Festival Nem tão Distantes reúne músicos espalhados pelo mundo

Apresentações ocorrem nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro, com shows de Noel Andrade e Banda, com participação especial de Fábio Freire, Cristina Azuma & Paola Picherzky, Cida Moreira & Iuri Salvagnini, Blubell & Bruno Serroni, Cheny Wa Gune, Xixel Langa & André Rass, Daniel Zé & Virginie Boutaud e Victor Biglione Power Trio…

 

 

 

Aproximar os artistas, mesmo que virtualmente, para encontros musicais em tempos de pandemia, quebrando as barreiras geográficas impostas pelo distanciamento social. Em síntese, esta é a proposta do “Festival Nem Tão Distantes”, que reunirá um seleto grupo de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes vertentes, em encontros especiais transmitidos on-line, entre os dias 25 e 27 de fevereiro.

Serão sete shows ao longo dos três dias consecutivos, cada um com 40 minutos de duração, que poderão ser assistidos pelas páginas do festival no YouTube e Facebook. O projeto é uma das iniciativas contempladas com recursos da Lei Aldir Blanc (Nº 14.017), do Governo Federal e é realizado pela Charrua Produções Artísticas por meio do ProAC, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo.

Seleção Eclética – O line-up do festival internacional de música traz uma seleção eclética de gêneros e propostas musicais, tendo em comum a linguagem universal da música. Noel Andrade e Banda abrem a programação no dia 25 de fevereiro, quinta-feira, às 19h, com participação especial do percussionista brasileiro residente na Suíça, Fabio Freire. Na sequência, às 20h, as cordas dos violões da brasileira radicada na França Cristina Azuma e da argentina radicada em São Paulo Paola Picherzky, dão o tom dos shows.

No dia seguinte, 26/02 (sexta-feira), às 19h, a cantora e pianista Cida Moreira interpreta a obra de Tom Waits, tendo a companhia do multi-instrumentista e arranjador Iuri Salvagnini. Às 20h é a vez dos parceiros de longa data, a cantora Blubell e o violoncelista Bruno Serroni, mostrarem ao público as canções do recém-formado Duo Silêncio.

Abrindo o último dia de festival, dia 27/02 (sábado), os músicos moçambicanos Cheny Wa Gune e Xixel Langa fazem show acompanhados pelo percussionista brasileiro André Rass, às 16h. Às 17h, Daniel Zé, violonista brasileiro radicado em Tolouse (França) faz seu show ao lado da cantora franco-brasileira Virginie Boutaud, numa mescla de raízes brasileiras e experiência francesa. Por fim, às 18h, o virtuose das guitarras Victor Biglione encerra a programação do festival com o seu power trio.

Vale ressaltar que o violoncelista Bruno Serroni será o apresentador do Festival Nem Tão Distantes, anunciando os artistas antes de cada show.

“O Festival Nem tão Distantes é um projeto que desenvolvemos para atender os desejos desses artistas e possibilitar que músicos se encontrem virtualmente e façam o que melhor sabem fazer, e que cada vez mais se integrem, se reinventem e deixem suas contribuições no território sagrado das artes”, afirma a produtora cultural Marinéa Mochizuki, uma das curadoras do Festival.

Ela completa, ressaltando que “selecionamos os artistas que, além de suas qualidades, trazem para o público novos trabalhos, composições e arranjos, apontando novos rumos, promovendo e buscando novas experiências”.

