Ladies sing the blues faz três apresentações presenciais na Biblioteca Mário de Andrade

Dias 11, 12 e 13 de dezembro, sábado, domingo e segunda, às 19h, no Auditório Rubens Borba de Moraes…

 

 

 

 

 

 

 

Como seria se Nina Simone, Billie Holiday e Elza Soares subissem juntas ao palco? Este encontro fictício foi o mote para a criação deste espetáculo, com direção de Jessica Madona e Savina João, que coloca as três mulheres no mesmo espaço cênico, ecoando em conjunto suas diásporas pessoais. Números musicais são intercalados com trechos narrativos, que recuperam as trajetórias de coragem dessas grandes artistas.

E o que as três mulheres têm em comum, além de serem três grandes artistas? Nina Simone, Billie Holiday e Elza Soares usaram suas vozes na denúncia da sistemática discriminação contra negros em sociedades estruturalmente racistas e fizeram de suas artes uma forma de resistência. A Carne, Strange Fruit e Mississipi Goddamn foram aclamadas e se tornaram hinos contra a violência racial que vitimava negros. Gravadas em momentos diferentes denunciaram práticas de segregação e atentados contra negros nos Estados Unidos e Brasil.

“A Carne”, composição de Seu Jorge, Marcelo Yuka e Ulisses Cappelletti gravada originalmente pelo grupo “Farofa Carioca” entrou para o repertório de Elza Soares em 2002, quando lançou o álbum “Do cóccix até o pescoço”, porém no espetáculo a música escolhida para representar um dos enfrentamentos do racismo foi Etnocopop, de Carlinhos Brown, que também está no álbum, e é uma crítica à violência perpetrada aos negros pelos policiais.

Composta em 1936 pelo professor universitário Abel Meeropol, Strange Fruit fala em três estrofes sobre os sangrentos linchamentos no sul dos Estados Unidos. Billie musicou o poema em 1939, gravou-o pela Commodore Records e o apresentou em Nova Iorque no mesmo ano.

Já Mississipi Goddamn escrita por Nina foi aclamada pelo movimento negro estadunidense e denuncia o atentado racista que matou quatro crianças negras numa igreja batista e reflete sobre a condição de ser uma mulher negra nos Estados Unidos.

Este é o quarto espetáculo da Coletiva 3 de nós. “Todos Te Amam Até Você Se Assumir Preta”, espetáculo anterior, levou aos palcos a atriz e performer Jessica Madona em solo que evidenciou um sistema estruturado em prol de um grupo (branquitude) e extermínio de outro (negritude) apontando a urgência de transformação desta estrutura, que silencia e estigmatiza corpos pretos.

 

Coletiva 3 de Nós
Criada em 2017, a Coletiva 3 de Nós estreou em São Paulo em 08 de março de 2018 (Dia Internacional de Luta das Mulheres), com o espetáculo “A Mais Forte”, a partir de leitura atualizada do texto homônimo de August Strindberg, no Teatro Sérgio Cardoso. Em seguida, este espetáculo circulou pela SP Escola de Teatro (sede Praça Roosevelt), pelo Sesc Itaquera e foi contemplado pelo Edital de Circulação de Artes Cênicas da Fundação Cultural de Jacareí/SP, onde circulou em duas oportunidades em 2019 e 2020.

“Maria da …”, solo da performer Savina João sobre assédio sexual vivenciado em sua cidade natal (Teresina/PI) e no ambiente institucional do Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região é a segunda obra da Coletiva, cuja abertura de processo se deu em 2020, ao longo da 5º Ocupação Ovárias (edição on-line e de abrangência nacional), e segue em processo criativo permanente em ambiente virtual.

“Todos Te Amam Até Você Se Assumir Preta”, solo da performer Jessica Madona, criado em resposta ao assassinato de George Floyd nos EUA, sobre o processo de reconhecimento de sua pretitude e sobre os desafios de ser mulher preta no Brasil, é a terceira obra da companhia.

Selecionado entre 188 trabalhos, compôs o 4º Mulheres em Cena (realizado pela Cia Fragmento de Dança de São Paulo/SP) em OUT/20, quando estreou. Integrou a Bienal Black Art Brazil (edição Arte Sem Fronteiras) em NOV/20. Foi selecionado pelo edital Ondas da Cultura, realizado pela FUNARJ/RJ. Entre 1800 trabalhos, foi selecionado pelo Museu de Arte Contemporânea do Paraná e comporá o 67º Salão de Arte Paranaense em 2022. Foi selecionado pelo Edital Proac Lab da Lei Aldir Blanc do Governo do Estado de SP, cuja temporada on-line ocorrerá entre os dias 18 e 28 de fevereiro de 2021.

Set list

Elza Soares
Banho
Etnocopop
Desabafo
A mulher do fim do mundo

Nina Simone
Mississipi Goddamn
Feeling Good
I Put a Spell on You
Ain’t Got No / I Got Life

Billie Holiday
Solitude
All of me
Strange Fruit
Fine and Mellow

 

Ficha Técnica:
Direção geral: Jessica Madona e Savina João
Assistente de Direção: Larissa Mauro
Dramaturgia: Larissa Mauro e Jessica Madona
Colaboração dramatúrgica: Savina João
Elenco:
Danuza Novaes
Jessica Madona
Jhenny Santine
Lua Bernardo
Rayra Maciel

Direção musical: Rayra Maciel
Figurino: Jessica Madona
Cenografia: Savina João
Assessoria de imprena: Adriana Monteiro (Ofício das letras)

Ação Cultural da Biblioteca Mário de Andrade
Supervisão: Bia Mantovani
Equipe de curadoria: Alvaro Machado (teatro) e Carol Rodrigues (literatura e performance)
Assistente de produção: Murilo Vieira
Equipe técnica: Silas Rocha e Samuel Cruz
Estagiária: Manoela Fagundes
Jovem Monitor Cultural: Igor Macedo

Biblioteca Mário de Andrade
Direção: Jurandy Valença
Supervisões
Acervo: Ana Prado
Ação Cultural: Bia Mantovani
Atendimento: Rafael Reche
Planejamento e Gestão: Bruna Pimentel
Comunicação
Coordenação: Bernardo Ceccantini

 

 

 

 

 

 

Ladies Sing The Blues
Biblioteca Mário de Andrade
Auditório Rubens Borba de Moraes
Rua da Consolação, 94 – República (metrô República)
Dias 11, 12 e 13 de dezembro, às 19h
Grátis
Acesso para portadores de necessidades especiais
Capacidade reduzida: 60 lugares
Mesmo sendo presencial é necessário retirar antecipadamente
os ingressos pelo link Sympla
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 minutos

*Seguindo as orientações do Decreto 60.488, de 27 de agosto de 2021, a Mário recomenda a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19 aos que visitam as exposições ou assistem aos espetáculos teatrais da biblioteca.

Durante toda a permanência em nossos espaços, é obrigatória a utilização de máscara cobrindo nariz e boca. Além disso, os visitantes devem respeitar o distanciamento social e higienizar sempre que possível as mãos com álcool em gel.

A temperatura dos visitantes é medida no momento de entrada à biblioteca. Aqueles que estiverem com temperatura corporal acima de 37,5° ou com sintomas de gripe/resfriado são impedidos de acessar os edifícios sede e anexo, recebendo orientações para buscar os devidos cuidados médicos.

 

Foto – da esquerda para à direita Jessica Madona, Danuza Novaes e Jhenny Santine: Divulgação

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