A Queda no Sesc Pompeia

O que um homem pode fazer quando tudo que é seu está partindo? Com esta premissa, se desenvolve a narrativa de A Queda, que faz temporada de estreia no Espaço Cênico do Sesc Pompeia, até 5 de maio, quinta a sábado, às 21h30, domingo, às 18h30…

 

 

 

 

 

 

Fundado em 2007, o Teatro de Perto tem como principal objetivo montar espetáculos baseados essencialmente no trabalho de interpretação do ator lançando mão, principalmente, de textos novos criados especialmente para esse vasculho. Outra característica é a eliminação de grande parte da cenografia, priorizando assim o jogo entre o ator e o público. O nome Teatro de Perto foi escolhido porque olha e quer ver os olhos, os do público e os do próprio ator.

Depois dos espetáculos Café com Torradas, de Gero Camilo, que estreou em 2006, no Teatro Julia Bergman em SP, e Um Segundo e Meio, de Marcello Airoldi, que estreou em 2008, no Sesc Consolação, O Teatro de Perto apresenta seu novo projeto de criação com a montagem do espetáculo A Queda, texto também de Airoldi. Trata-se, portanto, do terceiro espetáculo do projeto “Trilogia Íntima” do Teatro de Perto, composto de pesquisa e criação de três solos reunindo temáticas que apontam aspectos muito íntimos do ser, tocando em segredos de espírito e simbologias que a partir do particular e individual, refletem no coletivo, no social. Nesta jornada vertical, digamos assim, a queda provoca o personagem e o público a refletirem sobre preconceitos e machismo, misturando esses temas com questões ancestrais, como a busca e questionamentos sobre religiosidade e Deus.

Autor também dos textos Um Segundo e Meio, A Casa do Gaspar ou Káspar Hauser, o órfão da Europa, e o infantil Mequetrefe Sorrateiro (Ganhador como Autor Revelação no Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem), Airoldi afirma que “A Queda é a trajetória de um homem simples que precisa se desfazer de tudo que não serve mais. No fundo ele está à procura de um novo ser, em busca de renovação. A peça lembra a importância da arte como ferramenta de reflexão e comunicação entre os homens. A arte torna possível ao homem se reelaborar e evoluir”.

Um homem está numa queda livre e convida a plateia a presenciar este acontecimento. Neste percurso sua única companhia, além do público, é um pássaro que tem a função de arrancar seus membros, vísceras e memória, à medida que se aprofunda na queda. Antes de perder tudo o que possui, ou tudo o que seu corpo e espírito carregam, o homem tenta elaborar os significados deste “milagre”, despedindo-se de tudo o que compõe a sua história. Seu corpo, sensações, sentimentos, religião, conceitos, começam a desaparecer.

Enquanto cai, este homem se aprofunda cada vez mais em si mesmo, num mergulho seminal que o faz rever desde os princípios que o capacitaram para a vida social, até suas origens míticas, numa espécie de reação em cadeia invertida, que caminha do expandido para o mais íntimo e sutil, lhe devolvendo o encanto de lembrar-se de si e de sua civilização.

O diretor Nelson Baskerville questiona: “É o homem que está caindo ou ele está parado vendo a queda da própria plateia? O importante é que nesse movimento intenso de queda, o homem assume as rédeas da sua vida e revê, ponto a ponto, todos os acontecimentos passados ou futuros.

Marcello Airoldi estará sozinho no palco. Um homem só. Num palco. Nos fazendo perceber que somos sós ao nascer e sós ao morrer, criando uma vertigem na plateia, que se verá obrigada a montar/editar o enorme quebra-cabeça que estará à sua frente. A vertigem do homem é de uma lucidez absurda. Teatro para levarmos para casa e refletirmos sobre vida-amor-e-morte,” afirma.

Ficha Técnica
Texto e atuação: Marcello Airoldi
Direção: Nelson Baskerville
Participação especial em OFF: Cida Moreira
Direção de Movimento: Cristiano Karnas
Desenho de luz: Aline Santini
Trilha Sonora: Enrico Airoldi/Marcello Airoldi/ Nelson Baskerville
Figurino: Marichilene Artisevskis
Cenotécnico: Antonio Theodoro Sasso Jr
Operação de Luz: Rodrigo Damas
Operação de Som: Val Oliveira
Fotos: Priscila Prade
Assessoria de imprensa: Morente Forte Comunicações
Direção de Produção: Carolina Parra
Realização: MAPA- Marcello Airoldi Produções Artísticas e Teatro de Perto

 

 

 

 

 

A Queda, com Marcelo Airoldi, direção de Nelson Baskerville
Sesc Pompeia
Espaço Cênico
Rua Clélia, 93 – Pompeia
Duração: 60 minutos aproximadamente
Temporada: Até 05 de maio
Quinta a sábado, às 21h30
Domingo, às 18h30
Ingressos: R$ 6,00 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e
dependentes)
R$ 10,00 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e
R$ 20,00 (inteira)
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 18 anos
Não temos estacionamento

 

Marcello Airoldi
Ator, autor, diretor e professor de teatro. Participou de diversas novelas e seriados, como Viver a Vida, A Vida da Gente, Geração Brasil, Salve Jorge, Malhação, Sol Nascente, Deus Salve o Rei, Psi, Vizinhos, entre outros. No cinema recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante no Los Angeles Brazilian Film Festival, pelo trabalho em Onde está a felicidade?. Trabalhou em filmes como Flores Raras, Amor em Sampa, S.O.S. mulheres ao mar, Do lado de fora, Pequeno Dicionário Amoroso 2, entre outros. No teatro recebeu o prêmio Arte Qualidade Brasil de melhor ator de comédia pela peça Intocáveis. Atuou em peças como Bodas de Sangue, Os Penetras, Pessoas Absurdas, Oui Clos – entre quatro paredes, Um segundo e meio, Não Vamos Pagar, entre outras. Recebeu prêmio de autor revelação no Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem pela peça Mequetrefe Sorrateiro.

 

Nelson Baskerville
Ator, diretor e autor teatral além de artista plástico. Diretor-criador da Antikatártika Teatral & Cia Mungunzá de Teatro, dirigiu em 2007 o grupo do Teatro Oficina na peça “Dublin Carol” (Cântico de Natal), de Conor McPherson, em Guimarães (Portugal) onde também fez sua primeira e única exposição. Em 2006 e 2007 esteve em cartaz como ator e adaptador no espetáculo Quando Nietzsche Chorou de Irving Yalon. Dirigiu os projetos da AntiKatártiKa, Camino Real de Tennessee Williams e 17 X Nelson – o Inferno de todos nós que esteve três anos em cartaz em diversos teatros da cidade. Em 2008, adaptou e dirigiu Por que a Criança cozinha na Polenta de Agaja Veteranyi, com a Cia Mungunzá de Teatro (40 prêmios em 12 festivais pelo Brasil incluindo melhor direção, adaptação, trilha sonora). Em 2010/11 cria e dirige Luiz Antonio- Gabriela – espetáculo autobiográfico com a Cia Mungunzá que recebe o prêmio Shell 2011 de melhor diretor. Nos últimos anos dirigiu inúmeros espetáculos, entre eles, As estrelas cadentes do meu céu são feitas de bombas do inimigo (2013), Eigengrau – no escuro (2017 – recebendo nova indicação ao prêmio Shell de direção), O rio (Sesc Anchieta – 2018), Os 3 mundos (Centro Cultural Fiesp – 2018). Na televisão atuou em Pedra sobre Pedra, Rei do gado, minissérie Maysa, Viver a Vida, Em família, entre outros projetos.

 

 

Foto: Priscila Prade

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