Aquela Cia. estreia temporada de Chega de Saudade!

Novo trabalho do grupo carioca traz personagens reais como João Gilberto, Roberto Menescal, Sylvia Telles, Nara Leão e Carlos Lyra em versões encenadas por atrizes e atores negros. A temporada ainda oferece bate-papo e oficina gratuita sobre o processo criativo do grupo…

 

 

 

 

O elenco com Flávio Bauraqui, Vilma Melo, Andrea Bak, Hugo Germano, Matheus Macena, Muato e Ona Silva retoma (ficcionalmente) personagens, biografias e memórias da Bossa Nova, na emergência de um Rio de Janeiro das décadas de 1950 e 1960.

Depois de estrear na Ocupação Mirada 2021, realizada pelo Sesc SP, Chega de Saudade!, d’Aquela Cia, tem temporada virtual no canal de YouTube do grupo no período de 1º a 13 de dezembro de 2021, às quartas, quintas e sextas-feiras, às 21h; sábado e domingos, com duas sessões (às 18h e às 21h); no dia 13 a transmissão acontece às 21h. A direção é de Marco André Nunes e o texto de Pedro Kosovski.

Nos dias 04, 05, 11 e 12 de dezembro, após a sessão das 21h, haverá um bate-papo do diretor e convidados. E nos dias 13 e 14 de dezembro, a partir das 18h, o grupo faz a oficina “Processos Criativos d’Aquela Cia – Chega de Saudade!”. Os encontros acontecem via zoom e para inscrição é necessário enviar e-mail para jack@corporastreado.com com o assunto “oficina – chega de saudade!”. Os participantes poderão compartilhar com o grupo questões relacionadas à memória e à fabulação como vetores dos processos criativos.

A estreia e temporada do espetáculo tem a apresentação do Ministério do Turismo e patrocínio da Eletrobras Furnas.

 

Chega de saudade!
Neste novo trabalho, o grupo retoma (ficcionalmente) personagens, biografias e memórias da Bossa Nova, na emergência de um Rio de Janeiro do “amor, do sorriso e da flor”, dos anos 1950 e 1960, em uma versão somente com atrizes e atores negros – no elenco estão Flávio Bauraqui, Vilma Melo, Andrea Bak, Hugo Germano, Matheus Macena, Muato e Ona Silva.

A trama foi criada colaborativamente pelos atores ao longo da pandemia, com texto de Pedro Kosovski. As canções-ícone do movimento conduzem a narrativa compondo um fluxo emocional que evoca e, ao mesmo tempo, atualiza o movimento musical, fazendo um paralelo entre o Rio de Janeiro cantado naquelas canções idílicas e como de fato é a cidade, na visão de um grupo de artistas de outro perfil, aspirações e inspirações.

Depois de onze peças encenadas, ”Chega de Saudade!” é a primeira incursão da Aquela Cia na realização audiovisual e é também a obra que celebra os quinze anos de atividades artísticas ininterruptas do grupo.

Sinopse
Chega de Saudade!” é uma retomada ficcional de personagens, biografias e memórias da Bossa Nova, na emergência de um Rio de Janeiro do “amor, do sorriso e da flor”, no final dos anos 50, início dos anos 60, em uma versão dissonante performada agora por atrizes e atores negros que criaram, colaborativamente, ao longo do ano pandêmico de 2020/21, esta obra. As canções-ícone do movimento conduzem a narrativa compondo um fluxo emocional que evoca e atualiza afetos “bossa-nova”. O uso da fotografia e de materiais de arquivo apontam também para a construção de uma sensibilidade cultural e estética de uma nação inventiva e cordial, hoje, um tanto quanto marcada por violências e traumas políticos, raciais e sociais. Esta peça-filme é dividida em três partes, “Sorriso” “Flor” e “Amor”. Na primeira parte, uma reconstituição do célebre sarau no apartamento de uma jovem Nara Leão. Na segunda parte, em um teatro, artistas tentam realizar um documentário que busca ser uma canção de amor um tanto quanto amarga para ser ouvida hoje. E na parte final, em uma roda de conversa, artistas discutem a realização dessa obra em meio à pandemia.

 

Remontando a bossa nova
O movimento criado nos anos 1950 por jovens brancos e de boas condições financeiras – que falavam de temas banais como o amor e tinham como cenário as praias do Rio de Janeiro – trouxe inovação à música brasileira e criou novas formas de batidas de violão e de harmonia. Na versão d’Aquela Cia, personagens reais como João Gilberto, Roberto Menescal, Sylvia Telles, Nara Leão e Carlos Lyra ganham versões encenadas por atores negros. Ao mesmo tempo que, do seu modo, o coletivo presta uma homenagem à Bossa Nova já em seu título, o ponto de exclamação anuncia para onde caminha o espetáculo.

