontade para mostrar também o meu lado autoral”, comenta.

Alumia registra o amadurecimento artístico de Zé Guilherme, não só pelo fato dele se mostrar também como compositor, mas também pela própria trajetória musical. O primeiro CD, Recipiente (Lua Discos, 2000), com arranjos de Swami Jr., apresentava sua origem nordestina e sua música universal brasileira em um trabalho com a força da raiz e do pop brasileiro. Seis anos depois, o disco Tempo ao Tempo chega com uma linguagem pop mais contemporânea nos arranjos de Serginho R. O terceiro disco viaja no tempo e o artista faz um pouso na época mais romântica da música brasileira com Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva (2015), trabalho que também tem produção musical e arranjos de Cezinha Oliveira.

O novo CD faz um sobrevoo por esses caminhos e apresenta a música de Zé Guilherme, agora mais romântica, que envereda por uma sonoridade acústica mais jazzística. “Os arranjos trazem como unidade estética a sonoridade característica do piano, executado de forma primorosa por Jonas Dantas (também no acordeon), e do baixo acústico tocado por Johnny Frateschi”, justifica o produtor musical. É possível perceber que todas as canções se harmonizam como células dentro da estrutura musical do disco. Os demais instrumentos que aparecem são: bateria e percussão (por Adriano Busko), violão e guitarra (por Cezinha Oliveira) e sopros (por Walter Pinheiro). “Esse trabalho pode ser considerado uma declaração de amor, amor a outras pessoas e à minha própria vida”, confessa o intérprete.

O show de Zé Guilherme no Sesc Belenzinho tem participação dos mesmos músicos que gravaram nas faixas do CD Alumia. A direção artísitica é de Maurício Inafre e a iluminação tem assinatura de Silvestre Garcia.

 

 

As canções de Alumia
Capa CD Alumia – Zé Guilherme -bb.jpgA faixa “Oferendas” (Cezinha Oliveira e Zé Guilherme) traz arranjo elaborado para essa letra que fala do encontro carnal, da viagem pelo corpo da pessoa amada. “Espelho” (Luis Felipe Gama e Zé Guilherme) é uma composição que se assemelha à “lide” alemã. Composta para voz e piano, o lirismo nasce da tensão entre a execução do instrumento e a voz do intérprete. Fala do encantamento sentido na manhã seguinte à noite de amor.

“Ave Solitária” (Cris Aflalo e Zé Guilherme) tem o sotaque nordestino do baião. Essa canção brejeira canta a alma solitária que, como uma ave, busca um lugar para pousar. A romântica “Canção de Você” (Zé Guilherme) é um poema sobre a saudade e as ilusões do amor. “Teu Cheiro” (Cris Aflalo e Zé Guilherme) é também uma canção de amor, em ritmo de bossa nova, que fala sobre a espera pela pessoa amada.

A música “Alumia” (Zé Guilherme), que dá nome ao CD, remete à origem nordestina do autor. Concebida originalmente como coco com toques de carimbó, ela ganhou arranjo com destaque para o piano de Jonas Dantas. A faixa “Teus Passos” também fala de amor, de sedução, de conquista. O samba-choro “Franqueza” (Luis Felipe Gama e João P. de Souza) traz na letra um soneto escrito, em 1918, por João Pinto (avô das cantoras Ana Luiza e Juliana Amaral) e registrado em um livreto artesanal. “A Voz do Rio” (Marcelo Quintanilha) é uma homenagem a Oxum (orixá das águas doces, das cachoeiras; protetor da voz, do amor). “Escolhi esta música porque também sou filho de Oxum”, comenta o artista.