 

 

 

 

Festival Nem Tão Distantes
Dias: 25, 26 e 27 de fevereiro
Transmissões pelo links:
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCTy9N-XtW6-n-7PLeE9lp4g
Facebook: https://www.facebook.com/festivalnemtaodistantes
Página no Instagram: https://www.instagram.com/festivalnemtaodistantes/
Realização: Charrua Produções Artísticas, com apoio da Lei Aldir Blanc do Governo Federal e do ProAC da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo

 

PROGRAMAÇÃO

Noel Andrade e Felipe Câmara – participação de Fabio Freire
Quinta-feira, 25 de fevereiro, às 19h

O violeiro Noel Andrade prepara show inédito para o Festival Nem Tão Distantes, com um repertório de canções que soam novas – sejam elas inéditas ou não. Além de perene, o processo é coletivo: Noel Andrade não chega sozinho para mostrar as canções. Com uma banda forte que projeta uma atmosfera surpreendente a partir da superposição de sons feitos com vozes e instrumentos, cama sobre a qual o violeiro (com vocal e direção musical de Felipe Câmara) mostra uma ancestralidade aliada ao Folkrock e o blues que apontam um momento muito especial em sua carreira, em uma busca alucinante que faz seu som cruzar o Atlântico para se juntar ao grande percussionista Fabio Freire, seu convidado especial para esse show.

Em um mar de escolhas que Noel Andrade fez para manter-se atento ao caminho, mesmo sem saber o destino em tempos de pandemia, recusando-se a ceder à inércia, criando, compondo e tocando, fala de afeto com leveza e abre caminho para o lançamento de seu terceiro álbum, “Mundano”, com participação de Zeca Baleiro, Mustache & Os Apaches e Folk na Kombi. Anteriormente lança com a lendária banda Blues Etílicos o CD “Canoeiros”, sobre a obra imortal de Tião Carreiro. Seu primeiro CD foi o premiado Charrua – Prêmio Catavento, Prêmio Rozzine e duas indicações para o Prêmio da Musica Brasileira (melhor disco e melhor cantor regional).

Fabio Freire aprendeu a tocar atabaque quando criança. Recebeu sua formação em harmonia e improvisação no Conservatório Brooklin Paulista, com Amilson Godoy e Roberto Sion. Trabalhou com músicos como Filó Machado, Decio Marques, Zé Gomes Yamandu Costa, Célio Barros, Banda Placa Luminosa e Ney Mato Grosso na abertura do primeiro Rock in Rio em 1985, Cesar Camargo Mariano, Renato Teixeira, Raul de Souza, João Bosco e Tom Zé. Posteriormente, mudou-se para a Suíça e com o grupo africano Farafina foi convidado para o Percussion World Meeting no Japão. Gravou CD’s com Heiri Känzig, Jean Paul Bourelly e Matthieu Michel.

Criou o projeto Limmazonas Duo Stiefel /Freire, produzido por Max Lässer, Stiefel. Em seu Quarteto Ignis, trouxe Marion Namestnik (violino), Susanna Andres (violino), Martin Hess (contrabaixo) e Ueli Angstmann (saxofone) a fim de encontrar abordagens intuitivas para a fusão da tradição afro-brasileira e formas europeias. Também fez a trilha com Thomas Rohrer do documentário “Saudade do Futuro” (2000), de Cesar Paes.

 

 

Cristina Azuma e Paola Picherzky
Quinta-feira, 25 de fevereiro, às 20h

Cristina Azuma, graduada em violão na USP (em 1986), é também doutora em musicologia pela Sorbonne, com tese sobre o repertório para violão na França e na Espanha no final do século XVII. Cristina se apresenta desde seus 16 anos de idade, como solista e em música de câmara, em diversos países das Américas, Europa e Ásia. Vive na Europa, principalmente na França, desde 1990.

Natural de Mendoza, Argentina, Paola Picherzky é doutoranda pela USP, estuda e divulga a obra do violonista paulista Armando Neves e integra o grupo Choronas desde a sua criação, em 1995. É mestre em música pela Universidade Estadual Paulista. Lançou em 2015 o CD “Armando Neves, outras composições”, apresentando no repertório gêneros distintos ao choro como prelúdios, maxixes, valsas e gavotas, compostos pelo autor e violonista.