A peça-filme é dividida em três, com nomes que se referem a “o amor, o sorriso e a flor” – segundo álbum de João Gilberto (lançado em 1960) e cujo verso está também na canção “Meditação”. O espetáculo começa com a recriação ficcional de um sarau no apartamento da jovem Nara Leão, nas criações de canções como “Desafinado” (de João Gilberto), “O Barquinho” (de Roberto Menescal) e “Garota de Ipanema” (de Tom Jobim).

Na segunda parte de Chega de Saudade! esses jovens saem dos apartamentos onde os encontros aconteciam para um teatro (vazio), na busca pela produção de um documentário sobre o período, com os os artistas se questionando como aqueles jovens dos anos 1950 veriam este futuro, tão distante do sonho de Brasil que eles cantaram.

Na terceira, finalizados os trabalhos de captação, o elenco fala sobre suas próprias experiências na criação do espetáculo e suas relações com o tema e o momento.

Além das encenações, Chega de Saudade! faz uso de materiais de arquivo como fotografias e matérias de jornais que mostram a construção da cena cultural e estética daquela nação, hoje um tanto distante devido aos traumas políticos, raciais e sociais.

Ficha Técnica
Direção: Marco André Nunes
Texto: Pedro Kosovski
Atores: Andrea Bak, Flávio Bauraqui, Hugo Germano, Matheus Macena, Muato, Ona Silva e Vilma Melo
Direção de fotografia: Guilherme Tostes
Direção musical: Felipe Storino
Edição: Acácia Lima
Produção executiva: Cuca Dias e Júlia Andrade
Produção: Corpo Rastreado
Realização: Aquela Cia. de Teatro

Patrocínio Eletrobrás Furnas

 

 

 

 

 

 

Chega de Saudade!
Estreia no canal do YouTube Sesc SP
Duração: 65 minutos
Classificação indicativa: Livre
Acessível em audiodescrição e libras
Domingo, 28 de novembro de 2021, às 19h

Estreia e temporada no YouTube d’Aquela Companhia
De 1º a 12 de dezembro de 2021
Quartas a sextas às 21h;
Sábado e domingos: duas sessões – às 18h e às 21h
Dia 13 de dezembro de 2021 às 21h

 

Bate-papo

Nos dias 04, 05, 11 e 12 de dezembro, após a exibição das 21h, haverá um bate-papo com o diretor, dramaturgo e convidado.

 

Oficina

Processos Criativos d’Aquela Cia – Chega de Saudade!
Na trajetória de 16 anos da companhia, foram criadas obras em que questões relacionadas à memória e à fabulação se tornaram os vetores dos processos criativos. E é assim com “Chega de Saudade!” que, além de dar continuidade a esses pontos e propor uma releitura crítica da história, paisagens e personagens da Bossa Nova, inaugura também uma criação híbrida, realizada em meio à pandemia, no qual as formas e as linguagens transitam entre as artes das cena, o cinema e a música.

13 e 14 de dezembro das 18h às 22h.
Via zoom | Toda a oficina será acessível para o público surdo com tradução em libras.
Inscrições: necessário enviar e-mail para jack@corporastreado.com com o assunto “Oficina – Chega de Saudade!”

“Processos Criativos Aquela Cia. – Chega de Saudade!”, nos dias 13 e 14/12 de 18h às 22h, no qual compartilharemos conceitos e estratégias de criação da peça-filme “Chega de Saudade!”.

 

Aquela Cia
Marco André Nunes e Pedro Kosovski fundaram em 2005 esse núcleo de realização em artes da cena sediado no Rio de Janeiro. Com ênfase em processos de criação coletiva e na elaboração de uma dramaturgia inédita atravessada pelos conceitos de memória coletiva, fabulação e imaginário social, dentre as suas obras mais recentes destaca-se a “Trilogia Carioca” formada por “Cara de Cavalo” (2012), “Caranguejo Overdrive” (2015), “Guanabara Canibal” (2017). Em 2022, está prevista a estreia da peça teatral “Terra Desce”.

Instagram: https://www.instagram.com/aquela_cia/
Facebook: https://www.facebook.com/aquelacia/

 

Foto: Divulgação

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