Com uma pegada mais pop, vem “Laço” (Marcelo Quintanilha e Zé Guilherme), outra canção romântica, cuja letra discorre sobre as possibilidades e impossibilidades do amor. “Clarão” (Péri) é uma homenagem a Oxalufan pela suprema criação (no candomblé ele é Deus, um Oxalá velho e sábio). “Com esta música agradeço por estar vivo, pela proteção nos momentos difíceis e por estar completando 20 anos de carreira artística”, confessa o cantor. “Paixão Elétrica” (Péri), como o próprio nome sugere, canta a paixão e as armadilhas do amor. Estava na seleção de músicas do segundo CD de Zé Guilherme, mas só agora a ideia de gravá-la se concretizou. E “Cesta Básica” (Cezinha Oliveira) é a faixa mais pop de Alumia. A letra fala de sentimentos, sensações da vida, da busca pela felicidade. “Esta composição faz uma síntese do que repertório do disco aborta. Tinha que estar nesse roteiro, para amarrá-lo”, finaliza Zé Guilherme.

 

 

 

 

 

 

Zé Guilherme
Sesc Belenzinho
Teatro
Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho
Tel.: (11) 2076-9700
Capacidade: 392 lugares.
Duração: 90 minutos
Sexta-feira, 29 de março, às 21h
Ingressos:
R$ 20,00 (inteira)
R$ 10,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante)
R$ 6,00 (credencial plena do Sesc – trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes)
Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos
Zé Guilherme
Cearense nascido em Juazeiro do Norte, Zé Guilherme cresceu ouvindo grandes nomes do cenário musical brasileiro como Orlando Silva, Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, entre outros, além de cantadores, repentistas, violeiros, banda cabaçal, maracatu, frevo e boi-bumbá, influências fundamentais para a realização do sonho de ser cantor. Em São Paulo, desde 1982, cantou no circuito de casas noturnas, participando de shows ao lado de amigos e parceiros musicais como Maurício Pereira, Cris Aflalo, Madan, Cezinha Oliveira, Marcelo Quintanilha, Péri e outros.

Em 1998, estreou o show Clandestino, no Espaço Anexo Domus, com direção musical de Swami Jr. e direção geral do ator Luiz Furlanetto. Mais tarde, apresentou o show Zé Guilherme e Convidados no Teatro Crowne Plaza com a participação especial de Carlos Careqa, Maurício Pereira, Vânia Abreu, Zé Terra e René de França. Cantou nos projetos Arte nas Ruas, Clima do Som no Parque da Aclimação e MPB nas Bibliotecas, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo; Quinta Mariana, do SESC Vila Mariana; e Quatro Vozes, do Centro Experimental de Música do Sesc Consolação.

Em 2000, Zé Guilherme lançou seu primeiro CD, Recipiente (Lua Discos) com produção musical e arranjos de Swami Jr., que foi apresentado no Teatro Crowne Plaza, Sesc’s Ipiranga, Vila Mariana e Pompeia (Prata da Casa), Supremo Musical, Centro Cultural São Paulo e outros. Em 2002, a interpretação de Zé Guilherme para Mosquito Elétrico, de Carlos Careqa, foi incluída na coletânea Brazil Lounge: New Electro-ambient Rhythms from Brazil, lançada pela gravadora portuguesa Música Alternativa. Em 2003 participou do CD homônimo do mineiro Cezinha Oliveira (faixa “Seca”).

Em 2004, estreou o show Canto Geral com canções de seu CD de estreia e músicas inéditas de Marcelo Quintanilha, Carlos Careqa, Péri, Alexandre Leão e outros. Em 2005, apresentou-se no projeto Música no Museu, do Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. Lançou, em 2006, o segundo CD, Tempo ao Tempo, com produção e arranjos de Serginho R., direção artística do próprio Zé Guilherme, que assina também a coprodução em parceria com Marcelo Quintanilha. Em 2007, cantou no CD ao vivo Com os Dentes – Poesias Musicadas, de Reynaldo Bessa. Em 2015, lançou o disco Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva, uma releitura da obra do cantor Orlando Silva em comemoração ao centenário de nascimento do Cantor das Multidões, que faria 100 anos em 2015. Atualmente, o artista trabalha no lançamento de Alumia, que mostra também seu lado autoral, na maioria das canções.

 

Foto: Alessandra Fratus 

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