Garotas Mortas, de Selva Almada, ganha adaptação teatral inédita pela Coletiva Palabreria

A peça, que fricciona as linguagens de teatro e cinema, é inspirada na obra não-ficcional da escritora argentina Selva Almada sobre três feminicídios ocorridos nos anos 80…

 

 

 

 

Três feminicídios impunes ocorridos na Argentina, ao longo da década de 1980, foram o ponto de partida do livro Garotas Mortas de Selva Almada, publicado no Brasil pela editora, Todavia. A partir da investigação desses casos, a autora discute diferentes aspectos da misoginia e da violência de gênero. O livro ganha agora uma adaptação para o teatro assinada pela coletiva Palabreria, encabeçada pelas artistas pesquisadoras Fernanda Machado, Luiza Romão e Sofia Boito, com estreia no dia 30 de junho de 2022, quinta-feira, 21h, no Teatro Cacilda Becker, na Lapa, em São Paulo.

Para a encenação do espetáculo, as artistas criaram uma linguagem de teatro-cinema em que palco e tela estão sempre em diálogo; isto é, as projeções são indispensáveis para a cena ao vivo, e a cena ao vivo é indispensável para a projeção. Esse aspecto é acentuado pela ausência de som no vídeo. A sonoplastia é executada ao vivo por Canhestro, sob direção de Dani Nega.

Assim como o livro de Selva Almada, o espetáculo é composto por diferentes registros narrativos. Para cada um deles, as artistas criaram uma linguagem audiovisual, passando por filmes analógicos, imagens de arquivo, curta-metragens, entre outras. Os vídeos foram realizados pela Coletiva Palabreria em parceria com diversas/os artistas do audiovisual e contou com a participação de 24 atores e atrizes.

A partir das histórias das três mulheres assassinadas – Maria Luísa, Andrea e Sarita – o espetáculo Garotas Mortas articula um pensamento crítico sobre o patriarcado na América Latina. “Nosso intuito é pensar como essas histórias específicas, contadas pela autora em seu livro, revelam uma violência de gênero estrutural, com dimensões continentais, e que continua matando milhares de mulheres”, comentam as artistas. O projeto do espetáculo foi contemplado pelo 13 edição do Prêmio Zé Renato da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo.

Ficha Técnica
Garotas Mortas de Selva Almada
Tradução: Sergio Molina
Concepção e Direção Geral: Coletiva Palabreria
Encenação, adaptação dramatúrgica e elenco: Fernanda Machado, Luiza Romão e Sofia Boito
Direção de cena: Joana Dória
Direção Musical: Dani Nega
Musicista em cena: Canhestro
Iluminação: Marisa Bentivegna
Assistente de iluminação: Yasmin Santos
Cenografia, Figurino e adereço: Érika Grizendi
Edição e criação do vídeo em cena: Sérgio Silva
Videomapping: Vic Von Poser
Preparação vocal: Lucia Gayotto
Preparação corporal: Mônica Augusto
Identidade visual: Laura Nakel
Fotografia: Sérgio Silva
Teaser: Diogo de Nazaré
Assessoria de Imprensa e Redes Sociais: Márcia Marques – Canal Aberto
Produção Executiva: Lucas Pradino
Direção de Produção: Iza Marie Miceli

Equipe de Cinema
Direção dos curtas-metragens e entrevistas (Skype): Ana Julia Travia e Jéssica Queiroz
Direção dos videoarte: Sérgio Silva
Direção, laboratorista e edição em Super 8: Vinícius Campos
Direção de fotografia dos curtas-metragens e entrevistas: Laís Aranha e Renata Pegorer
Direção de fotografia de Super 8 e laboratorista: Rodrigo Sousa & Sousa
Direção de arte (vídeos): Leila Tomás
Assistência de direção dos curtas-metragens: Bianca Medina
Assistência de câmera dos curtas-metragens: Janaína Carvalho, Keiko Kataoka e Bárbara Balhe.
Edição (curta-metragens): Bruna Forte
Edição (entrevistas): Luiza Romão
Edição (videoarte), imagens de arquivo e animação: Sérgio Silva
Produção executiva: Coletiva Palabreria

Elenco Convidado (participação em vídeo)
André Cezar Mendes, Ariane Aparecida, Cybele Jacome, Érica Ribeiro, Flávio Barollo, Glauber Pereira, Ícaro Rodrigues, Jéssica Nascimento, Joca Andreazza, Klarah Lobato, Larissa Nunes, Lilian Regina, Lilith Cristina, Lorena Andrade, Luciana Fontes, Lucienne Guedes, Marina Merlino, Mayra Coelho, Paula Klein, Romário Oliveira, Sérgio Siviero, Tatí Ribeiro, Vinícius Neri e Walter Balthazar

 

 

 

 

 

Garotas Mortas, de Selva Almada
Teatro Cacilda Becker
Rua Tito, 295 – Lapa
Telefone: (11) 3864-4513
Capacidade: 198 lugares
De 30 de junho a 24 de julho de 2022
Quinta, sexta e sábado, às 21h
Domingo, às 19h
Grátis – Retirada de ingressos com 1h de antecedência
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 12 anos

 

Sobre a autora
Selva Almada nasceu em Entre Ríos, Argentina, em 1973. Vem sendo considerada pelos leitores e pela melhor crítica uma das grandes revelações da literatura latino-americana. Tem romances e livros de contos publicados, entre eles o romance Garotas Mortas (2018) e Não é um rio (2021), publicados no Brasil pela editora Todavia.

 

Sobre a Palabreria
A Coletiva Palabreria nasce a partir de processos artísticos e práticas pedagógicas encabeçadas pelas artistas pesquisadoras Fernanda Machado, Luiza Romão e Sofia Boito. O encontro inicial se deu por meio do Projeto Espetáculo, na Fábrica de Cultura da Brasilândia, onde foram desenvolvidas duas peças de teatro em colaboração com cerca de 40 adolescentes: Díptico (2015) e Ponto de Fuga (2017). Em 2018, novamente, estiveram juntas para fazer a performance Scripta Manent, Verba Volant sob direção de Luiza Romão, na biblioteca do SESC Avenida Paulista. Desde 2020 oferece atividades formativas sobre feminismos e arte na América-Latina, em espaços como o Centro de Pesquisa e Formação do SESC (CPF – SESC SP) e a Oficina Cultural Oswald de Andrade. Em 2021 a Coletiva foi contemplada pelo Prêmio Zé Renato da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de São Paulo para a realização do projeto Garotas Mortas.

Integrantes

Fernanda Machado
Artista e pesquisadora do corpo na cena. Doutora e mestra em Artes Cênicas pela ECA/USP. Em Bruta, sua pesquisa atual, investiga bruxaria e feminismo na América Latina.

Luiza Romão
Poeta, atriz e performer. Mestranda em Teoria Literária e Literatura Comparada (USP). Autora dos livros Coquetel Motolove, Sangria e Também guardamos pedras aqui.

Sofia Boito
Artista-pesquisadora interessada em linguagens de fronteira entre artes cênicas, literatura e artes visuais. Doutora e Mestre em Artes Cênicas pela ECA-USP, foi professora temporária de dramaturgia no mesmo departamento.

 

Foto: Sérgio Silva

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