Companhiadanãoficção estreia Espetáculo Sensorial no Estúdio Nu

Em Fim de Festa: Um Mergulho para Remixar a Realidade o público participa de uma experiência auditiva binaural resultado de um processo de criação multifacetado e híbrido entre linguagens…

 

 

 

A CompanhiaDaNãoFicção, há 14 anos vem investigando as várias possibilidades de criação dentro das práticas performativas em diálogo com os centros urbanos e este ano apresenta a primeira etapa da nova pesquisa, que vem sendo elaborada deste 2019. O espetáculo performativo sensorial Fim de Festa: Um Mergulho para Remixar a Realidade é uma experiência auditiva binaural, que estreia dia 11 de novembro, quinta-feira, às 20h, no Estúdio NU. O espetáculo, que acontece apenas para 10 participantes por sessão, tem foco na escuta, na abertura dos sentidos e na convocação da presença do público em diálogo com a poética do espaço e da iluminação.

Com concepção e direção de Fabiana Monsalú – uma das fundadoras da CompanhiaDaNãoFicção – e dramaturgia de Camila Damasceno com assistência de Beatriz Belintani, Fim de Festa: Um Mergulho para Remixar a Realidade tem design sonoro de Renato Navarro, iluminação e poética do espaço assinados por Marisa Bentivegna e atuação de Hercules Morais e Magno Argolo. No trabalho, que narra de maneira não-linear um momento de ruptura, o público, munido de aparelhos de MP3 e fones de ouvido, circula pelos espaços do Estúdio NU.

Fim de Festa: Um Mergulho para Remixar a Realidade apresenta dois homens cisgênero que acordam no dia seguinte de uma festa de despedida, mas tudo está em ruínas e fora do lugar. A obra traz à cena a toxidade de uma certa masculinidade e parte do desejo de abordar e verticalizar o tema do declínio das estruturas sociais e econômicas hegemônicas no Ocidente no século XXI, tendo como mote o “fim de festa” do sistema patriarcal.

Para Fabiana Monsalú, a realização desta obra performativa, coloca o corpo do espectador diretamente no jogo criado pelo roteiro da encenação, a dramaturgia, o roteiro binaural, a luz e a poética do espaço. “O trabalho fala do momento de transição entre o fim de um sistema e das estruturas programadas por ele e o que virá, um momento que ainda não sabemos qual é, mas ele está chegando. As ruínas do sistema também são metáforas das ruínas pessoais. Elas são fendas que podem conter alguns perigos e talvez a salvação”, define a diretora

 

Camadas de experiências
A pesquisa para a criação de Fim de Festa: Um Mergulho para Remixar a Realidade parte do cruzamento de referências de autoras como Ângela Davis, Bell Hooks e Chimamanda Ngozi Adiche, que vem discutindo os pilares da estrutura capitalista e patriarcal e seu processo de estremecimento. Além disso, o evento do Último Baile do Império também é uma referência, evento ocorrido no dia 9 de novembro de 1889, na Ilha Fiscal, no centro histórico do Rio de Janeiro, então capital do Império. Foi a última festa da monarquia antes da Proclamação da República Brasileira, em 15 de novembro, seis dias após o baile. Enquanto o golpe republicano era tramado, a elite se divertia na última festa do Brasil imperial. Foi um evento relacionado com os últimos momentos da monarquia brasileira, simbolizando sua gastança perante as mazelas do povo.

Com uma dramaturgia criada durante o processo, a diretriz é a realização de um trabalho que não se limita somente a um panorama de denúncia, mas que propõe uma investigação sobre a masculinidade no intuito de elaborar perspectivas éticas de vivência e convivência para a mesma.

“Em Fim de Festa: Um Mergulho para Remixar a Realidade buscamos radicalizar as camadas de experiência que um acontecimento cênico pode gerar aos expectadores. Acreditamos ser através dela que o público é convidado a mergulhar em si, compreender o outro e reposicionar-se no mundo. Propomos uma imersão que envolve o corpo ativado pela escuta. A leitura da obra é democrática, feita pela ‘ilha de edição’ de cada olhar e dos corpos envolvidos no lugar do acontecimento. Nos interessam mais as relações que podem surgir, do que apenas o entendimento racional. Estamos caminhando na margem das taxonomias teatrais,” explica Fabiana Monsalú.

Ficha Técnica
Concepção e Direção Geral – Fabiana Monsalú. Dramaturgia – Camila Damasceno. Assistência de Direção e Dramaturgia – Beatriz Belintani. Elenco – Hercules Morais e Magno Argolo. Criação Sonora Binaural – Renato Navarro. Poética do Espaço e Iluminação – Marisa Bentivegna. Produção – 5ponto3 Atitudes Artísticas. Realização – CompanhiaDaNãoFicção. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora Da Pauta.

 

 

 

 

 

 

 

Fim de Festa: Um Mergulho para Remixar a Realidade
Estúdio NU
Rua Dona Maria Paula, 122, conjunto 1208, 12º andar – República, São Paulo
Telefone – (11) 3106-7151 (apenas mensagens de WhatsApp).
De 11 a 14 de novembro
Quinta e sexta-feira às 20h
Sábado e domingo às 19h e 20h30
Duração – 50 minutos
Recomendado para maiores de 16 anos
Ingressos – R$ 20,00 (preço único)
Vendas no site sympla.com.br/companhiadanaoficcao
Sobre a CompanhiaDaNãoFicção
Fundada em 2007 (primeiro como Núcleo Adega de Teatro), se configurando como uma plataforma de investigação entre linguagens. Desde então vem se firmando como um terreiro fértil de criação, onde artistas e parceiros de diversas linguagens se juntam em torno de desejos e desafios. Com intuito de pesquisar uma corporeidade híbrida para ampliar as possibilidades entre espaço, atuantes/performers, espectadores e a obra, suas pesquisas mantêm diálogo com a cidade e as pessoas dentro das práticas e estéticas do performativo. Durante esses anos vem ganhando parceiros de diversos países entre eles Uruguai, Costa Rica, Espanha, Itália e Portugal. Entre os trabalhos e obras, tem destaque para A Casa de Bernarda Alba, de Frederico Garcia Lorca (2007) – Prêmio Braskem de Teatro de melhor espetáculo, ator e atriz; Silêncio, de Frederico Garcia Lorca (2010) – indicado como pesquisa de espaço cênico híbrido na 11ª Quadrienal de Praga; Ela-Lugar que Chove Dentro (2014) – Prêmio Iberescena de coprodução internacional/ Brasil-Uruguai-Espanha; Procura-se Ninguém (2015) – com apresentações na Virada Cultural de São Paulo, Sesc Santana, Centro Histórico de São Paulo e Festival Face de Bauru; Odisseia na Cozinha (2018) na Oficina Cultural Oswald de Andrade; e Reação (2019) no Sesc Avenida Paulista.
Facebook e Instagram – @companhiadanaoficcao

 

Foto: Hugo Faz

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