 

Cida Moreira e Iuri Salvagnini
Sexta-feira, 26 de fevereiro, às 19h

Com uma carreira multifacetada que completou 43 anos em 2020, Cida Moreira desenvolveu um estilo único. Em seu extenso currículo estão treze discos, onze filmes, quatro minisséries de TV, três novelas, incontáveis direções musicais em teatro e quatro direções gerais. “O universo musical de Tom Waits foi aos poucos ganhando um espaço cada vez mais importante na minha vida de artista, e quero, com este espetáculo retratar um mundo particular, com muito lirismo e nostalgia, mas com uma visão e postura peculiares, que nunca descarta o bom humor, o afeto, o lirismo e uma nostalgia em doses maciças, dentro dessa extraordinária obra desse homem muito esquisito”, explica.

Iuri Salvagnini é pianista, acordeonista, violonista, compositor e arranjador. Desenvolve um projeto com cantigas tradicionais brasileiras e japonesas, interpretadas por convidados como Cida Moreira e Maria de Medeiros.

 

Blubell e Bruno Serroni
Sexta-feira, 26 de fevereiro, às 20h

Parceiros musicais de longa data, Blubell e Bruno Serroni compartilham o gosto pela composição e também por releituras de canções de outros compositores. Eles sempre pensaram em fazer arranjos minimalistas com voz e cello. E a chegada da pandemia fez ainda mais inevitável o nascimento do Duo Silêncio. Não só pela conveniência de ser um show facilmente adaptável às necessidades do distanciamento social, mas por ser um estilo calmante e acolhedor.

Blubell é cantora, compositora e um dos nomes mais relevantes da música contemporânea brasileira. Começou sua carreira solo em 2006 com o disco “Slow Motion Ballet”. Já com “Eu Sou do Tempo em que A Gente Se Telefonava” (2011), entrou definitivamente para o hall de artistas independentes da sua geração. Em seu quinto disco, “Confissões de Camarim”, conservou sua veia de cabaré bem humorado com um aproach mais moderno.

Bruno Serroni começou na música ainda criança, ao piano. Como violoncelista, no início dos estudos, entre 2003 e 2008, tocou em diversas orquestras juvenis, assim como na Filarmônica de São Caetano e na Orquestra de Câmara da USP, mas se firmou como instrumentista popular, muito presente em palcos e estúdios. Já tocou em inúmeros shows e festivais no Brasil e no exterior e gravou, direta ou indiretamente, com Ney Matogrosso, Chico César, Paulo Miklos, Thiago Pethit, Blubell, Léo Cavalcanti, Helio Flanders (Vanguart), Marcelo Jeneci. Atualmente acompanha ao cello a cantora Mariana Rios em seu trio acústico. Em 2014 lançou seu disco autoral “Dentre Nós”, nas plataformas digitais e também em Vinil.

 

Cheny Wa Gune, Xixel Langa e André Rass
Sábado, 27 de fevereiro, às 16h

O moçambicano Cheny Wa Gune, professor, compositor, multi-instrumentista e produtor musical, apresenta-se em diversos festivais pelo mundo, tocando timbila e com a cantora Xixel Langa também moçambicana.

Cheny Wa Gune compõe músicas tradicionais e contemporâneas e explora a simbiose entre instrumentos convencionais e tradicionais moçambicanos. Em 1997 fundou a Orquestra Timbila Muzimba, que realizou turnês na Europa, Ásia, e África. Compõe trilhas sonoras para cinema, teatro e peças publicitárias, além de colaborar com universidades como palestrante.

Xixa Langa iniciou sua carreira aos 15 anos como cantora, compositora e bailarina e possui 23 anos de trajetória. Em 2006 radicou-se na África do Sul, onde fez parte de umas das melhores bandas sul-africanas: Tucan Tucan. Pelo seu talento múltiplo, interpreta vários estilos musicais, tendo inclusive colaborado com a banda TP 50, de música brasileira e internacional.

