Montagem poética de Antunes Filho, Foi Carmen, é a nova coleção digital do CPT_SESC

A Mostra traz a íntegra da gravação do espetáculo e o cartaz da obra-prima Admirando La Argentina, de Kazuo Ohno, que inspirou a peça…

 

 

 

 

O CPT_SESC disponibiliza, a partir do dia 02 de agosto, coleção digital sobre a peça Foi Carmen, montagem dirigida por Antunes Filho em homenagem ao artista Kazuo Ohno, dançarino japonês e um dos precursores do Butô.

O espetáculo foi elaborado e concebido em apenas vinte e cinco dias, pelo diretor, que pretendia levá-lo à cidade de Yakohama, no Japão, e presentear o amigo artista nas comemorações de seu centenário.

Antunes Filho conheceu Kazuo Ohno no Festival de Nancy, na França, e ficou impressionado ao vê-lo interpretar sua obra-prima, Admirando La Argentina, em memória à dançarina de flamenco Antonia Mercé – conhecida como “La Argentina” e por ter ajudado a estabelecer a dança espanhola como arte teatral, com a qual se encantou na juventude.

Antunes, encontrou na imagem da atriz e cantora Carmen Miranda uma ligação com a dançarina argentina, dando início ao processo de construção da sua peça híbrida de dança-teatro, que fugia à estética utilizada em suas obras.

Foi Carmen não se trata de um espetáculo sobre a biografia da artista luso-brasileira, mas sobre o imaginário popular que ela representava, com canções, gestos, seus turbantes ornados com flores e frutas, colares, balangandãs, plataformas, juntamente com a referência ao butô para refletir sobre o tempo oriental, o espaço, além dos arquétipos, mitos e a maneira de viver nas culturas orientais e ocidentais.

Um espetáculo sem texto; apenas um trecho falado em “fonemol”, língua criada por Antunes, e um enredo sucinto, encenado por meio de fragmentos que começa com a menina contando passos, que sonha com os microfones das rádios e em ser Carmen Miranda; um malandro que percorre as ruas do Rio de Janeiro e tem a visão fantasmagórica da que “Foi Carmen”, interpretada por Emilie Sugai, dançando sempre de costas e com o rosto coberto, “porque ela foi, não é mais”, diz Antunes.

Foi Carmen estreou em 2005, no Festival de Teatro de Curitiba, depois foi encenada no Rio de Janeiro e finalmente no Japão. Somente após 3 anos iniciou temporada em São Paulo.

 

Oitava Coleção na plataforma Sesc Digital

Foi Carmen (2005) é a oitava peça a integrar as Coleções e Acervos Históricos disponíveis na plataforma digital do Sesc, juntando-se a Gilgamesh (1995), Antígona (2005), Medeia (2001) e Medeia 2 (2002), Fragmentos Troianos (1999), Xica da Silva (1988), A hora e vez de Augusto Matraga (1986) e A Pedra do Reino (2006), que permanecem on-line para serem visitadas a qualquer instante.

A coleção conta com a íntegra do espetáculo e o cartaz da obra-prima Admirando La Argentina, de Kazuo Ohno, além de trajes, adereços de cabeça, sapatos, objetos cênicos, materiais gráficos, como programas e convite da peça e outros itens que recontam a história do espetáculo.

 

Sobre as Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC    

As Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC trazem ao público seleções dos figurinos e outros itens de peças encenadas pelo CPT. Um minucioso trabalho de pesquisa possibilitou a recomposição e restauro de 150 trajes cênicos compostos por 470 itens, de 13 espetáculos: A hora e vez de Augusto Matraga, Antígona, Foi Carmen, Fragmentos Troianos, Gilgamesh, Medeia, Medeia 2, Nossa Cidade, Toda Nudez Será Castigada, Trono de Sangue, A Pedra do Reino, Vereda da Salvação e Xica da Silva. Em seguida, os figurinos foram registrados pelo fotógrafo Bob Sousa, fotos que são hoje o fio condutor das Coleções.

 

Sobre o Sesc Memórias 

Implantado e coordenado pela Gerência de Estudos e Desenvolvimento do Sesc São Paulo, o Sesc Memórias é um programa que desde 2006 atua na coleta, higienização, organização, guarda e disponibilização da documentação produzida pela instituição, com o propósito de preservar e difundir suas memórias. Integram seu acervo os registros produzidos desde a criação do Sesc, em 1946. São diversos gêneros, suportes e formatos de documentos que assinalam a ação finalística da instituição e seus processos de trabalho, como materiais de divulgação, fotografias, , ações programáticas, relatórios, entre outros. Seu acervo contribui para a reflexão acerca do trabalho desenvolvido pela instituição, bem como para a promoção de pesquisas e de produção de conhecimentos, na medida em que é acessível ao público interno e externo, reforçando a memória como um valor a ser cultivado.

 

 

 

 

Foi Carmen
Coleções e Acervos Históricos do CPT_SESC
Figurinos, objetos de cena e materiais gráficos em coleção digital que apresenta o acervo do espetáculo Foi Carmen, montado em 2005 pelo CPT, com direção de Antunes Filho.
[disponível, a partir de 02 de agosto, na plataforma Sesc Digital]

 

Sobre o CPT_SESC    

O Centro de Pesquisa Teatral foi criado em 1982 como laboratório permanente de criações teatrais, formação de atrizes, atores, dramaturgas e dramaturgos. Ao longo das décadas, ganhou reconhecimento da crítica e de seus pares no Brasil e em outras partes do mundo como referência no fazer teatral. Foi coordenado por Antunes Filho por 37 anos, período no qual formou mais de mil profissionais das artes cênicas e apresentou 46 espetáculos. Em 2020, passado um ano da morte do diretor, o CPT expandiu suas ações em busca do constante desenvolvimento que o teatro contemporâneo exige, mantendo o diálogo com o seu legado.

A programação, disposta em cinco eixos temáticos – Formação de Atores; Criação e Experimentação; Dramaturgia; Cenografia; e Memória, Acervo e Pesquisa – apresenta ciclos de debates, mostras digitais, cursos, podcasts, oficinas, entre outras atividades, com artistas e técnicos de diversas formações e instâncias da produção teatral, a fim de buscar a realização de um trabalho interdisciplinar a que sempre se propôs o CPT_SESC.

Confira a programação completa em bit.ly/CPTSESC_Agenda e nas redes sociais:
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Foto Figurino e adereços do espetáculo Foi Carmen: Bob Sousa 

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