Companhia Nova de Teatro apresenta Trilogia Richard Foreman no Centro Cultural Olido

Grupo dá continuidade as comemorações de 20 anos com a remontagem de três obras do dramaturgo norte-americano Richard Foreman – Os Deuses estão marretando a minha cabeça, Badboy Nietzsche e Prostitutas fora de moda (Um romance real). Com direção de Lenerson Polonini montagens sobem ao palco do Centro Cultural Olido com ingressos gratuitos…

 

 

 

 

 

Na esteira das comemorações de 20 anos nos palcos, a Companhia Nova de Teatro apresenta o projeto Trilogia Richard Foreman, que reúne três das obras mais representativas e inéditas do dramaturgo norte-americano Richard Foreman. Pela primeira vez apresentadas sequencialmente e presencialmente – Os Deuses estão marretando a minha cabeça, Badboy Nietzsche e Prostitutas fora de moda (Um romance real) – fazem temporadas no Centro Cultural Olido a partir de 3 de junho, sexta-feira, às 20h.

Os espetáculos integram o projeto Companhia Nova de Teatro + 20 Anos contemplado pela 38ª edição do Programa de Fomento ao Teatro para Cidade São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura que prevê a realização de peças de repertório, trabalhos formativos como oficinas e palestras, uma nova montagem com estreia em 2023 e um livro contando a trajetória do grupo ao longo de 20 anos.

Encenadas pela Companhia Nova de Teatro, as montagens da Trilogia Richard Foreman têm direção de Lenerson Polonini. As peças começaram a ser encenadas em 2015 na SP Escola de Teatro por meio do ProAC da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Dois anos depois, o grupo encenou a última parte da trilogia no Sesc Pinheiros e em 2021, com recursos da Lei Aldir Blanc, as três peças foram remontadas e gravadas para transmissão online no canal do grupo no YouTube.

“Queremos com a trilogia difundir o universo e o teatro provocativo do grande Richard Foreman, um dos autores norte-americanos mais instigantes da atualidade”, afirma o diretor Lenerson Polonini. Em janeiro de 2014, os integrantes do núcleo do grupo, Lenerson Polonini e Carina Casuscelli visitaram o dramaturgo e acompanharam o seu processo criativo, em Nova York, buscando conhecer mais profundamente o seu universo.

 

Trilogia Richard Foreman
Com o espetáculo Os Deuses estão marretando a minha cabeça a Companhia Nova de Teatro dá início as apresentações da trilogia com sessões de 3 a 19 de junho, sextas-feiras e sábados às 20h e domingos às 19h.

No texto de Richard Foreman, dois lenhadores rivais esmagam tudo o que veem pela frente, esperando que a verdade cósmica venha substituir a banalidade de suas vidas cotidianas. Uma bela mulher inicia-os nos mistérios do sexo, da morte e da ressurreição. A peça apresenta uma série de exercícios espirituais que contestam o fascínio do erótico e as falsas promessas de sabedoria e poder.

Na versão da Companhia Nova de Teatro, com contornos de brasilidade, os machados dos lenhadores ganham auxilio de motosserras: uma alusão ao contexto atual de desmatamento da Amazônia, ampliando a dimensão da obra para uma abordagem de problemas político-sociais do país. O cenário virtual inclui fragmentos de uma Amazônia devastada pela ganância e suas consequências para o planeta.

Já de 24 de junho a 10 de julho, sextas-feiras e sábados às 20h e domingos às 19h, é a vez de Badboy Nietzsche subir ao palco. O espetáculo destaca o sujeito Nietzsche em crise, assombrado por seus fantasmas e angústias, sem qualquer enredo discernível, do ponto de vista do drama tradicional.

Foreman apresenta a crise do sujeito, do artista e da perda de identidade do homem fragmento, sob a lente filosófica. Uma visão multifacetada e onírica de Nietzsche, que reflete a condição do homem atual em um mundo cada vez mais sem sentido. Na montagem, uma criança, uma linda mulher e um homem perigoso, indagam Nietzsche sobre diversas questões, em um jogo filosófico e de repetições que beiram o nonsense.

