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Ricardo Vignini lança o álbum Raiz

Raiz é o álbum mais recente álbum do violeiro Ricardo Vignini, dedicado inteiramente aos ritmos tradicionais caipiras como cururus, cateretês, chamamés e pagodes de viola…

 

 

 

 

 

A inspiração veio dos CDs de solos de viola do Índio Cachoeira que Vignini produziu, e dos álbuns do Gedeão da Viola, Zé do Rancho, Bambico, Helena Meireles e claro, dos solos instrumentais do Tião Carreiro.

Participam do álbum Raiz; Antônio Porto no baixo e violões, Rafael Schmidt e Ney Couteiro também no violão e Fábio Tagliaferri na viola de arco.

Algumas músicas de sua autoria que se alinham com esse conceito foram re-gravadas como Dr Cateretê, De Butuca e Moedão (parceria com Juca Filho)

Das gravações de outros autores são “Batuque no Ranchão” (Zé Mulato e Tião do Carro), “Últimos Adeus” (Zé Fortuna e Fernandez) essa é uma lembrança das rodas de viola na casa do Seo Oliveira (Os Favoritos da Catira), canção que geralmente era cantada pelo Carreiro que partiu em 2020, outra música que remete a essa memória é “Paixão de Carreiro” do Olivaldo ou “Cruz” como era chamado o ex-parceiro do Seo Oliveira.

Uma Seleção de Solos do Índio Cachoeira, mestre de viola que Vignini produziu 5 álbuns, 1 DVD e realizaram juntos centenas de apresentações pelo Brasil e Europa, “Desse Mato Sai Coelho” do seu parceiro do Matuto Moderno, Marcelo “Jesus “ Berzotti, música lançada originalmente pela a banda em 2002 ganhou uma versão instrumental, “Tinha Carreiro”, um autêntico pagode de viola composta pelo guitarrista goiano Olemir Candido. As inéditas escritas durante a pandemia são “Virei Jacaré”, “Rastapé”, “Estrada Velha” e “Chá de Gengibre”, essa em parceria com Rafael Schimidt.

O lançamento do álbum Raiz será lançado dia 29 de outubro em todas as plataformas de streaming, CD físico e também um ebook com as transcrições das partituras e tablaturas escrito pelo violeiro Domingos Salvi, com distribuição pelo selo Folguedo de Vignini junto com a Tratore, o ebook e CD físico também podem ser adquiridos pelo site www.ricardovignini.com.br

O projeto foi contemplado pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e do Ministério do Turismo, Governo Federal.

 

CD Raiz

 

 

 

 

 

 

 

 

Tinha Carreiro / Olemir Candido
Chá de Gengibre / Ricardo Vignini e Rafael Schimidt
Último Adeus /José Fortuna e Carreirinho
De Butuca / R. Vignini
Batuque no Ranchão / Zé Mulato e Tião do Carro
Virei Jacaré / R. Vignini
Seleção Índio Cachoeira (Violinha Fandangueira, Artista Caboclo e Ecologia Brasileira) / Índio Cachoeira e Cuitelinho
Estrada Velha / R. Vignini
Paixão de Carreiro / Olivaldo
Rastarapé / R. Vignini
Dr Cateretê / R. Vignini
Moedão / R. Vignini e Juca Filho
Desse Mato sai Coelho / Marcelo Berzotti

 

Vídeo da música “Chá de Gengibre”(Ricardo Vignini e Rafael Schimidt)

 

Ricardo Vignini por Juca Filho

Ricardo Vignini é um violeiro diferenciado. Da raiz à antena o cara vai em todas. De Tião Carreiro a Jimi Hendrix nada escapa a esse endiabrado operário das dez cordas. Sempre em busca da originalidade através de variadas abordagens e performances, Vignini leva a viola brasileira para passear pelo mundo, testando os limites e possibilidades do instrumento de um jeito que vai além do usual. É um violeiro que não se encontra muito facilmente por aí, mesmo numa cena como a atual, cheia de bons especialistas.

Proativo e inquieto, seus trabalhos são inúmeros e sempre originais. Entre várias empreitadas musicais de variadas matizes, Vignini manteve um duo acústico “de raiz” com o grande e saudoso mestre violeiro Índio Cachoeira, a quem produziu e com quem tocou pelo mundo afora, além de ministrar, por muitos anos, um curso de viola muito prestigiado, em SP. Também mantém com o violeiro mineiro Zé Helder, outro duo bastante original, o “Moda de Rock”, que traduz para viola o repertório de grandes ícones do rock como Hendrix, Led Zeppellin, Stones, Black Sabbath, Iron Maiden, Pink Floyd, Ramones, AC DC, e com quem já dividiu o palco com grandes guitar heroes brasileiros como Pepeu Gomes e Robertinho do Recife, entre outros. (Sem esquecer de vez em quando, mandar um pout-pourri de Tião Carreiro, “pro pessoal saber que, antes de tocar aquilo tem que saber tocar isso”).

Como se não fosse pouco, Vignini ainda coloca, há muitos anos, suas dez cordas canhotas a serviço do “Matuto Moderno”, banda que veste vários gêneros “matutos” como a catira e a folia de reis, com arranjos de alto impacto, chegados ao pop, inclusive com o uso da viola eletrificada e outros babados. Aliás, é com a viola elétrica, ou “viola-guitarra” (nome que, para muitos do meio, já seria, por si só, um sacrilégio), que Vignini performa, no formato “power trio”, o ótimo “Sessões Elétricas Para Um Novo Tempo”, um dos três CDs que ele produziu na pandemia, até agora. Os outros foram “Cubo” e “Reviola”, onde eu tenho a alegria de ter uma parceria com ele, a música “Moedão”, que não é a primeira porque, além disso tudo, Ricardo Vignini ainda compôs a música original e dividiu comigo a direção musical do curta-metragem “Toca Pra Diabo”, de 2013, escrito por mim e dirigido por João Velho. No meio disso tudo ainda grava com bastante gente, incluindo Lenine. E a coisa não para por aí, a discografia completa do sujeito ainda conta com vários trabalhos, seja com o Moda, o Matuto ou solos, como “Na Zoada do Arame”, “Rebento” e “Viola de Lata”. Para concluir vale dizer que, apesar de ser um estilista dedicado a evoluir um único instrumento, Ricardo Vignini é, na verdade, um artista múltiplo porque nas suas mãos a viola tem sete vidas. E vale por sete instrumentos.

Juca Filho, Set21

Foto: Rita Perran

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