Mia Couto inspira grupo ÁTona em Teias

Inspirado no conto “A Infinita Fiadeira”, de Mia Couto, a peça tem direção de Ana Noronha e discute mudanças, questionamentos e descobertas para o público pré-adolecente; a trilha sonora é original, composta por Daniel Scandurra…

 

 

 

Em “A infinita Fiadeira” Mia Couto traz a história de uma aranha que produz teias, milhares delas, mas não lhes dá utilidade – quando indagada pela mãe, ela responde que faz as teias por arte e não por instinto. Inspirado no conto do escritor moçambicano e partindo da premissa de criar relações sem necessariamente atribuir significados e propósitos, o grupo ÁTona estreia temporada virtual de Teias. A temporada acontece aos sábados e domingos (2, 3, 9, 10 e 16 de outubro de 2021), em suas sessões: às 11h e 15h. Os ingressos são gratuitos e devem ser reservados pelo link Sympla . Estão previstas também duas oficinas no dia 17 de outubro – “Encontro com a pré-adolescência pelo olhar somático” e “A literatura como estímulo sensível para criações teatrais” – as informações de inscrição e participação estarão disponíveis nas redes do grupo ÁTona (@grupoatona).

Voltada ao público pré-adolecente (dos 9 aos 13 anos), Teias traz questionamentos típicos dessa idade (como “quem eu sou?” ou “o que se espera que eu seja?”), por meio de esquetes cênicas inspiradas no conto de Mia Couto. As três artistas criadoras em cena – Aya Matsusaki, Michelle Cavalcanti e Susanna Oliveira – se revezam nos papéis de seres humanas e aranhas, ora uma desempenha um papel de aranha, de pré-adolecente, ou de mãe, e assim por diante.

O espetáculo mistura cenas gravadas anteriormente, com intervenções ao vivo (virtualmente) das atrizes. O formato da peça é justamente pensando nesse público, com cenas curtas, de um minuto mais ou menos, em cenários coloridos que representam os quartos típicos dos pré-adolescentes – que trazem tanto as preferências típicas como fotos dos artistas preferidos ou brinquedos que ainda não foram totalmente abandonados. A iluminação é de Cristina Souto e a cenografia é de Débora Oelsner.

Para ampliar as sensações provocadas pela peça, serão disponibilizados aos interessados 50 kits que trazem objetos explorados na peça – como uma bala mencionada por certo personagem, o sabonete que tem um determinado aroma, a brincadeira de barbante ‘cama-de- gato’… O kit é gratuito, e o interessado deve apenas pagar pelo frete.

Teias é uma peça audiovisual, que ao mesmo tempo em que narra a trajetória de uma aranha que não se encaixa no mundo dos bichos e nem no mundo dos humanos, traz cenas que representam jovens e suas indagações. Assim, o paralelo criado pelo grupo é a transição entre infância e juventude que é repleta de incertezas, medos e transformações. A criação multimídia ficou a cargo de Bruno Peixoto.

Observando o movimento
Como aconteceu nos outros espetáculos do grupo, o trabalho parte do estudo do corpo e dos movimentos. O foco em Teias é a pesquisa do movimento e as fáscias, que é um sistema corporal com aparência semelhante a uma teia de aranha. Dessa forma, a peça é criada em três pilares: o que é científico, o que é poético e o que é relato.

A trilha sonora é original, composta por Daniel Scandurra.

O projeto é contemplado pelo Edital PROAC 05/2020 Produção e Temporada de Espetáculos Inéditos para o Público Infanto-Juvenil no estado de São Paulo.

Ana Noronha é Mestre em Comunicação e Semiótica. PUC/SP. Bailarina, coreógrafa e diretora. Bacharel em Comunicação e Artes do Corpo PUC/SP. Diretora do Grupo ÀTona. Trabalha com Cristiane Paoli Quito desde 2009. Dançou com Diogo Granato na Cia Silenciosas. Foi a primeira integrante da Cia. Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira.

 

Grupo ÀTona

Desde 2018, o grupo ÀTona pesquisa a relação do gesto e do movimento com as narrativas teatrais, tendo a abordagem somática como guia. Literatura, poesia e histórias reais formam um campo de pesquisa potente por onde o grupo se nutre, servindo como estímulos para a elaboração das cenas.

Ao longo do ano de 2019, o grupo iniciou um estudo sobre as relações entre mães e filhos, e a partir disso surgiu o espetáculo Ter Ser Mãe. A peça estava programada para estrear em abril de 2020, porém um mês antes, entramos em isolamento social por conta da pandemia de COVID-19. Como decorrência deste processo, o grupo passou a investigar duas questões: estas relações num contexto de isolamento social e a criação de vídeos-poesia preenchidos de imagem-sensação através de relatos coletados virtualmente (assim como a peça). Esses vídeos foram disponibilizados semanalmente no Instagram do grupo ao longo do primeiro semestre de 2020 e compuseram uma série nomeada Ter Ser Mãe (na quarentena).

No segundo semestre de 2020, o grupo foi c ntemplado com o PROAC 05/2020 para produção de espetáculos inéditos infanto-juvenis e desde então se dedica à produção do projeto TEIAS, uma peça-audiovisual, que narra a trajetória de uma aranha que não se encaixa no mundo dos bichos e nem no mundo dos humanos, o paralelo criado pelo grupo é a transição entre infância e juventude que é repleta de dúvidas, medos e transformações.

Ficha Técnica
Direção: Ana Noronha
Artistas criadoras: Aya Matsusaki | Michelle Cavalcanti | Susanna Oliveira
Criação multimídia: Bruno Peixoto
Iluminação: Cristina Souto
Trilha Sonora: Daniel Scandurra
Cenografia: Débora Oelsner
Figurino: Paula Yuki
Assessoria: Canal Aberto
Produção Executiva: Corpo Rastreado – Graci Diniz e Grupo ÀTona

 

 

 

 

 

Teias, com Grupo ÀTona
Online e Gratuito
De 2 a 17 de outubro
Sábados: 02, 09 e 16 de outubro
Domingos: 03 e 10 de outubro

Sempre às 11h e 15h
Reserva de Ingresso: https://www.sympla.com.br/produtor/corporastreado

Para seguir o grupo no Instagram: @grupoatona
Canal do YouTube AQUI

 

 

Cena de Teias, na foto a atriz Susanna Oliveira Foto de Aya Matsusaki

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