As apresentações de Prostitutas fora de moda (Um romance real) de 15 a 31 de julho, sextas-feiras e sábados às 20h e domingos às 19h, encerram a Trilogia Richard Foreman. O texto navega entre o expressionismo e o surrealismo, entre o lirismo e o sarcasmo, numa narrativa que se esforça em reconstruir a jornada sentimental de um jovem que envelheceu perdido entre o mundano e o platônico. Uma busca de sentido para existências extraviadas do prazer redentor, do desejo salvador e de um Eu sacrificado pelo absurdo.

A peça é uma viagem vertiginosa sobre quatro vidas em ruínas e fora de prumo, em meio a um vale sombrio de fluxos de consciências, que buscam o sentido de suas existências. A atual montagem busca mesclar histórias das prostitutas dos grandes centros urbanos, discutindo questões sobre a decadência humana.

 

Peças de um quebra-cabeças
Para o diretor Lenerson Polonini, a encenação das peças busca, na singularidade dos textos de Foreman, pontos de conexão da realidade brasileira, apoiados no teatro total que caracteriza as obras do autor.

As referências estéticas empregadas na construção de Os Deuses estão marretando a minha cabeça, Badboy Nietzsche e Prostitutas fora de moda (Um romance real), como performance art, dadaismo, surrealismo, artes plásticas, vintage e collage, propõem uma exposição simultânea capaz de produzir significados e provocações, convidando o espectador a juntar peças de um quebra-cabeças inacabado, lançando flashes e memórias disjuntivas da atualidade.

“O teatro proposto por Foreman se afirma como processo e não como resultado pronto, como atividade de produção e ação e não como produto, como força atuante e não como obra. E abraçando essa linha, as encenações da Cia. pretendem destacar o corpo como totalidade, o gesto expandido, o movimento em dança, privilegiando ações físicas, dando densidade às interpretações, trabalhando a ideia da figura nonsense”, explica o diretor.

A Trilogia Richard Foreman traz no elenco os atores Fábio Mráz, Carina Casuscelli, Marcelo Marothy, Rafael Schimitt, Joelle Malta e Simone Heitor, além de Paulo Cesar Peréio, que faz participação especial em voz off e em vídeo. Lenerson Polonini também assina a iluminação e concepção espacial enquanto Wilson Sukorski assina a música e Alexandre Ferraz os vídeos. A direção de arte, figurinos e maquiagem são de Carina Casuscelli e todas as traduções são de Fábio Fonseca.

 

Sobre Richard Foreman
Nascido em 1937 é dramaturgo, pioneiro no teatro de vanguarda e performático americano e fundador do Ontological-Hysteric Theater. Desde a década de 70 as produções de Foreman refutam a ideia de teatro convencional, principalmente no que se refere a enredo, personagem, ambiente, linguagem e movimentação. O “teatro total” que caracteriza a obra de Richard Foreman une elementos das artes performativas, sonoras e visuais, filosofia, psicanálise e literatura para um resultado singularíssimo. O estilo de Foreman não se quer “cerebral”. A densidade de seu teatro de composição é uma tentativa de refletir e processar visceralmente tudo o que ele herdou de suas explorações das ideias e das artes do século XX. A obra de Richard Foreman é pouco conhecida no Brasil, sendo difundida apenas em meios acadêmicos ou em estudos de teatro performativo e pós-dramático, normalmente veiculados em universidades e em cursos de artes cênicas. Suas obras apresentam um teatro de negação do diálogo ou da utilização mínima das palavras, em favor da imagem, que provocam o público a formas alternativas de percepção. Em vez de se concentrar no conflito a moldar sua estrutura teatral, a obra de Foreman baseia-se no design e na performance ao vivo de atores, de forma a criar um foco diferente no relacionamento entre o palco e o público. Expectadores não recebem personagens, mas fluxos, redes de ligação e sistemas – e podem, subitamente, ser bombardeados de luz, assumindo a posição de protagonistas. Foreman tem escrito, dirigido e montado suas próprias peças, nos últimos 50 anos, tanto em Nova York como em outros países. Recebeu o “Annual Literature Award”, pela Academia Americana e Instituto de Artes e Letras; um prêmio de “Conjunto da obra no Teatro”, pela National Endowment for the Arts, o PEN American Center Master American Dramatist Award, a MacArthur Fellowship. Foi eleito, em 2004, como director do Order of Arts and Letters of France. Escreveu e dirigiu peças como Zomboid! (2006), Wake Up Mr. Sleepy! Your Unconscious Mind Is Dead! (2007) e Deep Trance Behavior in Potatoland (2008). Foreman ganhou sete Prêmios Village Voice Obie, incluindo três por melhor peça, e um pelo conjunto da obra.