André Rass nasceu em Dom Pedrito (RS) e vive, atualmente, em São Paulo. É um estudioso dos sons. Mistura o tradicional com o contemporâneo, o sofisticado com o simples. Em sua arte se vê, se escuta, se sente o sabor da melodia em sons percutidos. Reúne a sofisticada técnica com as peculiaridades de instrumentos étnicos e outras criações inusitadas no campo da experimentação musical. Acompanhou artistas nacionais e internacionais como Lucina e Zelia Ducan, João Donato, Flora Purim, Airto Moreira, Allyson Lipkin, Max Possion, Totó la Momposina, Rodrigo Qwasi, Dona Inah, Rolando Boldrin, Dominguinhos, André Abujamra, Oswaldinho do Acordeon, cantor Peninha, Mariene de Castro, tenor Jean Willian, Quarteto Bachiana com Maestro João Carlos Martins, Tetê Espindola, Alzira E, Na Ozzetti, Ivan Vilela, Levi Ramiro, Ricardo Viguinini, Claudio Lacerda, Socorro Lira, entre outros e outras. Realiza vários trabalhos tanto no palco quanto em estúdio. Entre os grupos que integra está a banda Matuto Moderno.

 

Daniel Zé e Virginie Boutaud
Sábado, 27 de fevereiro, às 17h

Brasileiro radicado na França, Daniel Zé estudou na Universidade Tom Jobim, nos anos 2000, onde aprofundou seu contato com a música brasileira e com o jazz. Em 2013 gravou seu primeiro disco, “Memórias Meio Inventadas” e, em 2017, por meio de crowdfunding, lançou “Calma Karma Mais”, com uma mistura de estilos como MPB, funk, indie, rock dos anos 60 e 70. Em 2020 lançou seu terceiro álbum, “Não é romântico ser esquisito”.

Virginie Boutaud, cantora franco-brasileira, foi uma das musas dos anos 80. Era vocalista da banda Metrô, que emplacou vários sucessos como “Beat Acelerado”, “Tudo Pode Mudar” e “Johnny Love” clássicos da época. Como atriz, atuou na novela “Os Imigrantes” (TV Bandeirantes) e nos filmes “Areias Escaldantes”, “Rock Estrela” e “Carlota Joaquina”.

 

Victor Biglione Power Trio
Sábado, 27 de fevereiro, às 18h

Arranjador, compositor e virtuose das seis cordas, Victor Biglione é um dos músicos com o maior número de participações em gravações e shows, na MPB. Seu curriculum internacional é invejável, com

dois Grammys, dois CDs com o guitarrista do The Police, Andy Summers, além da participação em álbuns de Stanley Jordan, Lee Konitz (Miles Davis), John Patittucci, Sergio Mendes, Steve Hackett (Genesis) e John Hiseman (Colosseum), além de Gal Costa, Cassia Eller, A Cor do Som, O Som Imaginário, Milton Nascimento, e toda a nata MPB.

Jorge Pescara é natural de Santo André e diretor musical, contrabaixista, touchguitarrista, pesquisador e professor, além de autor de diversos livros técnicos e uma vídeo-aula sobre baixo elétrico. Participou de gravações e shows com Ithamara Koorax, Dom Um Romão, Paulo Moura, Eumir Deodato, Celso Fonseca, Arthur Maia, Zé Roberto Betrami, Zé Ramalho, Ney Matogrosso, ZERø, além de muitos outros. Atualmente lidera o Pescara – KnightProg Trio e o Duo acústico Laranja Boreal.

Com 25 anos de carreira, o baterista e percussionista Fábio Cezanne participou de diversas formações musicais, seja integrando grupos autorais, seja como percussionista e baterista de grupos de baile. Já se apresentou em palcos importantes do estado do Rio de Janeiro, como Circo Voador, Sala Baden Powell, Teatro Rival, Sala Cecília Meireles, Teatro João Caetano, dentre outros.

 

 

Foto André Rass: Roberto Aso

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