Celso Frateschi reestreia Diana

Rudifran Pompeu dirige a montagem, que abre as comemorações dos 20 anos de criação do Ágora Teatro com apresentações de sábado a segunda-feira…

 

 

 

 

 

Primeira peça produzida pelo Ágora Teatro em 1999 e que na época teve a direção de Roberto Lage, Diana volta ao palco do local com texto e atuação de Celso Frateschi e direção de Rudifran Pompeu. Montagem abre as comemorações de 20 anos do Ágora Teatro e reestreia dia 12 de outubro, sábado, às 21h.

Diana já foi encenada duas outras vezes, primeiro com Cassio Scapin e depois com Angelo Brandini. Essa nova versão tem o texto original bastante transformado, e mergulha ainda mais na personagem e na história buscando aperfeiçoar a dramaturgia e potencializar o espetáculo. A nova montagem procura criar signos que instiguem o espectador a se emocionar, a se divertir e a construir uma reflexão sobre o ser humano e suas relações com os outros e com o planeta.

A história acontece na cidade de São Paulo no final dos anos sessenta e conta a saga de um professor de línguas de um colégio da periferia descrente e cansado das palavras das pessoas e que prefere conversar com as coisas. Traído pela mulher, só dá crédito ao que dizem os inanimados. Sai de casa e se apaixona pela escultura Saindo do Banho, de Victor Brecheret, instalada no Largo do Arouche, a quem batiza de Diana. Confundido com um militante de esquerda, o professor é sequestrado por agentes da polícia paramilitar da ditadura. Diana se concentra nesse curto momento em que ele se encontra nesse cativeiro, um não lugar onde busca entender o seu desentendimento. Em oito cenas curtas o personagem revive suas crenças e suas paixões, seus sonhos e seus delírios.

Primeiro de uma intensa comemoração de duas décadas de criação do Ágora Teatro, um espaço que há muito vem marcando uma posição de referência na cena paulistana e também tem sido palco de encontros e debates acerca da condição humana, do destino e da vida, Diana tem cenário e figurino de Sylvia Moreira, iluminação de Wagner Freire, direção de movimento de Vivien Buckup e trilha sonora original de Demian Pinto.

Formular boas perguntas
Para Celso Frateschi, a arte e a estética só arriscam respostas para formular perguntas melhores. “Diana nos traz perguntas que nos remete à nossa vida e ao nosso mundo. Na ditadura, 453 foram identificados como mortos e desaparecidos. Atualmente no Rio de Janeiro são mortos cinco pobres por dia pelas forças policiais. O nosso cenário criado por Sylvia Moreira, presta uma homenagem a todos eles. O espetáculo nos remete ao homem contemporâneo e procura revelar nosso personagem de múltiplos ângulos. É o humano que nos interessa em primeiro lugar e exatamente por isso, não tem a pretensão de respostas, mas de formular boas perguntas. Essa é uma característica do Ágora Teatro: aprofundar o material artístico ao extremo para que se possa atingir dimensões desconhecidas”, explica o ator.

Já o diretor Rudifran Pompeu conta que a ideia de produzir o trabalho que marcou a abertura do Ágora quer demarcar a simbologia do nascimento de alternativas capazes de propor a reflexão. “Como diretor dessa ‘primeira’ aventura comemorativa saudável, mas de fundo denso e cortante em que balizam-se as desmedidas de uma personagem que desiste das pessoas e decide se relacionar com as coisas, é para mim um imenso caminho de possibilidades; de se permitir jogar com a cena e proporcionar no campo do debate a real disputa de um certo tipo de pensamento opressor que nesse instante toma a América Latina. Em tempos de rupturas democráticas e a possível legitimação de um estado que se ampara e se alimenta no discurso de ódio, Diana é como um reflexo que margeia a condição humana em toda a sua complexidade e a capacidade de refletir sobre a vida”.

Este projeto foi contemplado pela 9ª edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura.

Ficha Técnica
Texto e Interpretação – Celso Frateschi
Direção – Rudifran Pompeu
Cenário e Figurino – Sylvia Moreira
Trilha Sonora Original – Demian Pinto
Concepção de Luz – Wagner Freire
Direção de Movimento – Vivien Buckup
Cenotécnico – Emerson Fernandes
Fotografia – Edson Kumasaka
Produção – Danielle Cabral (Dcarte)
Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta
Idealização – Ágora Teatro
Agradecimentos – Gimawa.com.

 

 

 

 

Diana
Ágora Teatro
Rua Rui Barbosa, 664 – Bela Vista
Tel.: (11) 3284-0290 (informações a partir das 15h)
Duração: 60 minutos
Reestreia sábado, 12 de outubro, às 21h
Temporada: De 12 de outubro a 16 de dezembro
Sábado e segunda-feira, às 21h
Domingo, às 20h
Recomendado para maiores de 14 anos
Ingressos:
R$ 20,00
R$ 10,00 (meia-entrada)
Venda online: Sympla
Bilheteria: Abre duas horas antes do início do espetáculo
Estacionamento conveniado: Rua Rui Barbosa, 714 – Bela Vista (R$ 12,00 por três horas).

Sobre o Ágora Teatro
Fundado em 1999 em São Paulo, o Ágora, com sede própria no bairro do Bixiga, coordenado por Sylvia Moreira e Celso Frateschi, caracteriza-se não apenas pela produção e apresentação de montagens, mas também por organizar ciclos de debates, seminários, pesquisas, leituras e promover a publicação de obras que documentam esses encontros. Tendo como meta, nas palavras de seus idealizadores, o “teatro da menor grandeza”, o centro investe na encenação que privilegia o texto e o ator.

 

Foto: Edson Kumasaka

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