 

 

 

 

 

Trilogia Richard Foreman
Centro Cultural Olido
Sala Paissandu
Av. São João, 473 – Centro
Informações – (11) 3331-7703
Capacidade – 139 lugares
De 3 de junho a 31 de julho
Sextas-feiras e sábados às 20h
Domingos às 19h
Grátis – Ingressos distribuídos uma hora antes de cada apresentação.
Acesso para deficientes físicos

Instagram: @centroculturalolido

Os Deuses estão Marretando a Minha Cabeça
De 3 a 19 de junho
Duração – 48 minutos
Classificação – 16 anos
Ingressos gratuitos

Dois lenhadores rivais, que esmagam tudo o que vêem pela frente, esperando que a verdade cósmica venha substituir a banalidade de suas vidas cotidianas. Uma bela mulher inicia-os nos mistérios do sexo, da morte e da ressurreição. A peça apresenta uma série de exercícios espirituais que contestam o fascínio do erótico e as falsas promessas de sabedoria e poder.

Ficha Técnica
Texto – Richard Foreman. Direção e iluminação – Lenerson Polonini. Tradução – Fábio Fonseca. Elenco – Marcelo Marothy, Carina Casuscelli e Rafael Schmitt. Participação especial em voz off – Paulo Cesar Peréio. Figurinos – Carina Casuscelli. Trilha sonora – Wilson Sukorski. Vídeos – Alexandre Ferraz. Colaboração em vídeos e edição – Armando Lima. Operação de som – Felipe Moraes. Operação de luz – Verônica Castro. Operação de imagem – Téo Ponciano. Produção – Companhia Nova de Teatro. Assistente de produção – Gus Werner. Assessoria de imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Fotos – Antônio Simas Barbosa.

 

Badboy Nietzsche
De 24 de junho a 10 de julho
Duração – 45 minutos
Classificação – 16 anos
Ingressos gratuitos

Na peça, uma criança, uma linda mulher e um homem perigoso, indagam Nietzsche sobre diversas questões, em um jogo filosófico e de repetições que beiram o nonsense.

Ficha Técnica
Texto – Richard Foreman. Direção e iluminação – Lenerson Polonini. Tradução – Fábio Fonseca. Elenco – Marcelo Marothy, Carina Casuscelli, Simone Heitor e Rafael Schmitt. Participação especial em voz off – Paulo Cesar Peréio. Figurinos – Carina Casuscelli. Trilha sonora – Wilson Sukorski. Vídeos – Alexandre Ferraz. Colaboração em vídeos e edição – Armando Lima. Operação de som – Felipe Moraes. Operação de luz – Verônica Castro. Operação de imagem – Téo Ponciano. Produção – Companhia Nova de Teatro. Assistente de produção – Gus Werner. Assessoria de imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Fotos – Antônio Simas Barbosa.

 

Prostitutas Fora de Moda (Um Romance Real)
De 15 a 31 de julho
Duração – 52 minutos
Classificação – 16 anos
Ingressos gratuitos

A peça é uma viagem vertiginosa sobre quatro vidas em ruínas e fora de prumo, em meio a um vale sombrio de fluxos de consciências. A atual montagem busca mesclar histórias das prostitutas dos grandes centros urbanos, discutindo questões sobre a decadência humana.

Ficha Técnica
Texto – Richard Foreman. Direção e iluminação – Lenerson Polonini. Tradução – Fábio Fonseca. Elenco – Fábio Mraz, Carina Casuscelli, Joelle Malta e Rafael Schmitt. Participação especial em voz off – Paulo Cesar Peréio. Figurinos – Carina Casuscelli. Trilha sonora – Wilson Sukorski. Vídeos – Alexandre Ferraz. Colaboração em vídeos e edição – Armando Lima. Operação de som – Felipe Moraes. Operação de luz – Verônica Castro. Operação de imagem – Téo Ponciano. Produção – Companhia Nova de Teatro. Assistente de produção – Gus Werner. Assessoria de imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Fotos – Antônio Simas Barbosa.

 

*“Este projeto foi contemplado pela 38ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo — Secretaria Municipal de Cultura”.

 

Sobre a Companhia Nova de Teatro
Fundada em 2001, pelo diretor Lenerson Polonini em parceria com a atriz, dramaturga e figurinista Carina Casuscelli, a companhia desenvolve um trabalho de pesquisa contínua a partir da performance, das artes do corpo e do universo das artes visuais. A Companhia Nova de Teatro é uma companhia aberta e a cada novo projeto convida atores, bailarinos e artistas de diversas áreas para colaborarem com suas produções. O teatro multimídia desenvolvido pela companhia procura explorar a tridimensionalidade do palco e a relação da arte com o espaço urbano.

Em 2012, a companhia conquista o primeiro lugar do Prêmio Internazionale Teatro Dell’ Inclusione Teresa Pomodoro, em Milão/Itália, com o espetáculo Caminos Invisibles…La Partida. O júri desse prêmio contou com nomes importantes da cena mundial, como Eugenio Barba, Luca Ranconi, Lev Dodin e Jonathan Mills. No ano seguinte, contemplado pelo Edital de Intercâmbio do Ministério da Cultura, os integrantes do grupo realizam residência artística no Attis Theatre, em Atenas/Grécia, estreando no teatro grego a peça Krísis, com supervisão de Theodoros Terzopoulos, diretor da companhia grega. Em junho de 2015 é convidada a exibir figurinos do espetáculo Doutor Faustus Liga a Luz, de Gertrude Stein, no lendário The Bakhrushin State Central Theatre Museum, em Moscou/Rússia, onde também realiza uma performance com fragmentos da peça na abertura do evento Costume at the Turn of the Century 1990 – 2015. No mesmo ano encena o espetáculo 2xForeman: peças Bad Boy Nietzsche e Prostitutas Fora de Moda, de Richard Foreman, com direção de Lenerson Polonini. Já em 2016 estreia a peça Barulho D’água, do italiano Marco Martinelli, com direção de Carina Casuscelli. A última parte do projeto Trilogia Foreman, com a peça Os Deuses Estão Marretando a Minha Cabeça, cumpre temporada em 2017 no Sesc Pinheiros. Em 2019, o grupo participa do Analogio Festival de Atenas, com o work in progress Kassandra-Hecuba (Apátridas: parte 1), que, na sequência, é apresentado nas cidades de Sibiu, durante o Festival 25 Ore Teatrul Non Stop, e no Teatrul de Artã, de Bucareste, na Romênia. No início de 2020, a peça é apresentada no mesmo formato no Centro Cultural Olido, como parte do FarOFFa, mostra paralela à MIT SP.

Em 2020, durante o confinamento pela Covid-19, a companhia realiza a série Diálogos, com objetivo de pensar sobre a criação artística e a sociedade em tempos de pandemia, convidando o público a refletir e elaborar caminhos e estratégias em meio à crise global, com sérios impactos na arte, na cultura, na economia e na política. A série foi realizada via redes sociais e contou com a presença de artistas, gestores, críticos, jornalistas, curadores, pensadores, pesquisadores e líderes de relevada importância no cenário das artes, da cultura, da economia, da política e da filosofia. Em 2021, o grupo realiza temporadas online de A Cripta de Poe, em versão site specific, gravado e transmitido no canal da Vila Itororó e das peças do projeto Trilogia Foreman. No mesmo ano o grupo estreia o espetáculo Apátridas, contemplado pelo PROAC LAB, com direção de Lenerson Polonini e dramaturgia de Carina Casuscelli, cumprindo temporada no Teatro Arthur Azevedo. Em 2022, o grupo apresenta o espetáculo em Milão, Itália, como parte do Prêmio Internacional Teresa Pomodoro, que contou com júri renomado como Peter Stein, Tadashi Suzuki, Lev e Dodin, entre outros.

Site – cianovadeteatro.com | Instagram e Facebook – @cianovadeteatro.

 

Foto Badboy Nietzsche: Antônio Simas Barbosa

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